01. Quesadilla
02. Lisa Baby
03. Next In Line
04. Anna Sun
05. Tightrope
06. Jenny
07. Shiver Shiver
08. Lions
09. Iscariot
10. Fixin’
11. I Can Lift A Car
man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
The National – Trouble Will Find Me
Editado no passado dia vinte e um de maio por intermédio da 4AD e com a participação especial de St. Vincent, Sharon Van Etten e Sufjan Stevens, entre outros, Trouble Will Find Me é o sexto disco da carreira dos The National, uma das minhas bandas de eleição, um coletivo de Cincinnati, no Ohio, formado por duas parelhas de irmãos, os Dessner e os Devendorf e pelo vocalista Matt Berninger. Trouble Will Find Me é, como já referi, o sexto álbum de um grupo com catorze anos de carreira e sucede ao aclamado High Violet, disco que viu a luz do dia já no longínquo ano de 2010.
A zona de conforto sonora estabelecida pelos The National desde a estreia continua a ser o habitat exato para aquilo que este grupo norte americano apresenta em Trouble Will Find Me. Quem estiver a contar com alguma inflexão na filosofia sonora do grupo ou de experimentações insturmentais ou vocais, não encontrará neste novo trabalho algo relevante já que, felizmente, na minha opinião, os The National continuam a residir num universo algo sombrio e fortemente entalhado numa forte teia emocional amargurada, na qual se enredaram, lirica e sonoramente, principalmente desde que em 2003 apresentaram Sad Songs for Dirty Lovers.
Se por mero capricho, por exigências editoriais ou simples espírito aventureiro, um hipotético abandono da zona de conforto acontecesse, o que poderia pôr em causa a carreira dos The National, por levá-los para territórios sonoros que os descaraterizassem ou onde se sentissem inseguros, este aparente conservadorismo plasmado na opção pela continuidade tem no reverso da medalha um outro perigo relacionado com uma possível queda na redudância convencional ou na repetição aborrecida. No entanto, há que situar cada lançamento novo do grupo e perceber com clareza não tanto aquilo que une cada novo disco dos The National, mas sim os pontos de ruptura e de diferenciação. Se, como já disse, Sad Songs for Dirty Lovers foi a estreia assumida do grupo neste contexto mais negro, apesar de não ser o primeiro disco da banda, dois anos depois Alligator trouxe uma maior variedade instrumental e, em 2007, Boxer carimbou a definitiva maturidade e internacionalização do coletivo, além de ter posicionado na figura do vocalista um personagem que caminha confortavelmente por cenários que descrevem dores pessoais e escombros sociais. Quanto a High Violet (2010), serviu para colocar ênfase numa toada mais épica e aberta do grupo e demonstrar a capacidade eclética que também têm de compôr, em simultâneo, temas com um elevado teor introspetivo (Conversation 16, Sorrow ou Terrible Love) e verdadeiros hinos de estádio (England, Bloodbuzz Ohio).
Agora, neste sexto registo da carreira, o quinteto não apenas regressa ao ambiente desolador que percorre desde o começo de carreira, como consegue, ao mesmo tempo, agarrar o fio condutor que tinha ficado suspenso no final de High Violet. Assim, temos instantes em que os instrumentos clamam pela simplicidade e outros em que a teia sonora se diversifica e se expande para dar vida a um conjunto volumoso de versos sofridos, sons acinzentados e um desmoronamento pessoal que nos arrasta sem dó nem piedade para o usual ambiente sombrio e nostálgico da banda. Há canções extremamente simples e que prezam pelo minimalismo da combinação de apenas quatro instrumentos (Slipped), enquanto outras soam mais ricas e trabalhadas, como I Should Live in Salt.
Agora casado e pai de uma filha, Matt afugenta os seus habituais demónios com maior conforto e uma natural aceitação em relação à impossibilidade do total desaparecimento dos mesmos, mesmo que haja atualmente mais instantes e eventos felizes na sua vida pessoal. Os versos de Demons, um dos temas mais bonitos e confessionais que Berninger já entregou, e de Sea Of Love, assim como o título do disco, são bons exemplos que nos remetem para uma certa felicidade, digamos assim, que Matt sente por ter finalmente percebido que os problemas, o sofrimento e a dor estarão sempre lá mesmo que a maior constância de eventos felizes seja uma realidade concreta na sua vida. Há como que uma tomada de consciência de que a existência humana não deve apenas esforçar-se por ampliar intimamente o lado negro, porque ele será sempre uma realidade, mas antes focar-se no que de melhor nos sucede e explorar até à exaustão o usufruto das benesses com que o destino nos brinda, mesmo que as relações interpessoais nem sempre aconteçam como nos argumentos dos filmes.
Portanto, se para os mais distraídos, os mais de cinquenta minutos de Trouble Will Find Me podem ser do que mais depressivo e angustiante ouviram nos últimos tempos, para quem acompanha com devoção a carreira dos The National este novo álbum é uma espécie de exercício de redenção, encarnado por um personagem que foi abandonado pela amada e que é transversal aos treze temas, onde o sofrimento é olhado com a habitual inevitabilidade, mas de uma outra perspetiva, mais madura, assertiva e positiva.
Como é normal com todos os discos dos The National, Trouble will Find Me é uma rodela que exige tempo, que se revela a pouco e pouco e que só será devidamente entendida após várias e repetidas mas dedicadas audições. É um álbum muito bem produzido, sem lacunas, com elevada coerência e sequencialidade, mas é sobretudo um exercício de audição individual das canções. Com ele os The National firmam a sua posição na classe dos artistas que basicamente só melhoram com o tempo. Espero que aprecies a sugestão...
01. I Should Live In Salt
02. Demons
03. Don’t Swallow The Cap
04. Fireproof
05. Sea Of Love
06. Heavenfaced
07. This Is The Last Time
08. Graceless
09. Slipped
10. I Need My Girl
11. Humiliation
12. Pink Rabbits
13. Hard To Find
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Walk The Moon - Walk The Moon
Em fevereiro falei dos Walk The Moon, uma banda indie de Cincinnati, liderada por Nicholas Petricca (vozes e teclados), a propósito do EP Anna Sun. Agora, surgiu finalmente mais um longa duração da banda, homónimo, editado no passado dia dezanove de junho pela RCA Records e produzido por Ben H. Allen (Gnarls Barkley, Animal Collective). A banda já se tinha estreado nos disco em 2009 com o pouco divulgado I Want! I Want!.
Este álbum está cheio de canções com refrões acessíveis e aditivos e melodias dançáveis, em paisagens sonoras atmosféricas onde ecoam guitarras, tambores (Quesadilla) e batidas. Mas também há alguma eletrónica, sendo Fixin um destaque notável do uso de camadas de sintetizadores que, neste caso, dão à canção uma profundidade sónica e bastante pop. Por baixo de tudo isto, ecoa a voz de Nicholas, num registo às vezes doce e inquietante, algo percetível em Next In Line.
A canção Anna Sun é, naturalmente, o grande destaque deste disco. Ela figurou na lista das trinta melhores canções de 2011 para a prestigiada Esquire e rodou com alguma insistência em vários canais da MTV. Inclusivamente teve direito a um vídeo com coreografia sincronizada e muita festiva. Outra canção que também podemos destacar deste álbum homónimo dos Walk The Moon é a eletrizante Lisa Baby. A atmosfera indie rock marca presença com riffs de guitarra e uma percussão de causar inveja.
Em suma, este álbum homónimo corresponde às boas expetativas que se instalaram por cá aquando da audição de Anna Sun, em 2011. Walk The Moon prova que este grupo ainda está numa fase um pouco prematura e que existe margem para um amadurecimento; A capacidade inventiva está presente e escutam-se verdadeiras canções pop com caraterísticas peculiares e únicas.
Vale a pensa descobrir os Walk The Moon e ficar atento para ver até onde eles vão chegar. Desconfio que não será a pop rock de Walk The Moon a única bitola pela qual se orientarão futuramente. Espero que aprecies a sugestão...
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Pomegranates – Heaven
Oriundos de Cincinnati, os Pomegranates, liderados por Joey Cook, editaram recentemente Heaven, o quarto disco de estúdio da banda e que sucede a One Of Us. Heaven é o primeiro da banda lançado na etiqueta Modern Outsider, pela qual os Pomegranates assinaram recentemente.
01. Heaven
02. Passaway
03. Sisters
04. Ezekiel
05. Something Everybody Wants
06. Letters
07. Dream
08. Night Run
09. Lost Lives
10. Surfing The Human Heart
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Walk The Moon – Anna Sun EP
Os Walk The Moon são uma banda indie, liderados por Nicholas Petricca (vozes e teclados), naturais de Cincinnati e completam em 2012 dois anos de existência. Segundo a sua biografia, são confessos fãs dos Animal Collective, Local Natives e Talking Heads.
O vídeo que podem ver abaixo, do tema Anna Sun, é o single de apresentação deste novo EP de estreia, lançado no passado dia sete de fevereiro e fomentado pela própria banda, já que não têm ainda uma editora, à semelhança do que fizeram em 2010 quando lançaram i want! i want!, o disco de estreia. Este vídeo tem feito furor na MTV norte americana, onde tem rodado com alguma insistência.
Os Walk The Moon estão a ultimar o disco de estreia, que será lançado na RCA Records e produzido por Ben H. Allen (Gnarls Barkley, Animal Collective). O álbum incluirá novas canções e versões renovadas de temas da banda, incluidos em i want! i want! e neste Anna Sun EP. Espero que aprecies a sugestão...
01. Tightrope
02. Anna Sun
03. Next In Line