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Old Mervs – Forget It

Segunda-feira, 09.09.24

David House e Henry Carrington-Jones são os Old Mervs, uma dupla australiana que está a fazer furor com um novo tema intitulado Forget It, produzido por Chris Collins e já com direito a um extraordinário vídeo, que mostra o grupo num cenário noturno urbano, interior e exterior, a interpretar a canção.

Forget It é um típico tema de rock efusivo, com fortes reminiscências no cenário indie britânico de início deste século, que tem o principal foco melódico em guitarras repletas de distorções, mas sem colocar de lado algumas sintetizações, nomeadamente ao nível dos arranjos. Uma excelente novidade dos Old Mervs, um projeto que já tinha impressionado a crítica no início deste ano com um outro single intitulado What You’ve Lost. Confere...

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publicado por stipe07 às 10:11

Suuns – The Breaks

Sexta-feira, 06.09.24

Os Suuns são um dos segredos mais bem guardados do panorama alternativo canadiano. Apareceram em dois mil e sete pela mão do vocalista e guitarrista Ben Shemie, ao qual se juntam, atualmente, Joseph Yarmush e Liam O’Neill. Estrearam-se nos álbuns em dois mil e dez com Zeroes QC e três anos depois chegou o extraordinário Images Du Futur, um trabalho que lhes elevou o estatuto grandemente, tendo merecido enormes elogios, não só no Canadá, mas também nos Estados Unidos e na Europa. Já na segunda metade da última década a dose dupla Hold/Still e Felt manteve a bitola elevada, dois discos que confirmaram definitivamente que estamos na presença de um grupo especial e distinto no panorama indie e alternativo atual.

SUUNS Announce New Album 'The Breaks', Share New Single - Our Culture

Em dois mil e vinte e quatro os Suuns continuam a enriquecer o seu catálogo com um novo disco intitulado The Breaks. É o sexto compêndio da carreira do trio sedeado em Montreal e acaba de ver a luz do dia, com a chancela da Joyful Noise Recordings.

Tomo de oito canções exemplarmente buriladas e encharcadas com o já habitual ambiente místico, nebuloso, exemplarmente caótico e tremendamente orgânico que alimenta o catálogo dos Suuns, The Breaks abre as hostilidades com cândura, imagine-se, à boleia de Vanishing Point, canção perfeita para servir de banda sonora para uma início de manhã tranquila, de preferência de um dia sem rumo ou planos. É um perfil sonoro bastante intimista e até sentimental que volta a impressionar quase no ocaso do disco, em Doreen, tema que encontra no minimal mas aconchegante dedilhar de uma guitarra o braço direito do registo vocal envolvente de Ben, dupla que depois cede o pódio a um jogo subtil, mas intrincado, de diversas interseções sintéticas, com um intenso travo progressivo e experimental.

Pelo meio, os Suuns dedicam-se a demonstrar, com irrepreensível criatividade, uma mestria interpretativa que estes verdadeiros músicos e filósofos exalam com superior requinte na sedutoramente intrigante Fish On A String, no eletronoise pop apimentado de Rage, ou na impetuosidade atmosférica bastante peculiar e climática de Road Signs and Meanings, o âmago de The Breaks

O registo eminentemente experimental e intuitivo do tema homónimo, composição que se projeta num conjunto de rugosas e abrasivas sintetizações, com uma base sonora bastante peculiar e climática, ora banhadas por um doce toque de psicadelia narcótica a preto e branco, ora consumidas por uma batida com um teor ambiental denso e encorpado e o perfil abrasivo, mas tocante, de Wave, tema agregado em redor de um sintetizador artilhado de diversos efeitos cósmicos e de um registo vocal robotizado clemente, rematam com superior quilate o conteúdo magistral de um disco em que quem mais ordena é uma peculiar e distinta pafernália de ruídos sintéticos, mas em que o modo como as cordas espreitam no meio desse minucioso caos, não é notoriamente obra do mero acaso, algo bem vincado, por exemplo. na já referida Doreen.

Masterizado por James Plotkin e produzido por Adrian Popovich, The Breaks é música futurista para alimentar uma alquimia que quer descobrir o balanço perfeito entre idealismo e conflito e que aos poucos, para o conseguir, acaba por revelar uma variedade de texturas e transformações que configuram uma espécie de psicadelia suja, assente numa feliz união entre o orgânico e o sintético, simbiose com uma certa tonalidade minimalista mas que costura todas as canções do álbum, sem excessos e onde tudo é moldado de maneira controlada. Novamente assertivos e capazes de romper limites, os Suuns oferecem-nos, entre belíssimas sonorizações instáveis e pequenas subtilezas, um portento sonoro de invulgar magnificiência, um verdadeiro orgasmo volumoso e soporífero, disponível para quem se deixar enredar numa espécie de armadilha emocionalmente desconcertante, feita com uma química interessante e num ambiente despido de exageros desnecessários, mas que busca claramente a celebração e o apoteótico. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 15:45

Wings Of Desire – Shut Up And Listen EP

Quinta-feira, 05.09.24

A dupla britânica Wings Of Desire é natural da cidade de Stroud, no sul de Inglaterra e junto da fronteira com o Pais de Gales. Chamaram a atenção da crítica o ano passado com o disco Life Is Infinitive, uma coleção de treze canções que a banda tinha lançado anteriormente online e que teve a chancela da WND Recordings.

Wings of Desire command us to "Shut Up And Listen" on their new EP - EARMILK

Um ano depois desse álbum, a dupla formada por James Taylor e Chloe Little está de regresso com um novo EP intitulado Shut Up & Listen, um tomo de quatro temas que tem um cariz benemérito, já que a receita da venda de uma edição limitada do registo em formato cassete irá reverter para uma associação da cidade natal chamada The Long Table, que ajuda diariamente com refeições pessoas carenciadas.

Quando a efervescência nebulosa das guitarras que conduzem o tema que dá nome a este EP entram pelos nossos ouvidos, somos transportados para um gloriosa herança sonora enérgica e que sustentou, na década de oitenta do século passado, uma forma de fazer rock que olhava com particular gula para uma certa tonalidade psicadélica, que tinha também um forte travo cinematográfico. E. de facto, a música destes Wings Of Desire tem essa capacidade imediata de fazer ressurgir da mente de quem os escuta, cadeias de eventos, mais ou menos extraordinários e que, muitas vezes, não são mais do que desejos recalcados, ou medos e anseios que o nosso âmago guarda a sete chaves. 

Com uma temática bem vincada e que procura encarnar uma espécie de aviso contra o niilismo e a ignorância, alimentados cada vez mais por uma distopia digital que ameaça perigosamente a Mãe Terra, através de massas automatizadas e influenciadores algorítmicos que nos poderão levar para um futuro distópico, Shut Up And Listen impressiona por este ponto de vista algo apocalítico em que o universo e a Terra estão a já a exibir as suas próprias formas de vingança bíblica, na forma de inundações, furacões, tremores de terra ou explosões solares. No entanto, canções como Forgive and Forget (Reprise), composição que os Arcade Fire não menosprezariam ter no seu catálogo, também nos dão um laivo de esperança no futuro, porque enquanto existirmos como espécie, também haverá lugar para o amor e para a compreensão relativamente ao outro.

Assim, este aviso constante relativamente a uma possível destruição iminente, é-nos suavemente entregue com melodias vibrantes, recriadas não só pelas já referidas guitarras, mas também por sintetizadores planantes, que incubam portentos de krautrock com um groove hipnotizante, verdadeiros orgasmos de rock progressivo, vigorosos mas também melancólicos, onde não falta um forte apelo ao airplay radiofónico, mas também à introspeção pura e dura. Este EP é, de facto,  um verdadeiro soporífero, feito de versos fortes e cantantes e refrões gritantes, verdadeiros hinos de estádio que nos mostram que ainda podemos viver neste mundo a tentar melhorar o nosso eu, em busca de uma efémera perfeição. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 15:46

The WAEVE – Broken Boys

Quarta-feira, 04.09.24

Graham Coxon, um dos elementos fundamentais dos Blur e Rose Dougall são a espinha dorsal de um curioso novo projeto britânico intitulado The WAEVE, que se estreou nos lançamentos discográficos em fevereiro do ano passado com um registo homónimo de dez canções, que teve a chancela da Transgressive Records.

The WAEVE release new single "Broken Boys" : r/MP3sandNPCs

Agora, no ocaso do verão de dois mil e vinte e quatro, a dupla está de regresso com um novo tema intitulado Broken Boys, o mais recente avanço divulgado do alinhamento de City Lights, o novo álbum da dupla, produzido por James Ford e que chega aos escaparates dentro de dias, mais precisamente a vinte deste mês.

Broken Boys é uma canção impulsiva e vigorosa, seca e contundente um verdadeiro tratado de indie rock garageiro contemporâneo, feito com guitarras abrasivas e um registo percussivo frenético e hipnótico e mais uma prova evidente que nesta dupla britânica o chamado pós punk britânico tem uma esplendorosa via sonora aberta para se expressar de modo particularmente radiante e efusivo. Confere...

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publicado por stipe07 às 17:18

The The – Some Days I Drink My Coffee By The Grave Of William Blake

Terça-feira, 03.09.24

Vinte e quatro anos depois de NakedSelf, o projeto The The, encabeçado por Matt Johnsson, está de regresso aos discos em dois mil e vinte e quatro com Ensoulment, um alinhamento de doze canções que irão ver a luz dia no final desta semana, com a chancela do consórcio Cinéola e earMUSIC.

THE THE Debut “Some Days I Drink My Coffee By The Grave Of William Blake” -  Northern Transmissions

Ensoulment foi escrito em Londres por Matt, que compôs as letras e criou o esboço de grande parte dos temas. O álbum foi depois burilado pelos restantes membros da banda, que afirmam que o disco entronca no adn dos The The, sem deixar de conter algumas nuances novas que vão ao encontro dos gostos musicais atuais dos membros do projeto. Tematicamente, o álbum tanto vai versar sobre a contemporaneidade política, o amor e as guerras em curso, como sobre alguns dilemas que hoje colocam em sobressalto o íntimo de Matt, colocando, desse modo, no centro da sua filosofia artística, a complexidade emocional da condição humana.

De Ensoulment já conferimos, no passado mês de maio, Cognitive Dissident, o tema que abre o disco. Cerca de seis semanas depois escutámos uma canção intitulada Linoleum Smooth To The Stockinged Foot, a nona do seu alinhamento, um tema escrito por Matt numa cama de hospital, sob efeito de morfina, enquanto recuperava de uma operação cirúrgica e que, sonoramente, contava com as participações especiais de Sonya Cullingford (violino), Terry Edwards (trompas), Gillian Glover (vozes) e Danny Cummings (percussão).

Agora, a poucos dias de Ensoulment ver a luz do dia, já podemos conferir Some Days I Drink My Coffee By The Grave Of William Blake, a segunda composição do alinhamento do álbum. Some Days I Drink My Coffee By The Grave Of William Blake começa por ser um nostálgico oásis de acusticidade intimista, que impressiona pelo clima jazzístico da percussão e por diversos entalhes metálicos. no entanto, o refrão oferece à canção o indispensável travo elétrico e rugoso com que está impregnado o adn dos The The, intocável há cerca de quatro décadas. Confere...

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publicado por stipe07 às 15:58

Nick Cave & The Bad Seeds - Wild God

Segunda-feira, 02.09.24

Já está nos escaparates Wild God, o décimo oitavo registo de originais da carreira de Nick Cave, sempre acompanhado pelos fiéis The Bad Seeds. Wild God foi gravado nos estúdios Miraval Studios, Provence e Soundtree, em Londres, misturado por David Fridmann, produzido pelo próprio Nick Cave, com a providencial ajuda de Warren Ellis e conta com as particpações especiais de Colin Greenwood, dos Radiohead e Luis Almau.

Nick Cave and the Bad Seeds' 'Wild God' is All About Joy

Sucessor do excelente Ghosteen, de dois mil e dezanove, Wild God tem o carimbo da PIAS Recordings e oferece-nos, uma vez mais, um impressionante e comovente testemunho de um músico, a oferenda desinteressada de uma pessoa igual a todas as outras, mas que viveu nos últimos anos a maior dor física e emocional que um ser humano pode vivenciar, a perda de dois filhos. Já em dois mil e dezasseis o álbum Skeleton Tree e o documentário One More Time With Feeling, tinham bem impressas as marcas desse luto que o tem obrigado a questionar-se ininterruptamente e sobre tudo, utilizando a criação musical como uma espécie de exorcização da dor, que se mantém bem viva. Recordo que em julho de dois mil e quinze Arthur Cave, filho de Nick Cave, com quinze anos, morreu na sequência de uma queda acidental de um penhasco de dezoito metros, em Brighton, na Inglaterra e há apemas dois anos Jethro, outro filho seu, com trinta e dois anos, também faleceu.

Wild God parece-nos ser o veículo que Cave utiliza para dar a volta por cima, porque é um disco que nos ajuda, sem qualquer dúvida, a sentir novamente paixão pela vida, dando-nos aquele impulso que às vezes precisamos para seguir em frente depois de uma fase menos positiva da nossa existência. Orquestralmente rico e intenso, exemplarmente burilado, com o piano a estar sempre omnipresente em quase todas as dez músicas do registo, mas também repleto de inebriantes e efusivos arranjos de cordas, sopros e percussivos, Wild God é um exemplar exercício de luxúria sonora, um contundente tratado sonoro no modo como transpira uma farta espiritualidade, que atinge neste caso uma dimensão inédita, devido a uma profundidade que comove, instiga, questiona, e quase esclarece, porque contamina e alastra-se, tornando-se compreensível por todos aqueles que testemunham e sentem na pele tudo o que é aqui descrito, com ímpar grau de realismo, por exemplo, logo a abrir, em Song Of The Lake, tema que nos ensina a todos que podemos ser reis, nem que seja por apenas um dia. São composições ampliadas por subtilezas instrumentais de raro requinte e intensidade e pela voz de Cave, mais grave e nasalada do que nunca e que parece não suspirar mas implorar ao nosso ouvido, com cruel nitidez e assombro.

As letras ajudam a este intimismo, já que além do omnipresente amor, estrondoso no modo como é endeusado em O Wow O Wow (How Wonderful She Is), uma fabulosa canção de amor e em Final Rescue Attempt, tema que nos faz refletir sobre as oportunidades perdidas e como raramente temosdireito a uma segunda oportunidade. Depois, elementos da natureza, como montanhas, cursos de água e árvores, abundam, juntamente com as já habituais referências à divindade e, amiúde, a uma hipotética incompreensão por parte de Deus relativamente ao sofrimento alheio, como é o caso do tema homónimo. Em contraponto, canções como Frogs ou Conversion incorporam todo um sentimento de amargura e mesmo de algum desprezo, mas numa perspetiva essencialmente orgânica, terrena e até racional, sendo temas que, de algum modo, nos esclarecem que Cave está disposto a olhar em frente e a manter-se fiel à crença no amor como sentimento maior.

Disco belo no modo como parece apaziguar o inapaziguável, mas também na forma como inquieta e recria aquela sensação de desespero comum e contínuo que nos assola a todos, enquanto nos oferece um indisfarçável sentido de esperança, Wild God contamina-nos com o bem e faz-nos ter a certeza que nada é irremediável e que o amanhã pode ser sempre um feliz recomeço. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 14:54

Cassettes On Tape – Blue Nine

Domingo, 01.09.24

Os Cassettes On Tape são uma banda post punk de Chicago formada por Joe Kozak (guitarras e voz), Greg Kozak (baixo e voz), Shyam Telikicherla (guitarras e voz) e Chris Jepson (bateria), que deram o pontapé de saída há cerca de uma década com os eps Cathedrals (2012) e Murmurations (2014). Estrearam-se nos lançamentos discográficos em formato longa duração em dois mil e dezassete com Anywhere, dez canções produzidas e misturadas por Jamie Carter no Atlas Studio e na Pie Holden Suite, em Chicago e masterizadas por Carl Saff.

Alright Already | Cassettes on Tape

Cinco anos após essa auspiciosa estreia, os Cassettes On Tape regressaram em dois mil e vinte e dois ao processo criativo, começando por divulgar, no início do verão desse ano, duas novas canções que, já na altura, lançaram rumores de poder estar para breve um novo disco do grupo. Os temas chamavam-se Pinks And Greys e Summer In Three e ambos assentavam numa receita assertiva que, olhando com gula para a simbiose de legados deixados por nomes como Ian Curtis ou Robert Plant e não descurando a habitual cadência proporcionada pela tríade baixo, guitarra e bateria e uma outra tendência mais virada para a psicadelia, primavam por um sofisticado bom gosto melódico, com forte impressão oitocentista.

Depois, já em pleno outono desse mesmo ano, os Cassettes On Tape voltaram às luzes da ribalta com um naipe de novas canções. Começaram por divulgar um novo tema intitulado Hopeful Sludge, dias depois voltaram à carga com High Water e, já em dois mil e vinte e três, há precisamente um ano, chegou à nossa redação Summer Ghost e Alright Already.

Agora, já em dois mil e vinte e quatro, e sem a confirmação de um novo álbum, os Cassettes On Tape, voltaram a revelar uma fornada de novas canções, sendo a mais recente Blue Nine. É um tema de forte pendor nostálgico, que volta a colocar os Cassettes On Tape a olharem com gula para o melhor rock alternativo oitocentista, com a herança dos míticos The Sound a surgir logo na retina assim que se começa a escutar a composição. Guitarras com um delicioso travo lo fi, mas que também debitam cascatas de distorções rugosas e impulsivas, são o modus operandi essencial de Blue Nine, canção que vai agradar a todos os amantes deste espetro sonoro. Confere...

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publicado por stipe07 às 19:41

Orcas – How To Color A Thousand Mistakes

Sábado, 31.08.24

Thomas Meluch aka Benoît Pioulard e Rafael Anton Irisarri são a dupla que dá vida ao projeto norte-americano Orcas, que baseia a sua sonoridade em elementos melódicos clássicos, etéreos e na eletrónica de cariz mais acústico e ambiental. Já com um inestimável catálogo em carteira, estão de regresso aos discos com um alinhamento de dez canções intitulado How to Color A Thousand Mistakes, que tem a chancela da insuspeita Morr Music.

How to Color a Thousand Mistakes | Orcas

How To Color A Thousand Mistakes sucede ao registo Yearling que viu a luz do dia em dois mil e catorze e são vários os momentos altos do seu alinhamento. Depois da curiosa intro Sideral, uma janela que se abre de modo escancarado para um universo sonoro com uma identidade exemplarmente definida, as sintetizações planantes e o timbre adocicado da guitarra que depois não receia perder-se em tonalidades mais abrasivas e majestosas, são pináculos que sustentam Wrong Way To Fall, ingredientes apresentados ao ouvinte com deslumbre e que se vão manter com imponência até ao ocaso do disco. O baixo vigoroso de Riptide e o elevado timbre psicadélico das cordas que conduzem Next Life, são outros detalhes que enriquecem tremendamente How To Colour A Thousand Mistakes, um belo tratado de dream pop, que calcorreia territórios eminentemente esotéricos e sintéticos, mas que também não deixa de conter um certo travo aquele indie rock mais contemplativo, melancólico e atmosférico, mas mesmo assim incisivo, encarnando uma sonoridade que vai ao encontro daquilo que são hoje importantes premissas de quem acompanha as novidades deste espetro sonoro e que, num período de algum marasmo, deveria ser uma estética com maior acolhimento junto do público.

Uma das principais marcas identitárias do cardápio musical dos Orcas é a  voz expressiva e serena de Thomas Meluch, uma espécie de registo aquático, digamos assim, como se ele estivesse a cantar imerso num oceano feito com uma elegância decadente, mas processado eletrónicamente. É esta a voz que, em How To Color A Thousand Mistakes, estabelece uma espécie de equilíbrio entre uma escrita cheia de apelos emocionais, abstrações pouco acessíveis e uma astúcia melódica que se insinua continuamente, na busca de uma transcendência distinta e individual.

Em suma, este é um daqueles discos cheio de hinos fluorescentes, que acabam por ter poucas semelhanças com a estrutura normal da tradicional canção pop e onde estão presentes vários tipos de ruído, nem sempre de simples catalogação, um outro aspeto importante e que dá à maioria dos temas uma expansividade que muitas vezes ainda incrementa mais o ambiente soturno dos mesmos.

Orcas acena-nos para entrarmos num mundo bastante peculiar, ou então, em alternativa, criarmos nos nossos próprios termos um universo que possa aconchegar devidamente estas dez canções, ideiais para servirem de banda sonora a uma atmosfera psicadélica, mas bastante silenciosa, onde reina um imparável e majestoso nascer do sol. Aqui, se deixares, o singelo aproxima-te da perfeição. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 14:27

Laura Marling – No One’s Gonna Love You Like I Can

Sexta-feira, 30.08.24

A britânica Laura Marling tem na sua posse um excelente catálogo de indie folk que além de ter carimbado a sua já inatacável reputação como cantora e compositora, acabou por lhe valer comparações como nomes tão importantes como Joni Mitchell ou Patti Smith. Essa coleção sonora assinada por Laura Marling vai conhecer um novo capítulo em outubro, um disco intitulado Patterns In Repeat, que chegará aos escaparates no dia vinte e cinco desse mês, com a chancela do consórcio Chrysalis/Partisan Records.

Laura Marling lança novo single "No One's Gonna Love You Like I Can" - A  Rádio Rock - 89,1 FM - SP

Dos dez temas que fazem parte de Patterns In Repeat, escutámos há pouco mais de um mês Patterns, a segunda composição do alinhamento do álbum, considerada a canção charneira de um disco gravado e produzido pela própria Marling em seu estúdio caseiro em Londres e muito inspirado na experiência recente da autora com a maternidade e as novas rotinas e mudanças familiares que essa realidade inevitavelmente lhe provocou.

Agora, quase no ocaso de agosto, chega a vez de conferirmos No One’s Gonna Love You Like I Can, a quarta canção do alinhamento de Patterns In Repeat. Este tema um portento de acusticidade intimista, em que alguns violinos e o registo vocal bastante emotivo de Marling assumem o papel principal no sustento de um quadro melódico bastante minimalista, mas profundamente evocativo. Confere...

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publicado por stipe07 às 13:00

The Smile - Foreign Spies vs Zero Sum

Quinta-feira, 29.08.24

Cerca de oito meses depois do excelente registo Wall Of Eyes, o segundo álbum do trio formado por Thom Yorke e Jonny Greenwood, o chamado núcleo duro dos Radiohead e Tom Skinner, baterista do Sons of Kemet, os The Smile estão de regresso aos discos ainda em dois mil e vinte e quatro com Cutouts, um alinhamento de dez canções gravado em Oxford e nos estúdios Abbey Road no mesmo período em que foi nicubado Wall Of Eyes. Produzido por Sam Petts-Davies, Cutouts conta com arranjos de cordas assinados pela London Contemporary Orchestra e terá a chancela, como é habitual nos discos dos The Smile, da XL Recordings.

The Smile announce new album 'Cutouts' with two singles 'Foreign Spies' and  'Zero Sum'

Já neste mês de agosto os The Smile começaram por chamar a nossa atenção com as canções, Don’t Get Me Started e The Slip e agora estão de novo em escuta no nosso espaço por causa de Foreign Spies e Zero Sum, mais duas composições que vão, certamente, fazer parte do alinhamento de Cutouts.

Foreign Spies versa sobre a aparência de um mundo perfeito e a realidade perturbadora que se pode esconder por trás dele e, sonoramente, assenta num perfil eminentemente sintético, com alguns sintetizadores cósmicos e um registo vocal melancólico a criarem um belo exercício de eletrónica ambiental. Quanto a Zero Sum, é uma sátira à confiança que todos depositamos na informática e no mundo virtual e oferece-nos quase três minutos de rock frenético, com uma personalidade eminentemente orgânica. Guitarras abrasivas e um baixo corpulento são os ingredientes essenciais de uma canção com um elevado travo punk. Confere Foreign Spies, Zero Sum e o artwork de Cutouts...

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publicado por stipe07 às 10:05






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