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Preoccupations – Ill At Ease

Segunda-feira, 12.05.25

Pouco mais de dois anos depois do espetacular registo Arrangements, o projeto canadiano Preoccupations, formado por Matt Flegel, Mike Wallace, Scott Munro e Daniel Christiansen, que já se chamou Viet Cong ainda nesta vida e que tem estado permanentemente na linha da frente da reinvenção do rock, volta a distribuir jogo em dois mil e vinte e cinco com Ill At Ease, um alinhamento de oito canções que viu ontem a luz do dia, com a chancela da Born Losers, a etiqueta do próprio grupo, que cessou a sua ligação à Jagjaguwar.

Preoccupations Announce New Album Arrangements, Share New Song “Ricochet”:  Listen | Pitchfork

Mestres em replicar um som de forte cariz urbano e industrial, um perfil interpretativo que ali, algures entre o apogeu do punk rock oitocentista e o enganador ocaso daquele krautrock que ganhou forma e sustento na década anterior, encarnado, à época, num vaivem transatlântico entre Berlim e a costa leste dos Estados Unidos, os Preoccupations são, claramente, um dos projetos mais excitantes da atualidade dentro do espetro sonoro em que se movimentam.

Neste seu novo álbum, logo no frenesim enleante e hipnótico de Focus, um tema vibrante, efusivo e repleto de efeitos sintéticos de forte cariz retro e com uma ímpar tonalidade abrasiva, os canadianos mostram, com vigor, ao que vêm e de que tempero se coze Ill At Ease, um alinhamento de oito canções que mostram o modo impressivo como os Preoccupations voltam a querer estar na vanguarda da indução de novas nuances e conceitos estilísticos a um género sonoro demasiado abrangente para se poder dizer que são diminutas as possibilidades de lhe acrescentar algo de novo e diferente.

De facto, logo nos diversos entalhes percurssivos que dão vida a Bastards, uma rapidinha rebelde encharcada em nostalgia e no modo como Ill At Ease, uma canção que reflete sobre aquela sensação que todos já experimentámos de acordarmos e ainda não sabermos muito bem se já acabámos de sonhar e que assenta a sua base melódica, apelativa e radiofónica, numa batida sintética abrasiva, que vai recebendo minuciosamente vários efeitos de elevado travo metálico e guitarras com elevada inspiração oitocentista, como convém a um projeto que coloca o pós punk na linha da frente, deixamos de duvidar que os Preoccupations estão de facto na vanguarda do renascimento de um tipo de sonoridade que diz muito à minha geração, mas que também encantará, certamente, todos aqueles que, não tendo vivido esses tempos, apreciam o modo como hoje também é possível transformar rispidez visceral em algo de extremamente sedutor e apelativo.

Até ao ocaso de Ill At Ease, as cordas ecoantes de Retrograde, inflamadas por diversos efeitos cavernosos, a epicidade fulgurante das guitarras abrasivas que sustentam Andromeda, a bateria seca e os entalhes metálicos que marcam Panic e as primorosas sintetizações que dão  indispensável tempero às cordas efervescentes que sustentam dois prodígios melódicos encarnados chamados Sken e Krem2, ficamos convencidos da imponência de um disco transcendente e que fere porque atinge o âmago, mesmo que, a espaços, se sirva de uma matriz sonora algo esquizofrénica e fortemente combativa, mas que, no fundo, purifica e frutifica novos detalhes, nessa tal mistura exemplar entre post punk e shoegaze.

Não há, na música dos Preoccupations, uma busca pela indução no ouvinte de estados de alma límpidos, puros e aconchegantes e esse é, mesmo que alguns discordem, um dos grandes atributos deste projeto de Calgary. Ill At Ease é mais uma marca qualitativa de superior calibre desta permissa, porque traduz um saudável experimentalismo, feito à boleia de um exercício sonoro catárquico, onde reina uma certa megalomania e uma saudável monstruosidade agressiva, tudo isto aliado a um curioso sentido de estética, que fascina e seduz. Espero que aprecies a sugestão...

01. Focus
02. Bastards
03. Ill At Ease
04. Retrograde
05. Andromeda
06. Panic
07. Sken
08. Krem 2

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publicado por stipe07 às 15:23

Arcade Fire - Pink Elephant

Sábado, 10.05.25

Três anos depois de WE, os canadianos Arcade Fire de Win Butler, Régine Chassagne, Jeremy Gara, Tim Kingsbury e Richard Reed Parry, estão de regresso ao formato longa duração com Pink Elephant, um alinhamento de dez canções, que acaba de ver a luz do dia com a chancela da Columbia Recordings.

arcade fire pink elephant

pic by Danny Clinch

Produzido por Win Butler, Régine Chassagne e Daniel Lanois e gravado em Nova Orleães, nos Estúdios Good News Recording Studio de Win e Régine, Pink Elephant é descrito pelos Arcade Fire como cerca de quarenta e dois minutos de punk místico cinematográfico, que convida o ouvinte para uma odisseia sonora, uma busca pela vida que existe dentro da perceção do indivíduo, uma meditação sobre a escuridão e a luz, a beleza interior, enquanto se debruça sobre aquela sensação que todos conhecemos de querermos evitar um pensamento o mais possível e esse simples facto ser suficiente para que ele não se desvaneça.

De facto, quer o aspeto visual do álbum, quer o conteúdo sonoro do mesmo, confirmam estarmos na presença desse tal passo concetual que encarna, claramente, um passo em frente na carreira do projeto canadiano, cada vez mais distante do épico rock alternativo, com deliciosas pitadas de indie folk, que nos marcou a todos no início deste século.

Assim, em Pink Elephant, com diversidade, criatividade e, a espaços, com elevado hipnotismo e magnetismo e sempre com uma contemporaneidade ímpar, os Arcade Fire colocam todas as fichas numa filosofia sonora que encarna uma espécie de arco interpretativo que abraça a herança kraftwerkiana setentista com o período áureo do melhor punk rock oitocentista.

Logo no tema de abertura, Open your heart or die trying, percebemos que, num momento sinteticamente empolgante, há aqui algo de diferente e inédito, apesar de os Arcade Fire terem tido sempre uma forte componente cinematográfica nos seus temas. O modo como esse instrumental enleante se estende para o tema homónimo, aprimora uma aconchegante sensação comunicativa que se estende, em Pink elephant, numa canção que nos afaga no modo como uma guitarra hipnótica e uma bateria arrastada se entrelaçam, enquanto puxam por alguns dos sentimentos mais intensos e indecifráveis que decoram o nosso âmago.

Depois desta introdução imersiva, o disco aprofunda-se no ímpeto, no ruído e no arrojo. Year Of The Snake impressiona pelo modo como o baixo, pela primeira vez sob os comandos de Régine, conduz os seus pouco mais de cinco minutos de longa duração de modo envolvente e emotivo, com a bateria, tocada também em modo estreia por Win Butler, a ser o parceiro perfeito no modo como juntos sustentam um indie rock que, mesmo só encontrando a cor e o brilho nas guitarras quase no seu ocaso, não deixa de ser impetuoso, entusiástico e épico, como é norma neste grupo canadiano.

Depois, em Circle Of Trust, um extraordinário tratado de indie pop e já um dos melhores temas do catálogo dos Arcade Fire, escuta-se vigor, epicidade e têmpera, mas também pureza e imediatismo, curiosamente pilares que sustentaram o rock impetuoso dos primórdios deste século, mas feito, na altura, de modo mais firme, por outros nomes. A partir daí, em climas eminentemente clássicos e progressivos, como em Beyond Salvation e Alien Nation, respetivamente, testemunhamos mais duas canções em que constatamos, com elevada dose de impressionismo e simbiose, toda esta trama conceptual que conduziu a filosofia sonora do álbum.

Até ao ocaso de Pink Elephant, no intimismo clemente de Ride or die, um oásis de cordas reluzentes, na sublime abordagem a ambientes mais eletrónicos em I love her shadow, uma composição em que um teclado algo lascivo, assume, sem pudores, primazia sensorial e, finalmente, na intensidade crescente de Stuck In My Head, um tema pulsante e explosivo, somos sugados por um disco cheio de grandes instantes sonoros e que acaba realmente por funcionar como uma espécie de momento de ruptura com o catálogo anterior dos Arcade Fire.

Se Everything Now foi um olhar crítico e críptico dos Arcade Fire sobre o imediato e, na altura, um claro manifesto político e de protesto claro ao rumo que o país vizinho tinha tomado com primeira subida de Trump ao poder, além da abordagem sociológica que o disco fazia aos novos dilemas da contemporaneidade de cariz mais urbano e tecnológico em que a dita sociedade ocidental mais desenvolvida ainda hoje vive e se WE olhou ainda mais em frente, projetando um futuro imaginário, liberto de muitas das amarras que hoje nos afrontam, ao mesmo tempo que refletia sobre o perigo das forças que constantemente tentam nos afastar das pessoas que amamos e a urgente necessidade de superá-las, Pink Elephant mostra-nos que ainda vale a pena sonhar e tentar, em simultâneo, afugentar os maus pensamentos, desde que canalizemos o medo e a solidão do isolamento, na busca incessante de alguém que nos possa dar uma vida mais cor-de-rosa, porque não há nada mais forte neste mundo do que os poderes da alegria da partilha e da conexão com alguém que amemos e que nos ame. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 14:37

mutu - Estado Novo

Sexta-feira, 09.05.25

Projeto bracarense formado em 2020, mutu é um quarteto heterogéneo no que respeita aos gostos e influências dos seus elementos. Da electrónica à música tradicional, passando pelo jazz, o psicadelismo, o fado e o post-rock, tudo se combina num tecido musicalmente moderno e minimalista encimado por uma voz evocativa de uma portugalidade de outrora, transmitindo mensagens que apelam a um sentido crítico sobre importantes problemáticas sociais.

Mutu. Crédito Juliana Ramalho

Os mutu estrearam-se nos discos com o registo A Morte do Artista, que levaram a várias salas míticas do país, nomeadamente o Teatro Circo, o gnration, a Casa da Música e também constaram, o ano passado, do cartaz de vários festivais, nomeadamente o Paredes de Coura e o Primavera Sound, no Porto.

Agora, e já com promessa de disco novo para dois mil e vinte e seis, os mutu estão de regresso à estrada com uma digressão que passou há alguns dias pelo Festival Desecentrar em Este, nos arredores de Braga e que tem como próximos capítulos, o Maus Hábitos no Porto, a dezasseis de maio, Famalicão, no dia trinta de maio, Marinha Grande no dia cinco de setembro e, no dia seguinte, Ourém.

Para esta nova fornada de espetáculos os mutu levam na bagagem um novo single intitulado Estado Novo, que deverá fazer parte do segundo disco do grupo. Canção enleante, com um ímpar perfil clássico, mas sem dispensar uma salutar rugosidade e crueza e tendo como eixo central um piano hipnótico que depois vai recebendo sintetizações inebriantes e outros arranjos das mais variadas proveniências instrumentais, quer orgânicas, quer sintéticas, Estado Novo é um convite à resistência, de um discurso que os mutu consideram que se está a repetir nos dias de hoje por cá e que plasma um crescimento do ultranacionalismo e do fascismo vestido de novas cores, mas a carregar a mesma essência: medo, divisão e manipulação. Sem recursos de censura ou de uma polícia política, a propaganda espalha-se pelas redes sociais e pelos meios de comunicação, num discurso encoberto pelo patriotismo e pelo ódio ao diferente e às ideias novas. Confere...

instagram @mutu.music

facebook @mutu.fb

youtube youtube.com/@mutu.videos

spotify open.spotify.com/artist/6np57AmYU7ZFM0XZdCtG1O

live @ primavera sound porto youtu.be/uA1_GezOHm0

showcase @ porta253 https://youtu.be/IHOGTCUdOVs

 

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publicado por stipe07 às 13:42

Hallelujah The Hills – Crush All Night (feat. Sad13)

Quinta-feira, 08.05.25

Os Hallelujah The Hills são uma banda indie de Boston, no Massachusetts, formada em dois mil e cinco por Ryan Walsh, ao qual se juntam atualmente, na formação, Elio DeLuca, Joe Marrett, Matt Brown, Eric Meyer, Brian Rutledge, Ryan Connelly. Estrearam-se em dois mil e sete com Collective Psychsis Begone, dois anos depois o sempre difícil segundo disco chamou-se Colonial Drones e chamaram a atenção da nossa redação em dois mil e doze com o registo No One Knows What Happens Next, um álbum que teve sucessor no dia treze de maio de dois mil e catorze, um trabalho intitulado Have You Ever Done Something Evil?, que contou com as participações especiais de Madeline Forster e Dave Drago e que também foi dissecado por cá.

Titus Andronicus' Patrick Stickles Guests On Hallelujah The Hills' "Here  Goes Nothing"

Há cerca de um ano os Hallelujah The Hills regressaram ao nosso radar devido a Here Goes Nothing, um tema que contava com a participação especial vocal de Patrick Stickles aka Titus Andronicus e que encarnou uma contribuição do grupo para o seu projeto DECK, um compêndio de cinquenta e duas canções que teriam como propósito dar origem a quatro álbuns, com cada tema a corresponder a uma carta de um baralho convencional.

Agora, novamente em maio, mas de dois mil e cinco, o grupo reafirma a intenção de incubar DECK, registo que vai chegar aos escaparates a treze de junho com a chancela do consórcio Discrete Pageantry Records/Best Brother Records e volta a impressionar-nos à boleia de Crush All Night, um novo single desse extenso e exaustivo trabalho, que conta com a participação especial vocal de Sad13, o projeto paralelo de Sadie Dupuis, líder dos Speedy Ortiz.

Os Hallelujah The Hills são mais um daqueles bons exemplos de uma banda que aposta em composições que procuram reviver o espírito instaurado nas composições e registos memoráveis lançados entre as décadas de setenta e oitenta, temas que usam, quase sempre, artifícios caseiros de gravação, métricas instrumentais similares e até mesmo temáticas bem relacionadas com o que definiu esse período e que é hoje a génese daquilo a que chamamos indie rock alternativo. No fundo, baseiam-se numa simbiose entre garage rock, pós punk e rock clássico. Crush All Night, um tema intenso, rugoso, fumarento e visceral, obedece a essas permissas, nomeadamente através do modo como as guitarras estão eletrificadas, enquanto sustentam uma sonoridade crua e rápida, que também deve muito da sua personalidade à pujança da bateria e do baixo e de algumas nuances com elevado travo psicadélico. Confere...

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publicado por stipe07 às 13:48

Half Moon Run – Another Woman

Quarta-feira, 07.05.25

Devon Portielje, Conner Molander e Dylan Phillips, são os Half Moon Run, um projeto canadiano oriundo de Montreal e que já faz música desde dois mil e nove. Estrearam-se nos discos três anos depois com Dark Eyes e em dois mil e quinze chamaram a atenção desta redação devido a Sun Leads Me On, um disco que tinha o selo Glassnote Records. Em dois mil e dezanove adicionaram ao seu catálogo o álbum A Blemish in the Great Light e no verão de dois mil e vinte e três voltaram a ser escutados por cá à boleia de Salt, o último disco do projeto, um compêndio de onze canções que navegavam nas águas turvas de um indie rock que em determinados momentos tanto infletia para a folk como para a própria eletrónica.

Half Moon Run Montreal band

Nas últimas semanas os Half Moon Run voltam a chamar a atenção do nosso radar por causa de alguns temas que têm divulgado e que tinham ficado de fora do alinhamento de Salt, tendo sido criados durante o processo de gravação desse registo. Assim, em dezembro último tivemos a oportunidade de conferir Loose Ends, um solarengo e otimista instante sonoro, em que um buliçoso piano e uma viola acústica exemplarmente dedilhada, se iam cruzando entre si no processo de construção melódica de uma composição tocante, feliz e detalhisticamente rica.

Depois, já em fevereiro, chegou a vez de escutarmos Back On The Road, outra magnífica canção, que também assentava a sua base sonora numa filosofia interpretativa eminentemente acústica, mas que olhava com especial gula para a herança da melhor country que se faz do lado de lá do atlântico.

No ocaso de março, tivemos a oportunidade de conferir The Message, uma composição enérgica, tocante e frenética e que exalava um curioso travo radioheadiano, filosofia estilística que de certa forma se repete em Another Woman, uma canção inicialmente leve, sonhadora, etérea e contemplativa, mas que a espaços se transforma numa espécie de grito de revolta e de libertação. Confere...

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publicado por stipe07 às 13:47

Newton Faulkner – Alright Alright Alright

Terça-feira, 06.05.25

Após um hiato de meia década, o britânico Newton Faulkner está de regresso aos discos em dois mil e vinte e cinco, com um registo intitulado OCTOPUS, o oitavo da carreira do músico natural da pequena cidade inglesa Reigate, um trabalho que vai ver a luz do dia a dezanove de setembro com a chancela da Cooking Vinyl.

Alright Alright Alright

Alright Alright Alright é o primeiro single divulgado do alinhamento de OCTOPUS. É um tema impulsivo, vibrante e rugoso, que conta com a habitual assinatura sonora de Faulkner, que dá primazia a instrumentos com uma forte vertente acústica associada, sendo essa uma das imagens de marca do catálogo de Faulkner. Assim, contando com a contribuição especial vocal da dupla ucraniana The Bloom Twins, Faulkner ofereceu, em Alright Alright Alright, a essa sua imagem de marca, uma roupagem fortemente distorcida e eletrificada, incubando, desse modo, uma das canções mais imponentes e intensas do seu catálogo sonoro. Confere...

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publicado por stipe07 às 13:59

TOLEDO – Tall Kids

Segunda-feira, 05.05.25

Cerca de um ano depois do EP Popped Heart, a dupla nova iorquina TOLEDO, formada por Dan Alvarez e Jordan Dunn-Pilz, continua a revelar alguns temas em formato single, sendo o mais recente uma composição chamada Tall Kids, que sucede às canções Amends, divulgada em março e When He Comes Around, tema que passou em alta rotação nesta redação em dezembro último. Já agora, recordo que esta safra pós Popped Heart tinha começado em outubro e novembro, quando os TOLEDO editaram, respetivamente, os singles Zelda e Wanna.

Tall Kids é um belíssimo tratado de indie folk, pleno de romantismo e intimidade, com cordas vibrantes e deliciosamente cruas a entrelaçarem-se entre si, sem pressas, para depois, a espaços, receberem diversos entalhes sintéticos, eminentemente percussivos, enquanto um registo vocal adocicado e sentimentalmente intenso dá o toque de lustro final numa canção com um perfil melódico luminoso e enleante. Confere...

 

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publicado por stipe07 às 13:39

Cassettes On Tape – The Narrows vs Night Drive

Sexta-feira, 02.05.25

Há doze anos que vamos atualizando neste espaço de crítica e divulgação musical, cada novidade sonora dos Cassettes On Tape, uma banda post punk de Chicago formada por Joe Kozak (guitarras e voz), Greg Kozak (baixo e voz), Shyam Telikicherla (guitarras e voz) e Chris Jepson (bateria). Deram o pontapé de saída há pouco mais de uma década com os eps Cathedrals (2012) e Murmurations (2014) e estrearam-se nos lançamentos discográficos em formato longa duração em dois mil e dezassete com Anywhere, dez canções produzidas e misturadas por Jamie Carter no Atlas Studio e na Pie Holden Suite, em Chicago e masterizadas por Carl Saff.

Em plena primavera de dois mil e vinte e cinco os Cassettes On Tape estão de regresso ao nosso radar devido a The Narrows e Night Drive, duas novas canções do grupo, que surgem na sequência de um reinício do processo criativo do projeto em dois mil e vinte e dois, depois de uma espécie de hiato, com duas novas canções que, já nesse ano, lançaram rumores de poder estar para breve um novo disco do grupo. Os temas chamavam-se Pinks And Greys e Summer In Three e ambos assentavam numa receita assertiva que, olhando com gula para a simbiose de legados deixados por nomes como Ian Curtis ou Robert Plant e não descurando a habitual cadência proporcionada pela tríade baixo, guitarra e bateria e uma outra tendência mais virada para a psicadelia, primavam por um sofisticado bom gosto melódico, com forte impressão oitocentista.

Depois, já em pleno outono desse mesmo ano, os Cassettes On Tape voltaram às luzes da ribalta com um naipe de novas canções. Começaram por divulgar um novo tema intitulado Hopeful Sludge, dias depois voltaram à carga com High Water e, já em dois mil e vinte e três, chegaram à nossa redação Summer Ghost e Alright Already.

Em dois mil e vinte e quatro, e sem a confirmação de um novo álbum, os Cassettes On Tape, voltaram a revelar uma fornada de novas composições, sendo a última Blue Nine, um tema de forte pendor nostálgico, que voltou a colocar os Cassettes On Tape a olharem com gula para o melhor rock alternativo oitocentista, com a herança dos míticos The Sound a surgir logo na retina assim que se começou a escutar a composição.

Agora, com estas duas novas canções, The Narrows e Night Drive, o grupo de Chicago mantém firme o adn que sustenta o seu catálogo musical, apostando todas as fichas num shoegaze nostálgico com algum travo progressivo e melodicamente astuto, já que são temas que mantêm firme a tonalidade lo fi rugosa e impulsiva que carateriza o projeto, sem deixarem de exalar o sempre indispensável vigor sentimental. Confere...

 

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publicado por stipe07 às 13:48

Cool Sounds – Party Punisher

Quinta-feira, 01.05.25

O coletivo australiano Cool Sounds fez furor em dois mil e dezasseis quando se apresentou ao mundo com um extraordinário registo de estreia intitulado Dance Moves, uma notável coleção de canções pop que tinham no catálogo de bandas como os Talking Heads ou os Roxy Music declaradas influências. Dois anos depois os Cool Sounds viraram agulhas para territórios que calcorream o típico indie rock de cariz eminentemente lo-fi, com o registo Cactus Country, sempre com Dainies Lacey ao leme, o único membro da formação original que ainda permanece no agora sexteto Cool Sounds e a grande força motriz da banda.

Cool Sounds

Em dois mil e vinte e um as guitarras mantiveram-se na linha da frente estilística do grupo com o disco Bystander, que teve sucessor no ano seguinte, um trabalho intitulado Like That, que foi minuciosamente dissecado na nossa redação e que tinha nas pistas de dança o grande alvo. Era um disco com dez composições com uma sonoridade muito veraneante e repleto de sons essencialmente orgânicos, mas também de proveniência sintética, que iam surgindo ao longo do alinhamento de forma algo surpreendente, em alguns casos, mas que nunca pareceram desfasados ou exagerados, sempre em busca de um registo anguloso, vibrante e funky.

Agora, em plena primavera de dois mil e vinte e cinco, os Cool Sounds estão de regresso ao nosso radar à boleia de vários singles que têm divulgado de um novo álbum da banda intitulado Party Punisher, que irá ver a luz do dia dentro de algumas semanas e que vai ter a chancela da Blossom Rot Records.

Vibrante e solarenga, Just A Dream foi o primeiro single divulgado de Party Punisher. Esse tema impressionou-nos pelo modo como o acordeão e o xilofone ofereceram um toque de charme, diversidade e inedetismo, justificando que a canção fosse catalogada como detentora de uma abrangência estilística alargada, dentro do espetro que sustenta a melhor pop contemporânea.

Agora, cerca de uma semana depois, chega a vez de escutarmos o tema que dá nome ao álbum. Party Punisher é uma composição melodicamente hipnótica, porque assenta numa linha de baixo constante, exemplarmente acompanhada por uma bateria sempre intensa, com algumas distorções divagantes da guitarra e diversos entalhes sintéticos planantes a adornarem uma canção encharcada de entusiasmo e de vibrações positivas. Confere...

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publicado por stipe07 às 13:37

Jay-Jay Johanson – Ten Little Minutes

Quarta-feira, 30.04.25

Quatro anos depois do extraordinário registo Rorschach Test, o décimo terceiro álbum de Jay-Jay Johanson, o músico sueco está de regresso ao formato longa duração em dois mil e cinco, com um álbum ainda sem nome divulgado, mas do qual já são conhecidos vários extraordinários avanços, que têm impressionado verdadeiramente a nossa redação.

Jay-Jay Johanson – Mr. Fredrikson – Observador

Jay-Jay Johanson tem já entre mãos um riquíssimo repertório de experimentações sónicas que têm cimentado um percurso sonoro tremendamente impressivo e cinematográfico de um dos nomes mais relevantes da pop europeia das últimas três décadas, um artista com uma carreira ímpar e que merece ser apreciada com profunda devoção. O seu próximo passo discográfico irá, certamente, aprofundar ainda mais o modo convincente como olhamos com gula e gosto para o seu catálogo, com canções como How Long Do You Think We're Gonna Last?, o primeiro aperitivo conhecido em março do álbum e agora Ten Little Minutes a oferecerem-nos essa confiança relativamente ao que aí vem.

De facto, se How Long Do You Think We’re Gonna Last?, alicerçava num piano envolvente, diversos arranjos enleantes e um registo vocal intenso e emotivo, que incubaram uma composição com uma beleza sonora inquietante, Ten Little Minutes tem uma faceta ainda mais íntima e, de certo modo, mais angulosa e vibrante, mesmo que, instrumentalmente, esta canção soe de modo mais simples e minimalista do que a anterior. Em Ten Little Minutes deliciamos os nossos ouvidos com um extraordinário tratado de jazz contemporâneo, com uma bateria subtil e um piano buliçoso, a darem vida a quase quatro minutos, em que delicadeza e sedução se confundem com um charme ímpar. Confere...

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