man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Son Lux - Lanterns
Son Lux é o projeto de Ryan Lott, um músico de Nova Iorque que se estreou em 2008 com At War With Walls And Mazes, um disco publicado pela Anticon e que lhe valeu na altura o título de Best New Artist, pela conceituada publicação NPR. At War With Walls And Mazes era considerado uma espécie de concerto de pop eletrónica e ambiental, onde existia um maestro e depois uma míriade imensa de instrumentos, com Ryan a tomar conta das rédeas nos dois lados da barricada.
Em 2011 seguiu-se o sucessor; O álbum chamou-se We Are Rising e viu a luz do dia em abril desse ano, também por intermédio da Anticon e, conforme divulguei pouco tempo depois, foi descrito pela crítica como uma negra simbiose entre Owen Pallett e o período mais recente dos Radiohead. We Are Rising foi a resposta a um desafio lançado pela NPR que pedia que, do nada, um álbum inteiro fosse criado no espaço de apenas vinte e oito dias. Assim nasceu esse álbum que levou bem mais adiante as visões que o próprio antes experimentara no álbum de estreia At War with Walls and Mazes.
Agora, quase no final de 2013, chegou finalmente aos escaparates Lanterns, o terceiro álbum deste projeto, um trabalho editado pela Joyful Noise Recordings e uma nova aventura sonora de Ryan, que volta a experimentar elaboradas cenografias sonoras, que transcendem as noções de género e fronteira, sem contudo perder de vista a ideia da canção.
Lanterns é um excelente exemplo de como um disco feito quase exclusivamente com uma instrumentalização baseada em software informático, pode também criar canções com vida, substância e com um elevado pendor orgânico. A eletrónica é aqui um elemento preponderante e a presença de outros instrumentos serve apenas para ampliar o contraste e acrescentar novas cores a estes temas, que são, quase todos, muito cativantes.
Logo a abrir, o esplendor de Alternate World dá-nos a certeza que estamos perante um álbum épico e cheio de luz, apesar do cariz minimal da canção; Isso sucede porque a forma emotiva como Ryan canta a canção é suficiente para dar ao tema essa vertente grandiosa. A míriade instrumental chega logo a seguir com as batidas hip hop de Lost It Trying a serem adornadas por samples de flautas e xilofones digitais, que comprovam o virtuosismo de Son Lux em frente do computador e o seu génio na criação de texturas sonoras. No restante alinhamento não posso deixar de destacar Ransom, um excelente exemplo do que melhor se vai ouvindo na eletrónicas atual e Pyre, mais um grandioso tema que surpreende pela melancolia final. Há também que escutar atentamente No Crimes, uma música que conta com a participação especial de Peter Silberman dos Antlers.
Com Lanterns, Son Lux prova de novo que a sua música, simples e intrigante, feita de intimismo romântico e linhas agrestes de trip hop, tocada por uma fúria experimental que integra uma espantosa solidez de estruturas, é um continente que se desbrava num misto de euforia e contemplação. Lanterns é um daqueles raros discos que, chegados ao fim, nos compelem a regressar ao início e uma experiência rica em acontecimentos sonoros.
Durante a sua carreira, Son Lux já estabeleceu parcerias e colaborou com nomes tão distintos como Sufjan Stevens, Peter Silberman (The Antlers), These New Puritans, My Brightest Diamond, Nico Muhly, Richard Perry (Arcade Fire) e Judd Greenstein, entre outros. Espero que aprecies a sugestão...
01. Alternate World
02. Lost It To Trying
03. Ransom
04. Easy
05. No Crimes
06. Pyre
07. Enough Of Our Machines
08. Plan The Escape
09. Lanterns Lit