man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Exit Calm - The Future Isn't What It Used To Be
Depois de um disco de estreia que passou um pouco despercebido, editado em 2010 e que lançou algumas nuvens sombrias sobre a banda e uma enorme indefinição quanto ao futuro da mesma, parece que os britânicos Exit Calm, liderados por Nicky Smith, querem finalmente conquistar o seu lugar ao sol no cenário indie rock alternativo e psicadélico com The Future Isn't What It Used To Be, o segundo disco, que chegou às lojas a vinte e três de setembro, por intermédio da Club AC30. The Rapture e Fiction, dois dos singles já divulgados, provam que os Exit Calm irão certamente querer preencher uma importante lacuna no cenário indie britânico surgida após o fim dos The Verve e o ocaso dos Manic Street Preachers e que será justo conseguirem finalmente a visibilidade que tanto ambicionam.
Naturais do Yorkshire, os Exit Calm são um quarteto que muito cedo, após algumas demos apenas, captaram a atenção de nomes tão importantes como Liam Gallagher ou Nick McCabe (The Verve). Vitimas da circunstância de estarem no sítio certo (Inglaterra), mas no momento errado (no período de ocaso do indie rock no país de sua majestade), deram a conhecer um disco de estreia que não preencheu as elevadas expetativas de quem já tinha tomado a devida atenção a este grupo que tanto prometia e pouco provou nesse trabalho. No entanto, a banda não desistiu e, três anos depois, com outra mentalidade e frescura e já um pouco esquecidos por uma media sempre ávida de encontrar a the next big thing, apresentam The Future Isn't What It Used To Be, um grito de revolta, bem mais maduro, sofisticado e agradável que o trabalho homónimo de estreia.
Ouve-se The Rapture e rapidamente somos conquistados pela altivez melódica e pelo forte cariz etéreo e orquestral de uma canção muito bem produzida por Rob McVey, com uma guitarra tocada impecavelmente por Rob Marshall e apontada para ambientes de estádio, talvez o mais perto que os Oasis conseguiriam chegar dos U2, caso tivessem alguma vez essa pretensão. E dessa forma está dado o mote para o restante conteúdo de um conjunto de nove canções, cantadas por um Nicky que às vezes faz recordar a postura vocal de Ian Brown (Stone Roses)), temas que evocam quer o indie rock psicadélico norte americano de cariz mais sombrio dos últimos vinte anos, quer a britrock dos anos noventa.
Albion é uma canção que faz essa ponte entre os dos continentes e outro destaque do álbum é When They Rise, um tema melodicamente bastante épico e onde o baixo e a voz se destacam, algures entre Placebo e Interpol. Essa canção e Holy War constituem o núcelo duro de The Future Isn't What It Used To Be e fazem com que o disco tenha a componente comercial que, pelos vistos, os Exit Calm querem resgatar para a sua banda, ainda não satisfeitos por serem já considerados, atualmente, um dos melhores grupos ao vivo do seu país natal.
Em suma, The Future Isn't What It Used To Be junta uma interessante elegância melódica e instrumental com as bases fundamentais da pop e do indie rock que agrada às massas, com o firme propósito de colocar os Exit Calm no olho do furacão do cenário indie comercial internacional. É um disco pensado ao detalhe, feito para atrair multidões e talvez uma cartada decisiva para uma banda que não se contenta com pouco e que ou será rapidamente esquecida, ou ficará por cá vários anos a vender milhares de álbuns e a encher estádios e arenas, um pouco por esse mundo fora. Espero que aprecies a sugestão...
01. The Rapture
02. Albion
03. Fiction
04. When They Rise
05. Higher Bound
06. Holy War
07. Promise
08. Glass Houses
09. Open Your Sky