man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Observer Drift – Fjords
Collin Ward é Observer Drift, um músico de Bloomington, em Minneapolis, que se estreou nos lançamentos discográficos com Corridors, em 2012. Fjords é o sucessor, um disco editado no passado dia trinta e um de maio e disponível para audição e download no bandcamp do projeto pelo preço que quiseres.
Collin Ward causou espanto em alguma crítica especializada com o impressionante e gélido primeiro disco e as expetativas ficaram desde logo elevadas em relação ao sucessor. Confesso que não conheço o conteúdo de Corridors, mas admito que Fjords impressionou-me e deixou-me com vontade de rebobinar um pouco e ir à procura do disco de estreia.
Tal como sucedeu com o antecessor, Fjords foi lançado sem o apoio de qualquer selo ou editora, apenas através do Bandcamp do artista. O conteúdo sonoro mostra um Collin bastante maduro e centrado nas suas aspirações, apesar de ter pouco mais de vinte anos.
O título do álbum explica-se, de acordo com o próprio, com as raízes familiares que tem na Suécia, nomeadamente pessoas que viveram nos fiordes e que lhe serviram de inspiração para este seu novo trabalho. Ele também confessa que sonoramente não há grandes diferenças relativamente a Corridors e que existe uma continuidade entre os dois discos, com as influências por trás das novas canções a estarem fortemente ligadas às que nortearam Corridors.
Fjords fala muito sobre crescer e mudar, explorar o inexplorado e assumir mais riscos. A escrita das canções remete-nos para estas ideias essenciais e parece terem sido escritas com uma elevada dose de espontaneidade, cabendo a nós próprios, ouvintes, não só decifrar o verdadeiro signficado de cada poema, como também, se tivermos essa pretensão, atribuirmos um significado próprio, cuja variação poderá ser justificada com a forma como cada um de nós vivencia a audição do poema, tendo em conta a base sonora e instrumental que o suporta, algo que causará, certamente, diferentes sensações nos ouvintes.
Como seria de esperar, Collin faz tudo no disco, dentro do seu próprio quarto, desde escrever as músicas, a tocar os instrumentos e gravar, tendo o trabalho de mistura sido feito por um amigo. As treze canções assentam arraiais numa dream pop muito suave e luminosa, cheia de elementos eletrónicos, nomeadamente sons em reverb e batidas sintetizadas e algumas guitarras que criam melodias com um elevado cariz etéreo e shoegaze. Toda esta míriade instrumental remete-nos para um universo sonoro paralelo muito particular, para uma espécie de bolha ou cápsula onde Observer Drift reside e procura alimentar os seus sonhos e desejos, exercitando-se frequentemente em momentos de pura e simples introspeção, como fica bem audível, por exemplo, em Parallel Place (Look at yourself in the mirror/and It might become clearer), um dos meus destaques de Fjords.
A audição dos treze temas de Fjords é uma experiência sonora muito enriquecedora e apetecível, uma viagem contemplativa não só ao mundo pessoal do músico que criou o disco, como também ao nosso próprio universo, real ou imaginário, porque estão na presença de treze temas que nos convidam a sonhar sem receios e, simultaneamente, a refletir sobre a nossa própria existência. Espero que aprecies a sugestão...
01. Machine
02. Sporting Chance
03. Azimuth
04. Riptide
05. Fjords
06. Marina
07. Lingonberry
08. Never Strangers
09. Mirror Image
10. Binary Love
11. Parallel Place
12. Up In Arms
13. Gnarly Crunch
14. Teach Me