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Tricky - False Idols

Quinta-feira, 13.06.13

Conforme divulguei em Curtas... LXXXIX, Adrian Thaws aka Tricky está de regresso aos discos com False Idols, álbum lançado no passado dia vinte e oito de maio por intermédio do selo próprio !K7, depois de um fim de uma relação de quase vinte anos com a Domino Records. False Idols é o décimo disco da carreira de um dos fundadores dos Massive Attack e um mergulho de Tricky nas mesmas águas turvas que o levaram às viagens sombrias dos seus primeiros trabalhos. Já agora, Nothing's Changed, o primeiro single extraído do álbum e que conta com a participação especial de Francesca Belmonte está disponível para download gratuito no sitio do músico. Além de Francesca, False Idols conta com as colaborações de Peter Silberman dos The Antlers, Fifi Rong e Nneka.

Denso, sussurrante e com o nervo à flor da pele, é assim False Idols, um álbum mais luminoso e expansivo que os anteriores Mixed Race e Knowle West Boy, ou seja, Tricky regressa à primeira divisão do cenário mundial da música eletrónica e está de volta à fórmula bem sucedida, ao bom e velho trip hop que ajudou a fundar não só nos Massive Attack, mas também em Maxinquaye o seu primeiro disco a solo, lançado já no longínquo ano de 1995.

Em False Idols Tricky manipula os típicos suspiros sensuais que o baixo e as batidas da dub proporcionam e pretende dizer-nos que apesar de algumas deambulações recentes por universos sonoros menos inspirados, onde tentou fugir um pouco de si próprio e do seu som inigualável, continua o mesmo mestre de sempre na arte de manipular os traços caraterísticos e identitários da trip hopNothing‘s changed, I still feel the same, sussurra Tricky em Nothing’s Changed, para que não restem dúvidas. E ainda tem a altivez de nos desafiar pouco depois quando durante a exuberante linha de baixo de Does It questiona o ouvinte se estamos a gostar da audição do álbum (Does it make you feel good?).

Tricky teve sempre outras vozes a colaborar nos seus discos e as femininas assumiram frequentemente forte protagonismo, o que não é excepção em False Idols. Apesar de desta vez não contar com Martina Topley-Bird ou Elizabeth Fraser, com Francesca Belmonte, Fifi Rong e Nneka, há uma elevada dose de sensualidade e suavidade na tonalidade das canções que interpretam. Por exemplo, If Only I Knew e Chinese Interlude são dois momentos que trazem as brisas mais aprazíveis ao ouvinte.

Quanto a vozes masculinas, Peter Silberman, dos The Antlers, empresta a sua a Parenthesis, um tema que não soaria desalinhado no conteúdo de Burst Apart, a obra prima do grupo desse músico. Depois também há a já habitual pafernália de samples; em False Idols temos samples de Ghosts dos Japan (a banda de David Sylvian) e Somebody Sins, logo a abrir, é uma versão de Van Morrison, que deambula um pouco pelo lado mais religioso da vivência humana (Jesus died for somebody’s sins, but not mine). Esta faceta espiritual encerra o disco com o tema Passion Of Christ, uma canção que volta a colocar a nú a fase em que Tricky andou um pouco desorientado e à procura de si próprio, antes de voltar novamente aos eixos, mais maduro e consciente das suas limitações e, sobretudo, do seu potencial enquanto criador musical e um dos artistas mais influentes do cenário alternativo atual.

False Idols não trai de forma alguma a anterior herança deste artista britânico, junta o seu passado musical com o presente e antevém bastante sobre o futuro próximo de toda a música eletrónica mais soturna e atmosférica. Há mesmo alguns críticos que consideram que o seu conteúdo supera qualitativamente Maxinquaye, disco considerado por muitos como uma biblia do trip hop. Considerações e opiniões exteriores à parte, pessoalmente False Idols soou-me como algo refrescante e, ao mesmo tempo, incrivelmente retro porque permitiu-me recuar cerca de vinte anos até às nebulosas ruas de Bristol e entre o insinuante e o sublime, num anacronismo intrigante, possibilitou-me também descobrir uma nova luz dentro do universo musical que Tricky ajudou a criar e hoje defende como ninguém. Espero que aprecies a sugestão...

01 Somebody’s Sins
02 Nothing Matters
03 Valentine
04 Bonnie & Clyde
05 Parenthesis
06 Nothing’s Changed
07 If Only I Knew
08 Is That Your Life
09 Tribal Drums
10 We Don’t Die
11 Chinese Interlude
12 Does It
13 I’m Ready
14 Hey Love
15 Passion of the Christ

 

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publicado por stipe07 às 21:47






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