man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Thee Oh Sees - Floating Coffin
Depois de CarrionCrawler/The Dream, disco editado em 2011 e que divulguei na altura e de Putrifiers II, os Thee Oh Sees de John Dwyer e Brigid Dawson, os músicos por detrás deste projeto natural de São Francisco, estão de regresso com Floating Coffin, álbum editado no passado dia dezasseis de abril por intermédio da Castle Face Records, editora do próprio John Dwyer.
Uma das principais permissas evidentes no cenário do rock alternativo da costa oeste carateriza-se pela existência de bandas onde a figura criativa central está concentrada num só músico. Ty Segall, Tim Presley dos White Fence e John Dwyer destes The Oh Sees, são exemplos concretos de músicos que lideram grupos que misturam o rock de garagem com a psicadelia e assim constroem experiências musicais hipnóticas e lisérgicas que não são mais do que a materialização do que sonoramente vagueia pela mente de cada um deles.
Floating Coffin tem um conteúdo sonoro que abarca a sonoridade surf rock dos anos sessenta e os elementos do rock clássico dos anos setenta, enfeitados com as cores da psicadelia e a aceleração do punk, até alcançar o rock de garagem, num resultado final feito de uma massa de sons camuflados pelo toque sempre caseiro dos ruídos. São colagens absorvidas pela capacidade do músico em produzir um som que mesmo referencial, encontra na maturidade pop das letras um rumo distinto que firma um vínculo muito próprio com o ouvinte.
Assim, neste novo disco dos Thee Oh Sees, Dwyer continua a sequência que havia iniciado há dois anos. Sustentado pelas mesmas experiências instrumentais que se ouve em Castlemania e Carrion Crawler/The Dream, este recente álbum traz no uso orquestrados das guitarras um exercício de estimulo para manter o ouvinte atento durante toda a obra. Seja pelo uso de sons mais sérios (Night Crawler) ao uso de canções que brincam com a psicadelia mais convencional (Strawberries One & Two), a forma como são apresentadas as distorções e ruídos flui como a linha condutora de todo o trabalho.
Movido pela agressividade, mas sem o desprezo pelo uso coerente de melodias, Toe Cutter/Thumb Buster, caberia muito bem no Lonerism dos Tame Impala e, no sentido oposto, No Spell, assentaria perfeitamente no Days dos Real Estate. Também há aproximações ao hardcore em Maze Fancier e experimentações inusitadas em Tunnel Time.
Em suma, Floating Coffin é mais uma prova da imensa maturidade dos Thee Oh Sees e mostra a capacidade do seu líder em se aproximar cada vez mais do grande público, mas mantendo-se fiel ao ambiente desconcertante que tanto gosta de plasmar nas suas criações sonoras. Espero que aprecies a sugestão...
01 I Come From the Mountain
02 Toe Cutter – Thumb Buster
03 Floating Coffin
04 No Spell
05 Strawberries 1 + 2
06 Maze Fancier
07 Night Crawler
08 Sweet Helicopter
09 Tunnel Time
10 Minotaur