man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Grizzly Bear - Shields
Até parece mentira, mas já foi em 2004 que Horn of Plenty estreou os nova iorquinos Grizzly Bear de Edward Dros, Daniel Rossen, Christopher Bear e Chris Taylor nos lançamentos musicais. Na época, o disco passou despercebido e até há quem não o inclua na discografia oficial da banda, até porque foi composto inteiramente pelo vocalista, Edward Dros, com apenas algumas contribuições do baterista, Christopher Bear. Agora, quase uma década depois, chega Shields, o quarto disco dos Grizzly Bear, editado a dezoito de setembro através da Warp Records.
Horn of Plenty, talvez por ter sido composto a solo, refletia muita melancolia exposta na camada de ruídos experimentais e compostos acinzentados que se percebiam até na capa do disco. Esse álbum ganha de novo importância quando nos deparamos com o conteúdo deste novo Shields, porque traz de volta a mesma camada extra de ruídos que perfumavam o tratado de estreia ao mesmo tempo que aprofunda e melhora a sonoridade do antecessor Veckatimest (2009) com uma dose extra de guitarras e versos ainda mais épicos e acessíveis, defraudando quem achava que a banda não seria jamais capaz de apresentar um disco tão intenso como o que lançaram há três anos e quem lidava com o constante medo e até a descrença do público, que assiste a cada novo lançamento com uma angústia de quem clama pela queda da banda. Assim, Shields tem canções que se deixam impregnar pela crueza das guitarras (Yet Again) e outras com uma estrutura sonora mais convencional (Sun In Your Eyes), havendo uma espécie de fórmula base para as canções, mas com o acrescento de arranjos onde contrastam elementos acústicos e elétricos e que deitam por terra qualquer sintoma de monotonia e repetição ao longo da audição. Por exemplo, A Simple Answer tem um clima épico e uma instrumentação detalhada, que obedece às ditas associações instrumentais que começaram a escutar-se logo no início da carreira do grupo, que vai mais além quando, em The Hunt, tocam no jazz e de maneira particular com a música pop e a folk em Gun-Shy. É como se o grupo, mesmo atento ao que foi proposto no passado, se deixasse conduzir em diversos momentos por uma série de ineditismos naturais, nomeadamente as melodias vocais dos Fleet Foxes, o ambiente dos Talk Talk ou mesmo referências vindas das carreiras a solo dos próprios músicos da banda.
Shields sabe melhor a cada audição; Há sempre um ponto de novidade na execução do disco, que vai da rejeição inicial à compreensão posterior e completa aceitação, como se a banda, ciente da complexidade das suas produções, fizesse questão de oferecer em pequenas doses tudo aquilo que ouvem e os influencia. Espero que aprecies a sugestão...
01. Sleeping Ute
02. Speak In Rounds
03. Adelma
04. Yet Again
05. The Hunt
06. A Simple Answer
07. What’s Wrong
08. Gun-Shy
09. Half Gate
10. Sun In Your Eyes