01. Our Imaginary House
02. High Speed Love
03. Under Your Dress
04. Twenty Four
05. This Ain’t Our Last Dance
06. Airports And Broken Hearts
07. Mary
08. Your House
- Walter Benjamim é um filósofo alemão do início do século XX. Porquê a escolha do nome desta personalidade para nome artístico?
Porque gostei do nome, por causa da sua história trágica que está relacionada com Portugal, porque achei piada a roubar nome a uma personalidade desta forma tão descarada e, por fim, porque pode ser o nome de qualquer pessoa. É um nome especial mas comum ao mesmo tempo, é só ligar Walter e Benjamin.
- Li algures que a melhor definição que tens para The Imaginary Life Of Rosemary And Me é ser um álbum de canções que pode ser ouvido do principio ao fim como um livro. Sendo assim, estamos em presença de um álbum conceptual?
Sim, é um álbum conceptual. O termo faz-me sempre lembrar as bandas de rock progressivo e os conceitos eram sempre coisas mais espectaculares como The Dark Side of The Moon. O meu disco é só um conjunto de canções que estão ligadas pela mesma história, mais próxima da minha realidade.
- Confesso que já ouvi The Imaginary Life Of Rosemary And Me algumas vezes e por acompanhar com algum interesse o universo musical folk da américa do norte (Estados unidos e Canadá), sinto um paralelismo imenso com o que se vai fazendo de melhor naquela zona do globo. Pode-se dizer que é essa a tua maior influência, independentemente da míriade sonora presente em The Imaginary Life Of Rosemary And Me?
Sem dúvida que este disco tem ligações fortes à folk mais americana, cresci com o Dylan, os Crosby, Stills, Nash & Young, o Cohen, etc. Mas também há um lado bastante europeu neste disco e um bocado do Brasil na Airports and broken hearts. Eu, no fundo, vou buscar coisas a todo o lado.
- Este disco foi gravado entre Lisboa e Londres onde reside atualmente. As caraterísticas culturais e musicais destas duas cidades tiveram algum peso no conteúdo do álbum, nomeadamente na sua diversidade sonora, ou seja, achas que se tudo tivesse sido feito só numa delas, The Imaginary Life Of Rosemary and Me teria uma sonoridade diferente e mais homogénea?
Este disco tem a impressão sónica das duas cidades, abre com os sons do Regent's Canal em Londres e passa pelos sinos de Lisboa e comboios da CP, escondidos por detrás de uma data de coisas. Este disco nunca poderia existir se não tivesse sido feito entre as duas cidades, os lugares estão inscritos nestas canções.
- Tens uma canção preferida neste álbum?
Já tive várias, vai variando. Acho que agora já não consigo escolher nenhuma de forma convicta, talvez Airports and broken hearts.
- Como têm corrido os concertos de promoção ao disco? Quais são os próximos?
Têm corrido muito bem, as reacções do público têm sido muito boas e isso deixa-me muito feliz. Os meus próximos concertos são todos aqui em Inglaterra, vou tocar agora na passagem da chama Olímpica por Londres e no festival Standon Calling. Em breve haverá mais novidades, espero voltar a tocar em Portugal em breve!
- O disco conta com algumas participações especiais, nomeadamente de Márcia, Francisca Cortesão (Minta) e AnaMary Bilbao nas vozes, Nick Mills e Duncan Brown nos metais, João Paulo Feliciano no Hammond, Bruno Pernadas na guitarra eléctrica e de B Fachada. Existe algum critério musical nestas escolhas ou são apenas os teus amigos e pessoas que querias muito ao teu lado neste disco?
Eles não são uns amigos quaisquer, são todos excelentes músicos e eu quis fazer este disco com eles. Isso em si já é um critério musical, porque o lado emocional da música não pode ser posto de parte. A música tem de ser feita com prazer, há um elemento de magia no processo que tem de ser alimentado. É uma viagem e ainda bem que a fiz com estas pessoas, nunca teria sido o mesmo sem elas.
- O que podemos esperar do futuro do Walter Benjamim? Será paralelo ao do Luis Nunes, como músico e compositor, ou a sua aventura termina aqui?
O Walter Benjamin é uma personagem que vive uma vida diferente da do Luís, ele consegue beber mais whisky. A sua aventura continua até alguém se fartar, estou a gravar coisas para o próximo disco e cheio de vontade para tocar mais e mais.