man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
The Shins - Port Of Morrow
Cinco anos após Wincing The Night Away, os The Shins de James Mercer estão de volta com Port Of Morrow, o quarto disco de originais da banda, lançado no passado dia dezanove de março através da Columbia Records. Port of Morrow foi gravado em Los Angeles e Portland durante o ano de 2011, com James Mercer a ficar a cargo da composição, da voz e da maioria dos instrumentos. O álbum foi produzido por Greg Kurstin (que também contribuiu com alguns instrumentos) e misturado por Rich Costey. Outros músicos que participam neste álbum são Joe Plummer, Janet Weiss, Dave Hernandez, Marty Crandall, Eric D. Johnson, Ron Lewis e Nik Freitas. A capa do álbum é da autoria de Jacob Escobedo.
Numa época em que havia uma banalização da pop nascida nos anos sessenta, a expansão do hip hop e alguns ícones da actual indústria musical ganhavam uma dimensão global, Oh, Inverted World, o primeiro disco dos The Shins, lançado em junho de 2001, levou algum tempo até cair no gosto de um público maior. Foi um princípio tímido, mas que não impediu que a banda caísse imediatamente nas graças de uma pequena parcela do público, principalmente aquele atento ao cenário alternativo norte-americano, e que ao ter na mão o segundo álbum do grupo, em 2003, percebeu que todas as apostas em relação ao trabalho deste grupo não foram em vão. Mais do que um cardápio de boas composições, esse Chutes Too Narrow fez dos The Shins uma das bandas mais queridas e elogiadas da nova cena independente, feito que Kissing The Lipless, Saint Simon e tantas outras canções presentes no disco justificaram sem grandes esforços. O próprio disco de estreia, Oh, Inverted World, acabou por ganhar novo significado e seguidores, dispostos a conhecer um pouco mais sobre essa estranha banda que acumulava criticas positivas em diferentes veículos de comunicação, citações em filmes e até a participação em diversas séries televisivas.
Em 2007 o grupo voltou com o disco que me fez despertar definitivamente para os The Shins; Intitulado Wincing the Night Away, o terceiro registo oficial trazia mais treze composições marcadas pelo mesmo tom ensolarado e as melodias cantaroláveis de outrora.
Agora, em 2012, Mercer e os seus novos companheiros continuam a revelar extraordinários acordes de guitarra com um comovente objetivo melódico em Port Of Morrow, sem dúvida o resultado de todas as experiências acumuladas por Mercer ao longo dos últimos anos, além, claro, das referências melódicas típicas do grupo. O trabalho apresenta em apenas dez canções toda a herança que os The Beach Boys, os The Kins e os The Smiths deixaram na formação do vocalista, que parece ter utilizado referências do próprio quotidiano para construir o panorama lírico do disco, que pende ora para a folk, ora para a indie pop adocicada e acessível. Há desde logo aqui sucessos garantidos como Simple Song, It’s Only Life e For A Fool, músicas que possibilitam não apenas o desenvolvimento de uma instrumentação radiante, como a possibilidade de constatar que Mercer alcançou novos parâmetros e patamares de qualidade na sua intepretação vocal.
Mesmo depois de cinco anos sem nenhum novo lançamento, ouvir Port Of Morrow faz parecer que essa lacuna não foi tão extensa. Talvez isso seja reflexo da capacidade dos norte-americanos em apresentar um som duradouro e sempre próximo do ouvinte, experiência que deve repetir-se com o atual disco da banda ou mesmo com os próximos lançamentos do grupo, independentemente de quanto tempo levem para chegar aos escaparates. Espero que aprecies a sugestão...
01. The Rifle’s Spiral
02. Simple Song
03. It’s Only Life
04. Bait And Switch
05. September
06. No Way Down
07. For A Fool
08. Fall Of ’82
09. 40 Mark Strasse
10. Port Of Morrow
11. Pariah King