man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
bdrmm – Microtonic
Já está nos escaparates Microtonic, o terceiro disco de originais dos britânicos bdrmm de Ryan Smith, Jordan Smith, Joe Vickers, Danny Hull e Luke Irvin. Microtonic sucede ao álbum I Don't Know, que a banda natural de Hull lançou no verão de dois mil e vinte e três, depois de se terem estreado no formato longa duração com o registo homónimo Bedroom, em dois mil e vinte.
pic by Stew Baxter
Gravado com a ajuda de Alex Greaves, habitual colaborador dos bdrmm, Microtonic tem a chancela da Rock Action, etiqueta dos Mogwai e conta com os contributos de nomes como Sydney Minsky Sargeant dos Working Men’s Club e Olivesque dos Nightbus. As suas dez composições comprovam o cada vez maior grau de ecletismo de um projeto que começou por navegar nas águas turvas de um punk rock ecoante e com forte pendor lo fi para, meia década depois da estreia, olhar com cada vez maior gula para as infinitas possibilidades que a eletrónica e, consequentemente, uma salutar simbiose entre o sintético e o orgânico podem incubar.
De facto, Microtonic é um disco que, na sua essência, procura equilibrar-se entre dois universos que, sendo manuseados com ímpar criatividade, originam catálogos sonoros que merecem dedicada audição, quer pela deomnstração prática dessa premissa, quer, principalmente, pela elevada bitola qualitativa do seu conteúdo. Microtonic merece tal atenção e isso torna-se claro logo em John On The Ceiling, tema que assenta em diversas camadas de sintetizações, loopings e uma batida frenética, detalhes que se entrelaçam e se sobrepõem, criando um clima dançante e algo distinto daquela suja nostalgia que marcou as primeiras propostas do projeto.
Logo depois, Infinite Peaking, algures entre o dramático e o épico, oferece-nos mais de cinco minutos exemplarmente burilados com guitarras ecoantes, sintetizadores cósmicos e um registo percussivo vibrante, oferecendo ao nosso ouvido mais um amigável confronto entre o rock alternativo de cariz mais lo fi e o chamado shoegaze psicadélico. Já quase no ocaso do alinhamento, Lake Disappointment, um tema particularmente agreste e impulsivo, confirma o desejo do projeto em se embrenharem, cada vez mais, em climas dançantes e, ao mesmo tempo, algo cavernosos, enquanto é colocada em declarado ponto de mira a tal intrincada e bastante burilada fusão entre eletrónica e shoegaze.
Disco que não nos deixa aterrar de imediato e que após a audição tem instantes que ficam a ressoar no âmago de quem o escutou com critério e devoção, Microtonic eleva-nos ainda mais alto e ao encontro do típico universo flutuante e inebriante em que assentam os bdrmm. Ouvi-lo levanta o queixo e empina o nariz, e prova, mais uma vez e com outro brilho, que este grupo britânico tricota as agulhas certas num rumo discográfico enleante, que tem trilhado percursos sonoros interessantes, mas sempre pintados por uma psicadelia que escorre, principalmente, nas guitarras, cimentando o cliché que diz que gostar de bdrmm continua a ser, mais do que nunca, também uma questão de bom gosto e agora, também, nas pistas de dança Espero que aprecies a sugestão...
01. Goit (Feat. Working Men’s Club)
02. John On The Ceiling
03. Infinity Peaking
04. Snares
05. In The Electric Field (Feat. Olivesque)
06. Microtonic
07. Clarkycat
08. Sat In The Heat
09. Lake Disappointment
10. The Noose
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Califone – The Villager’s Companion
Califone é o curioso nome com que foi batizada, há já cerca de duas décadas, uma das bandas mais interessantes do indie rock experimental norte-americano contemporâneo. Liderado por Tim Rulli, este projeto natural de Chicago ganhou enorme projeção quando em dois mil e nove criou, de raíz e integralmente, uma banda sonora e um filme que se complementavam, ambos intitulados All My Friends Are Funeral Singers. O argumento do filme e a realização do mesmo tiveram, portanto, a assinatura do próprio Tim Rulli e a história girava em torno de uma mulher que vivia sozinha numa floresta, atormentada por diversos problemas psíquicos.
pic by Travis Haight
Em dois mil e vinte e três os Califone entraram no nosso radar devido a villagers, um registo do projeto que teve a chancela da Jealous Butcher Records e que tem finalmente sucessor. Trata-se de um álbum intitulado The Villagers Companion, nove canções que, como o próprio nome do disco indica, são, tematicamente, uma espécie de continuação da saga sonora iniciada com o álbum editado há dois anos.
Intenso, orgânico, intimista e intrincado, The Villager's Companion é um autêntico regalo para os ouvidos de todos aqueles que sentem prazer em sentir canções que escorrem lentamente, enquanto absorvem todas as suas nuances e detalhes, até os mais ínfimos e, durante esse processo, dão, muitas vezes instintivamente, forma a ideias, conceitos, pensamentos e até decisões, que as mesmas suscitam. De facto, a audição dedicada das nove composições do disco é marcante e deixa um lastro de sensações que espicaçam e se sentem com elevado grau impressivo, mesmo após o ocaso dos pouco mais de quarenta minutos que dura o registo.
Logo em Every Amnesia Movie, o tema que abre o alinhamento de The Villagers Companion e o primeiro single retirado do registo, somos afagados por uma curiosa e algo hipnótica composição, com um perfil minimalista bastante orgânico, apimentadamente jazzístico e algo cru e que não deixa de exalar um odor bastante rico, já que, nos seus pouco mais de três minutos, dançam entre si e se misturam com destreza, variadas nuances, essencialmente percussivas, ora eletrónicas ora acústicas. É uma interação instrumental de forte cariz experimental, como é típico nos Califone e que acaba por ser trave mestra do restante alinhamento, que também impressiona pelo clima simultaneamente lisérgico e nostálgico.
Burn The Sheets.Bleach The Books amplia outra caraterística importante que terá marcado a concepção de The Villager's Companion, o piscar de olhos a ambientes eminentemente progressivos e, de certo modo, psicadélicos, com cascatas de distorções rugosas e contundentes, exemplarmente acompanhadas por diversos detalhes percurssivos, a comprovarem como é possível, do insinuante e quase impercetível, do majestoso ao contundente, abarcar basicamente tudo aquilo que de melhor define o alt-country e o rock experimental contemporâneo.
A beleza luxuriante do piano que nos atiça em A Blood Red Corduroy 3 Piece Suit, uma canção que parece possuir poderes encantatórios, o clemente e certamente recompensador exercício de acusticidade, obivamente intuitivo, que incubou jaco pastorius, o travo blues, boémio, poeirento e agreste da viola inebriada que dá alma e cor a gas station roller dogs, o melancólico exercício confessional algo hipnótico e feito à viola, com ímpar realismo em Family Swan e o modo como The Bullet B4 The Sound nos senta confortavelmente numa máquina do tempo rumo ao melhor rock progressivo setentista, são outros momentos maiores de um álbum em que muitas vezes se escutam instrumentos, sons e detalhes que parecem ser obra de imponderáveis e de um acaso, mas que encontram a sua raíz num processo de composição que foi estruturado com superior sapiência criativa até ao mais ínfimo pormenor, com uma autenticidade que dificilmente encontra paralelo no panorama indie atual.
The Villager's Companion é, em suma, uma doce paleta de cores, muitas vezes a preto e branco, um oásis aconchegante de dor, loucura e perdição, um tormento de beleza e inspiração. É uma expressão sublime de contradições felizes entre o orgânico e o sintético e a materialização assustadoramente real do modo como a sagacidade de uma mente inspirada consegue feitos sonoros únicos e inolvidáveis, demonstrando que é possível a convivência saudável entre dois mundos que não são assim tão díspares ou impossíveis de conciliar. Este não é um disco para ser descrito no que diz respeito a géneros, influências, arsenais instrumentais, filosofias estilísticas ou intenções. The Villager's Companion é para ser sentido, como obra suprema que é e os Califone são uma banda para ser apreciada, acima de tudo, por esse prisma espetacular. Espero que aprecies a sugestão...
01. Every Amnesia Movie
02. Burn The Sheets.Bleach The Books
03. A Blood Red Corduroy 3 Piece Suit
04. Jaco Pastorius
05. Gas Station Roller Doggs
06. Antenna Mountain Death Blanket
07. The Bullet B4 The Sound
08. Family Swan
09. Crazy As A Loon
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Lucy Dacus – Best Guess
Quatro anos depois de Home Vídeo, um registo que foi dissecado com minúcia nesta redação em dois mil e vinte e um, a norte-americana Lucy Dacus está de regresso em dois mil e vinte e cinco ao formato longa-duração, com o quarto disco da sua carreira, um trabalho intitulado Forever Is A Feeling, que vai ver a luz a vinte e oito de março com a chancela da Geffen Records.
No ocaso de janeiro, a artista natural da Virginia revelou dois temas do alinhamento de Forever Is A Feeling. Tratavam-se das canções Ankles e Limerence, temas com um elevado lustro classicista e particularmente emotivas. Agora, cerca de um mês depois, chega a vez de escutarmos Best Guess, o terceiro avanço conhecido do alinhamento de Forever Is A Feeling.
Best Guess é uma canção com um elevado travo orgânico. Conduzida, do início ao fim, por uma bateria sóbria que acama um arsenal instrumental eminentemente acústico, o tema impressiona pelo modo como diversas cordas reluzentes e alguns entalhes sintéticos, que vão crescendo em intensidade e variedade, criam um edifício melódico consistente e com um elevado travo classicista, tendo em conta a herança do melhor rock norte-americano contemporâneo, Uma belíssima canção, plena de alma e de cor. Confere...
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Palace – Let’s Go Swimming
Sedeados em Londres, os Palace são, desde dois mil e vinte e dois, ano em que nos ofereceram um grande momento discográfico intitulado Shoals, uma das bandas mais queridas da nossa redação. Desde então têm estado aqui presentes, esporadicamente, com canções novas que vão divulgando com uma interessante frequência e que deram origem, o ano passado, a dois EPs, Part I - When Everything Was Lost e Part II – Nightmares & Ice Cream, alinhamentos que catapultaram os Palace para territórios sonoros orquestralmente ainda mais ricos e intensos do que Shoals, o já referido registo de estreia.
No início deste ano de dois mil e vinte e cinco, os Palace voltaram às luzes da ribalta com um novo single intitulado Greyhound, que marcou o arranque de um editora da própria banda, uma etiqueta independente chamada Palace Presents, que vai passar a chancelar os futuros lançamentos do projeto londrino e de outros grupos que os Palace considerem que partilham alguns dos seus ideais.
Greyhound era também uma canção importante, porque assinalou o anúncio de mais um EP dos Palace com esse nome, que tem agora outra composiçãodo seu alinhamento conhecida. Trata- se de Let's Go Swimming, um tema texturalmente diverso, como é norma nos Palace, com o timbre metálico de uma guitarra divagante, a acolher diversos detalhes sintéticos e um registo percussivo com um curioso travo étnico, pormenores que oferecem ao ouvinte, uma vez mais, uma atraente e orgânica sensação de polimento e de charme, que não nos deixa indiferente. Confere...
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Fontaines D.C. – It’s Amazing To Be Young
Pouco mais de meio ano depois de Romance, o curioso título do disco que os irlandeses Fontaines D.C. lançaram no último verão, a banda formada pelo vocalista Grian Chatten, os guitarristas Carlos O’Connell e Conor Curley, o baixista Conor Deegan e o baterista Tom Coll, apostou em não colocar rédeas na sua veia criativa e está de regresso, à boleia de It's Amazing To Be Young, um novo single do quinteto, editado em formato digital e vinil de sete polegadas, tendo como b side a canção Before You I Just Forget.
Produzida por James Ford, esta nova canção dos Fontaines D.C. amplia o percurso sonoro cada vez mais ambicioso e eclético do projeto. É uma espécie de parada sonora robusta e imponente, mas sem colocar em causa o já habitual grau superior de rugosidade do quinteto de Dublin, já que também contém um tom algo sinistro e inquietante.
Confere It's Amazing To Be Young e o vídeo do tema realizado por Luna Carmoon e protagonizado por Ewan Mitchell (Martin) e Grace Collender (Spider), que já tinham protagonizado os vídeos de In The Modern World e Here’s The Thing, respetivamente, assinados pela mesma realizadora que, desta forma, e jntando as duas personagens; Martin e Spider, completa uma espécie de triologia cinematográfica...
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Ezra Furman – Grand Mal
Em setembro de dois mil e dezoito foi disco de destaque nesta redação Transangelic Exodus, na altura o quarto registo de originais de Ezra Furman, um cantor e compositor norte-americano natural de Chicago e que aos trinta e dois anos assinava, na altura, o seu disco mais maduro e consistente. Transangelic Exodus era um trabalho tremendamente expositivo e resultou de uma entrega total de um músico a uma causa que era, sem tirar nem pôr, o querer mostrar ao mundo a sua identidade vincada, assumir-se perante nós como um ser humano com as suas fragilidades e os seus demónios, mas que também tinha um lado muito corajoso e interventivo.
Agora, mais de meia década depois, Ezra Furman está de regresso ao nosso radar à boleia de Grand Mal, o primeiro avanço revelado de Goodbye Small Head, o novo disco da autora, um alinhamento de doze canções que vai ver a luz do dia a dezasseis de maio, com a chancela da insuspeita Bella Union.
Sucessor de um registo intitulado All Of Us Flames, lançado em dois mil e vinte e dois, Goodbye Small Head foi gravado com o produtor Brian Deck e Furman descreve o mesmo como doze variações sobre a experiência de perder completamente o controle, seja por fraqueza, doença, misticismo, BDSM, drogas, desgosto ou apenas por viver numa sociedade doente com os olhos abertos.
Grand Mal impressiona pelo requinte das cordas e pela impulsividade do piano, intenso e melodicamente requintado, com a profundidade lírica e a habitual expressividade vocal de Furman, a conferirem ao tema a merecida profundidade poética, visto debruçar-se sobre o modo como todos devemos lidar com a complexidade do nosso lado mais emotivo e o modo como essa experiência define a nossa visão sobre o mundo em que vivemos. Confere Grand Mal, o vídeo da canção assinado por Eleanor Petry e o artwork e a tracklist de Goodbye Small Head...
Grand Mal
Sudden Storm
Jump Out
Power of the Moon
You Mustn’t Show Weakness
Submission
Veil Song
Slow Burn
You Hurt Me I Hate You
Strange Girl
A World of Love and Care
I Need the Angel
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Wings Of Desire – A Few More Years
Como os leitores e ouvintes mais atentos certamente se recordam, no passado outono fez furor nesta redação o EP Shut Up And Listen, assinado pela dupla britânica Wings Of Desire, natural da cidade de Stroud, junto à fronteira com o Pais de Gales. Shut Up And Listen tinha quatro canções e sucedia e um disco com treze temas, intitulado Life Is Infinitive, lançado online pela banda poucos meses antes, com a chancela da WND Recordings.
Agora, no ocaso do inverno, os Wings Of Desire estão de regresso com um inédito intitulado A Few More Years, uma canção que, de acordo com a dupla, marca o arranque de uma nova era para o projeto. Quando, nesta novidade, a efervescência vibrante do sintetizador entra pelos nossos ouvidos, exemplarmente acompanhado por um riff de guitarra abrasivo intenso, somos transportados para um gloriosa herança sonora enérgica e que sustentou, na década de oitenta do século passado, uma forma de fazer rock que olhava com particular gula para uma epicidade que tinha também, quase sempre, um forte travo cinematográfico. E, de facto, A Few More Years, tem este cunho retro bastante peculiar, mas também hipnotizante, enquanto encarna um verdadeiro orgasmo de rock progressivo, onde não falta um forte apelo ao airplay radiofónico. Confere...
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Andy Bell – Apple Dreen UFO
Um dos discos mais interessantes do cardápio de dois mil e vinte e um e que acabou por, injustamente, passar um pouco despercebido, à época, na nossa redação, foi Flicker, o segundo registo do catálogo de Andy Bell, guitarrista dos The Ride e que também fez parte dos Oasis dos irmãos Gallagher. Flicker, um alinhamento de dezoito canções, teve a chancela da Sonic Cathedral e o mesmo sucederá com Pinbal Wanderer, o novo álbum de Andy Bell, oito canções que irão ver a luz do dia no ocaso da próxima semana.
I’m In Love With A German Filmstar, uma cover de um original de mil novecentos e oitenta dos britânicos The Passion, foi o primeiro single que divulgámos do alinhamento de Pinball Wanderer, no início do ano. Era uma composição efusiante e de elevado travo experimentalista e que contava com as participações especiais vocais de Dot Allison, líder dos One Dove e de Michael Rother, dos lendários Neu!, na guitarra.
Agora chega a vez de escutarmos Apple Dreen UFO, uma composição com um forte cunho jazzístico e experimental. Uma batida insistente, angulosa e ligeiramente arritmada, o dedilhar insinuante de uma guitarra elétrica e o registo vocal ecoante de Bell, conferem ao tema um travo intimista e sensual irrepreensíveis, nuances que não resvalam nem vacilam quando alguns sopros e diversas sintetizações se insinuam e oferecem rugosidade e corpo a uma canção que encarna uma incomensurável diversidade sónica. Confere Apple Dreen UFO e o vídeo do tema assinado por Chris Tomsett...
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Beirut – Guericke’s Unicorn
No passado mês de novembro, o norte-americano Zach Condon aka Beirut revelou que depois do contributo esplêndido que deu, na passada primavera, para o conteúdo de Things We Have In Common, o novo disco dos dinamarqueses Efterklang, voltou a concentrar-se no seu projeto a solo. Assim, começou a compôr uma banda sonora em parceria com a companhia circense sueca Kompani Giraff, inspirada no romance Inventário de Algumas Perdas, da escritora alemã Judith Schalansky. Começou por revelar dessa safra o tema Caspian Tiger, um líndissimo portento de intimidade e emotividade e agora anuncia um novo álbum intitulado A Study of Losses, que vai ver a luz do dia a dezoito de abril próximo, com a chancela da Pompeii e que será, logicamente, o resultado final dessa parceria.
pic by Lina Gaißer
Se Caspian Tiger irá, naturalmente, fazer parte do alinhamento de dezoito canções de A Study Of Losses, outra composição que também estará presente nesse registo e que acaba de ser revelada chama-se Guericke's Unicorn, um tema vibrante e intenso, um oásis de pop eletrónica incubado no seio de uma superior sapiência criativa que manipulou sintetizações e batidas de modo a criar uma peça sonora imponente, com as diferentes texturas, quer percussivas, quer melódicas, a conjurarem, no seu todo, uma canção bastante elegante e com uma beleza sonora inquietante.
Confere o vídeo de Guericke's Unicorn, assinado pela dupla Jan Pivoňka e Filip Rejč e o artwork e a tracklist de A Study Of Losses, um disco que será bastante inspirado na história fascinante de alguém que dedicou a sua vida a catalogar todos os pensamentos e as obras esquecidos da humanidade e qe protagoniza a obra literária acima referida...

01 Disappearances and Losses
02 Forest Encyclopedia
03 Oceanus Procellarum
04 Villa Sacchetti
05 Mare Crisium
06 Garbo’s Face
07 Mare Imbrium
08 Tuanaki Atoll
09 Mare Serenitatis
10 Guericke’s Unicorn
11 Mare Humorum
12 Sappho’s Poems
13 Ghost Train
14 Caspian Tiger
15 Mani’s 7 Books
16 Moon Voyager
17 Mare Nectaris
18 Mare Tranquillitatis
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bdrmm – Lake Disappointment
É já a vinte e oito de fevereiro que chega aos escaparates Microtonic, o terceiro disco de originais dos britânicos bdrmm de Ryan Smith, Jordan Smith, Joe Vickers, Danny Hull e Luke Irvin. Microtonic irá suceder ao álbum I Don't Know, que a banda natural de Hull lançou no verão de dois mil e vinte e três, depois de se terem estreado no formato longa duração com o registo Bedroom, em dois mil e vinte.
pic by Stew Baxter
Gravado com a ajuda de Alex Greaves, habitual colaborador dos bdrmm, Microtonic terá a chancela da Rock Action, etiqueta dos Mogwai e conta com os contributos de nomes como Sydney Minsky Sargeant dos Working Men’s Club e Olivesque dos Nightbus. John On The Ceiling foi, como certamente se recordam, o primeiro single divulgado do alinhamento de dez canções do disco, um tema que esteve em alta rotação por cá no passado mês de novembro e que assentava em diversas camadas de sintetizações, loopings e uma batida frenética, detalhes que se entrelaçavam e se sobrepunham, criando um clima dançante e algo distinto daquela suja nostalgia que marcou as primeiras propostas do projeto.
Em janeiro conferimos o single Infinite Peaking, uma canção que, algures entre o dramático e o épico, nos oferecia mais de cinco minutos exemplarmente burilados com guitarras ecoantes, sintetizadores cósmicos e um registo percussivo vibrante, oferecendo ao nosso ouvido mais um amigável confronto entre o rock alternativo de cariz mais lo fi e o chamado shoegaze psicadélico.
Agora, em pleno mês de fevereiro, temos a oportunidade de escutar mais um dos momentos altos de Microtonic. Trata-se de Lake Disappointment, um tema particularmente agreste e impulsivo, confirmando o desejo do projeto em se embrenhar, cada vez mais, em climas dançantes e, ao mesmo tempo, algo cavernosos, enquanto é colocada em declarado ponto de mira uma intrincada e bastante burilada fusão entre eletrónica e shoegaze. Confere...