man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Dope Lemon – Golden Wolf
Pouco mais de um ano depois do registo Kimosabé, o projeto Dope Lemon, encabeçado por Angus Stone, um cantor, compositor e produtor australiano, nascido a vinte e sete de abril do já longínquo ano de mil novecentos e oitenta e seis e que também se tem notabilizado com a sua irmã com o duo Angus & Julia Stone, está de regresso ao nosso radar com um novo single intitulado Golden Wolf, ainda bem a tempo de fazer furor nas novidades sonoras de dois mil e vinte e quatro.
Simultaneamente lisérgico e hipnótico, Golden Wolf assenta numa bateria com uma indelével toada jazzística, que se cruza com sintetizações cósmicas ondulantes e guitarras efervescentes com um ímpar travo psicadélico e que se espraiam de modo particularmente solarengo, sustentando toda esta trama instrumental um instante melódico de pura subtileza, sensualidade e encantamento. Confere...
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Frog Eyes – E-E-Y-O-R-E (That’s Me!)
Os canadianos Frog Eyes de Carey Mercer, Melanie Campbell e Shyla Seller estrearam-se nos lançamentos discográficos em dois mil e dez com o registo Paul's Tomb, que foi aclamado pela crítica, mas surpreenderam negativamente os seus fãs em dois mil e dezoito quando anunciaram a separação. No entanto, voltaram a juntar-se quatro anos depois, na ressaca da pandemia, tendo lançado em dois mil e vinte e dois o disco The Bees. Agora, quase no ocaso de dois mil e vinte e quatro, voltam a dar sinal de vida com um novo single intitulado E-E-Y-O-R-E (That’s Me!), que tem a chancela da insuspeita Paper Bag Records.
Este novo tema do grupo natural de Vitória, que versa sobre a solidão e o medo do isolamento, coloca o trio nos trilhos de um indie rock impulsivo e com uma considerável tonalidade psicadélica, conferida por guitarras que debitam distorções metálicas que arriscam constantemente o limite da rispidez e uma bateria ímpr no modo como oferece ao tema diversas variações, quer de ritmo, quer de intensidade. O resultado final é explosivo, envolvente e não deixa de exalar uma elevada sensação de radiofonia.
Confere E-E-Y-O-R-E (That’s Me!) e o vídeo do tema assinado por Derek Janzen, inspirado no universo do black metal, mais concertamente no curioso fime que ilustra Sabrina, tema icónico dos Einstürzende Neubauten...
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Foreign Air – Awkward Bones
Jesse Clasen e Jacob Michael são os Foreign Air, uma dupla sedeada em Brooklyn, Nova Iorque e que começou a chamar a atenção da crítica desde dois mil e quinze, ano em que lançaram o single Free Animal, que encabeçou o EP For The Light, editado em setembro do ano seguinte. Essa canção, que foi banda sonora de vários anúncios comerciais, spots televisivos e até trailers cinematográficos, deu uma inesperada visibilidade aos Foreign Air que acabaram por ser convidados para tocar em vários festivais norte-americanos e para abrir concertos de bandas como os Phantogram, BORNS ou Bishop Briggs.
No início de dois mil e dezanove, os Foreign Air voltam a chamar a si alguns holofotes, incluindo os nossos, à boleia de Wake Me Up, o primeiro avanço para o disco de estreia, um trabalho intitulado Good Morning Stranger, que a banda editou em outubro de dois mil e vinte e com um alinhamento de quinze canções que nos oferecia um rock progressivo de elevado calibre.
Agora, cerca de meia década depois, a tónica mantém-se devido a Awkard Bones, o novo single da dupla, que sucede ao segundo registo dos Foreign Air, um trabalho intitulado Hello Sunshine, lançado em dois mil e vinte e dois. Awkward Bones impressiona pelos violoncelos tocados por um quarteto de cordas, que introduzem o tema e que vão surgindo ao longo do mesmo, encadeados com alguns arranjos sintéticos que alinhados com uma secção rítmica vibrante e um intenso refrão onde monumentalidade, euforia e epicidade se conjugam instrumental e vocalmente sem qualquer tipo de reservas, sustentam uma canção que nos remete, com agrado e nostalgia, para aquela herança da melhor pop oitocentista do século passado, algo sombria mas cativante. Confere...
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Franz Ferdinand – Night Or Day
Podemos novamente abrir alas para os jeans coçados escondidos no guarda fatos, sacar das t-shirts coloridas e pôr o congelador a bombar com cerveja e a churrasqueira a arder porque o velhinho rock n'roll feito sem grandes segredos, carregado de decibeis, que só os escoceses Franz Ferdinand sabem como replicar está de volta com um álbum intitulado Human Fear, um alinhamento de onze canções produzidas por Mark Ralph e que terá a chancela da Domino Recordings.
Audacious, a canção que abre o alinhamento de Human Fear, foi o primeiro single retirado do registo, o sexto da banda de Glasgow liderada por Alex Kapranos e sucessor de Always Ascending, álbum dissecado por cá com minúcia em dois mil e dezoito. Divulgámos essa canção no final do último verão e agora temos para partilhar Night Or Day, o segundo single retirado do álbum e sexto tema do alinhamento do mesmo.
Night Or Day impressiona, desde logo, pelo modo como o piano toma as rédeas da canção, não só na definição da sua trama melódica, mas também no modo como define as diversas nunances rítmicas que sustentam uma composição que também tem em diversos efeitos sintetizados um dos aspetos mais interessantes, sempre com as guitarras e o baixo a cumprirem exemplarmente a função de adorno e de indução identitária. Em suma, Night Or Day exala, como seria de esperar, o melhor adn Franz Ferdinand, feito de um modus operandi que procura, quase sempre, calcorrear territórios sonoros que englobem algumas caraterísticas da pop, com o melhor punk rock em declarado ponto de mira. Confere Night Or Day e o vídeo esteticamente imponente da canção, assinado por Rianne White...
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Father John Misty – Mahashmashana
Dois anos depois do extraordinário registo Chloë And The Next 20th Century, Josh Tillman, que assina a sua música como Father John Misty, está de regresso aos discos com Mahashmashana, o sexto compêndio de originais da carreira do músico norte-americano, um álbum produzido pelo próprio Father John Misty e por Drew Erickson. São oito canções que acabam de ver a luz do dia, com a chancela do consórcio Bella Union e Sub Pop Records.
Father John Misty é um dos artistas mais queridos deste espaço de crítica musical, sempre absorvido nos seus dilemas, vulnerabilidades e inquietações pessoais, enquanto ensaia, em cada novo trabalho, uma abordagem tremendamente empática e próxima connosco, sem se deslumbrar e perder a sua capacidade superior de criar canções assentes, quase sempre, num luminoso e harmonioso enlace entre cordas e teclas, que dão vida a temas carregados de ironia e de certo modo provocadores.
Desta vez, o músico disserta sobre o momento civilizacional atual e a ténue fronteira que todos nós sabemos que existe entre e vida e a morte, considerando, o autor, que temos os nossos arraiais assentes em Mahashmashana, (महामशान) uma palavra em sânscrito que significa grande campo de cremação. E, de facto, este registo oscila entre canções com um intenso espírito roqueiro, viçoso, inquieto e irrequieto e baladas de elevado pendor melodramático e quase desesperante, sendo transversal a todo o registo uma permanentes sensação de tensão e de inquietude, que personifica, de certa forma, a tal fronteira ténue em que vivemos.
Logo a abrir o registo, a magnificiência melodramática e cinematográfica de um tema homónimo que agrega em seu redor uma vasta pafernália instrumental, enquanto coloca todas as fichas líricas e filosóficas na descrição de um local que tanto pode ser de redenção, como de expiação, ficamos esclarecidos relativamente ao busílis sonoro de um disco que estará recheado de momentos sonoros esplendorosos e únicos. Misty é hoje, sem sombra de dúvida, uma figura interpretativa central e de excelência, não só como cantor, mas também como multi-instrumentista e, acima de tudo isso, um arquiteto de canções riquíssimas em detalhes, sobreposições orgânicas e sintéticas e jogos de sedução entre sons das mais diversas proveniências, sempre com um charme inconfundível, enquanto fortalece e carimba uma assinatura estilística muito própria e sem paralelo no universo sonoro indie contemporâneo. Por exemplo, o modo como o piano, os saxofones e os violinos vão dando a vez entre si no protagonismo arquitetural de Being You é um dos mais belos exemplos desta ímpar capacidade criativa do autor.
She Cleans Up dá-nos uma outra face da mesma moeda, enquanto projeta Tillman para um universo sonoro ainda pouco escutado no seu catálogo, uma nova nuance que claramente se saúda. Rugosa e roqueira, esta canção impressiona pelo efeito ecoante da voz, que se entrelaça com mestria com uma guitarra encharca em decibéis e que, no refrão, recebe uma inebriante distorção, amplificada por alguns sopros enleantes, mostrando, como referi, uma faceta mais arrojada, crua e imediata do que as propostas habituais do músico californiano.
Dado o pontapé de saída de Mahashmashana de forma tão díspar, temas como Mental Health, um testemunho impressivo das marcas profundas que ficaram do seu crescimento no seio de uma família extremamente conservadora e com a qual cortou relações, ou o relato da própria experiência pessoal do próprio músico ao consumo psicotrópico, em Josh Tillman And The Accidental Dose, que o fazia ver um apalhaço tagarela sempre que observava um quadro pendurado num apartamento imaginado, reforçam o cariz sempre autobiográfico e, simultaneamente, redentor, da sua obra artística. Depois, Screamland, tema que conta com a participação especial de Alan Sparhawk, dos Low, na guitarra e um extraordinário arranjo de cordas escrito por Drew Erickson, reforça o cariz dicotómico e, consequente, heterogéneo já descrito do processo criativo do autor, numa canção que impressiona pelo clima algo sinistro e épico, dominado por cascatas de diversas distorções, eminentemente sintéticas.
Mahashmashana deixa-nos defintivamente rendidos com a estrondosa faustosa parada sonora que sustenta I Guess Time Just Makes Fools Of Us All, uma canção vibrante, com um groove ímpar e uma sensualidade indesmentível, em que teclas, sopros e cordas se entrelaçam entre si, conduzidas por um registo percussivo frenético, com um grau de refinamento classicista incomensuravelmente belo e, a seguir, com Summer's Gone, um típico tema de encerramento de um disco, íntimo, profundo, reflexivo e repleto de laivos musicais de excelência que proporcionam ao ouvinte, entre muitas outras sensações que só a vivência da audição consegue descrever, uma constante sensação de beleza e de melancolia ímpares, enquanto testemunhamos o modo como Father John Misty concebe o mundo em que hoje vivemos e que, na sua opinião, está, comicamente, mais próximo do que muitos pensam da ruína. Espero que aprecies a sugestão...
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Tunng – Didn’t Know Why
Cinco anos depois do excelente Songs You Make At Night, disco que chegou aos escaparates em dois mil e dezanove à boleia da insuspeita Full Time Hobby, o coletivo britânico Tunng, que está a comemorar duas décadas de uma respeitável carreira, onde tem misturado com uma ímpar contemporaneidade e bom gosto eletrónica e folk, volta a dar notícias com Didn’t Know Why, o primeiro avanço para Love You All Over Again, o registo que o coletivo formado por Mike Lindsay, Sam Genders, Ashley Bates, Phil Winter, Becky Jacobs e Martin Smith, vai lançar a vinte e quatro de janeiro de dois mil e vinte e cinco.
Impressionando pela exuberância percussiva, com metais, tambores e outros rranjos e samples à primeira vista tendencialmente agrestes e ruidosos, mas que acabam por induzir ao tema uma curiosa luminosidade, Didn't Know Why é um portento de sensibilidade e optimismo, uma excelente canção para nos recordar, de modo particularmente belo e impressivo, a riqueza e heterogeneidade estilística que tem conduzido o catálogo discográfico dos Tunng. Confere...
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Old Mervs – Parched
David House e Henry Carrington-Jones são os Old Mervs, uma dupla australiana que fez furor em setembro na nossa redação com um tema intitulado Forget It e que está de regresso ao nosso radar, devido a outra nova canção.
A mais recente novidade sonora dos Old Mervs que chamou a nossa atenção chama-se Parched e oferece-nos quase quatro minutos efusiantes e com fortes reminiscências numa mistura sagaz entre o indie e o emo rock noventistas. Guitarras repletas de ditorções, um baixo e uma bateria vigorosos e em perfeita comunhão e um pronunciado acerto melódico são os trunfos maiores de Parched, canção que juntamente com as outras duas que a banda já lançou este ano fazem antever um álbum da dupla em dois mil e vinte e cinco. Estaremos atentos. Confere...
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bombazine - Continuar Assim
Formados em dois mil e vinte e dois, os bombazine são uma banda lisboeta de indie pop rock, formada por Filipe Andrade (baixo), Manuel Figueiredo (teclas), Manuel Granate (bateria), Manuel Protásio (guitarra) e Vasco Granate (voz/guitarra). Estrearam-se em abril do ano passado com um EP intitulado Grã-Matina e acabam de lançar o seu primeiro longa duração, um alinhamento de nove canções intitulado Samba Celta, produzido e misturado por João Sampayo, masterizado por Miguel Pinheiro Marques e que conta com a participação dos músicos Fernão Biu (sopros), Sofia Ribeiro de Faria (violinos), Inérzio Macome (violoncelo) João Sampaio (percussões, coros) e Quica Granate (coros).
Já foram revelados alguns singles do registo que, de acordo com os bombazine, materializa uma procura consciente por novos horizontes estéticos, sem nunca perder de vista os elementos de um tecido sonoro vincado pelo groove. O mais recente é Continuar Assim, uma balada que, de acrodo com o press release do seu lançamento, não descura o ritmo e explorando liricamente a tensão entre a presença e a ausência, entre o estar acompanhado e o estar só. É um tema que convida à reflexão sobre as relações e os seus altos e baixos, lembrando que também há dias sem refrões. Continuar Assim dá a conhecer a camada mais emotiva que a banda pretendeu introduzir no novo trabalho e que também estará presente noutras faixas de um disco em que predomina o lado mais alegre e festivo, mas onde também há espaço para momentos mais introspetivos como este. Confere...
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Throwing Muses – Drugstore Drastic
Quatro anos depois de Sun Racket, um registo cuidadosamente dissecado à época pela nossa redação, os Throwing Muses de Kristin Hersh, David Narcizo e Bernard Georges, estão de regresso ao nosso radar devido a Drugstore Drastic, um novo single do projeto, que pode muito bem ser a primeira amostra de um novo trabalho da banda, que deverá ver a luz do dia em dois mil e vinte e cinco.
Três minutos e meio de acusticidade crua e abrasiva é o que nos oferece Drugstore Drastic, uma canção que encarna uma curiosa conversa entre alguém sóbrio e uma personagem sob o efeito de alguma substância psicotrópica. Existe, durante a canção, um frenesim sempre latente e um forte cariz lo fi, com as cordas a serem dedilhadas com uma aúrea de aspereza e rugosidade únicas, mas também com ímpar subtileza e charme, num resultado final inebriante e que exala um salutar experimentalismo garage livre de constrangimentos. Confere...
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Beirut - Caspian Tiger
Depois de ter lançado o disco Hadsel há cerca de um ano e do contributo esplêndido que deu, já na primavera de dois mil e vinte e quatro, para o conteúdo de Things We Have In Common, o novo disco dos dinamarqueses Efterklang, o norte-americano Zach Condon aka Beirut, voltou a concentrar-se no seu projeto a solo, tendo andado a compôr uma banda sonora para a companhia circense sueca Kompani Giraff.
Uma das composições que faz parte desse inusitado registo é Caspian Tiger, um líndissimo portento de intimidade e emotividade, já com direito a um vídeo assinado por Jan Pivoňka. Caspian Tiger assenta num piano comovente, que vai sendo subtilmente acompanhado por uma harpa reluzente e por diversos detalhes percussivos, enquanto Condon canta, com arrojo e delicadeza, sobre as ténues fronteiras que separam a dor e o conforto e a vida e a morte, neste caso dos tigres das estepes, enquanto imagina, na sua mente, o sofrimento que estes animais viveram quando, na antiguidade, foram retirados das estepes asiáticas em redor do Mar Cáspio para lutar em coliseus romanos. Confere...