man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Real Estate - Daniel (Elton John Cover)
Pouco mais de meio ano depois da edição do disco Daniel, um tomo de onze canções produzidas por Daniel Tashian, os Real Estate de Martin Courtney, Alex Bleeker, Matt Kallman, Julian Lynch e Sammi Niss, estão de regresso com uma fantástica cover que incubaram para o clássico Daniel, assinado por Elton John e que abria o disco Don't Shoot Me I'm Only the Piano Player que o músico britânico lançou em mil novecentos e setenta e três, com a chancela da DJM Records.
Esta versão de Daniel assinada pelos Real Estate, oferece-nos quase quatro minutos com um salutar e acochegante polimento melódico, ampliado pelo modo como o típico efeito das guitarras do projeto de Nova Jersei busca eficazmente uma luminosidade efusiva que era, curiosamente, uma das imagens de marca do tema original, uma das canções pop mais emblemáticas da década de setenta do século passado e um elemento sonoro essencial do riquíssimo catálogo de Elton John. Confere...
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shego - ¡Viva! (Los Punsetes cover)
As muchachas shego, lideradas por Ariadna Paniagua, acabam de chegar ao nosso radar à boleia de uma cover que assinam com mestria para ¡Viva!, a canção que abria o disco com o mesmo nome que os conterrâneos Los Punsetes lançaram em dois mil e dezassete.
Esta versão das shego, ainda mais suja e ríspida do que o original, é uma forma que o quarteto exclusivamente feminino encontrou de homenagear os vinte anos de carreira do projeto formado por Manuel Sánchez, Ariadna Paniagua, Chema González, Jorge García e Gonzalo Prada. Os Los Punsetes também têm origens na capital espanhola, formaram-se em dois mil e quatro e o nome do grupo é uma homenagem ao falecido político, comunicador científico e apresentador de televisão Eduard Punset. Confere...
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Efterklang – Things We Have In Common
Dois anos depois do EP Plexiglass, os dinamarqueses Efterklang estão de regresso à ribalta com um novo disco intitulado Things We Have In Common, um alinhamento de nove canções que acaba de chegar aos escaparates, com a chancela da City Slang. Things We Have In Common é o sétimo álbum da carreira do projeto formado por Mads Brauer, Casper Clausen e Rasmus Stolberg e conta com várias participações especiais relevantes, nomeadamente o guatemalteco Mabe Fratti, Zach Condon aka Beirut e Sønderjysk Pigekor.
Exímios a replicar um indie pop onde conceitos como majestosidade e bom gosto estão presentes de modo bastante impressivo, proporcionados por três músicos exímios no modo como criam sons com forte inspiração em elementos paisagísticos, os dinamarqueses já carimbaram, em quase duas décadas de carreira, uma imagem de marca em que acusticidade orgânica e texturas eletrónicas particularmente intrincadas, conjuram entre si, muitas vezes de modo quase impercetível, para incubar melodias com uma beleza sonora que nos deixa muitas vezes boquiabertos.
Things We Have In Common mantém bem vivo este adn Efterklang, com um naipe de canções de inquestionável beleza e assentes numa superior sapiência criativa, amplificada pelo perfil artístico de superior quilate dos artistas convidados. Getting Reminders, por exemplo, já é, na sua génese, uma composição melodicamente inspirada, mas a contribuição especial do trompete de Zach Condon ajuda decisivamente a burilar um portento sonoro em que, depois, a insinuante acusticidade orgânica de um violão, se articula com a voz imponente de Casper e esse referido trompete, com algumas texturas eletrónicas particularmente intrincadas e quase impercetíveis, a conjurarem, no seu todo, um resultado final elegante e com uma beleza sonora inquietante.
Animated Heart, uma canção que começou a ser incubada no estúdio que Casper Clausen possui em Lisboa e que conta com a participação especial de Sønderjysk Pigekor, uma cantora dinamarquesa, responsável por um coro infantil desse país nórdico (South Denmark Girls’ Choir) e que já colabora com os Efterklang há mais de uma década, também está encharcada em intimidade, enquanto exala um travo clássico intenso, destacando-se pelo modo como as vozes e as cordas lhe dão vida e alma. À medida que o tema evolui, vai recebendo diversos entalhes de outros instrumentos de cordas, mas também de teclados, num resultado final com um clima tremendamente cinematográfico e sensorial, outra imagem de marca bem presente na discografia dos Efterklang.
Relativamente ao contributo de Mabe Fratti, importa escutar com particular devoção Plant, a segunda composição do alinhamento de Things We Have In Common, um tema que aposta num clima particularmente intenso e que conta com a participação do músico guatemalteco, na voz e no violoncelo. Plant consegue ser, em simultâneo, um tratado de intimidade e majestosidade, embrulhado em cordas dedilhadas com delicadeza e uma bateria vigorosa, nuances iniciais que são depois trespassadas por diversos entalhes sintéticos encorpados, uma pafernália de distorções cósmicas e um registo vocal ecoante, num resultado final com um clima também muito cinematográfico e sensorial.
Finalmente, olhando para as canções assinadas apenas pelo trio, merece particular destaque Sentiment, uma misteriosa, mas também charmosa composição, burilada por um insinuante piano adocicado, que se arrasta por diversas cordas algo hipnóticas e alguns sons sintetizados cósmicos, um tema em que acusticidade orgânica e texturas eletrónicas particularmente intrincadas, conjuram entre si, muitas vezes de modo quase impercetível, para incubar pouco mais de três minutos sonoros com uma beleza sonora inquietante.
Things We Have In Common é, em suma, um daqueles discos que nos convida a olhar para o interior da nossa alma e a incitar os nossos desejos mais profundos, como se cavasse e alfinetasse um sentimento em nós, enquanto as suas canções amplificam esse inusitado momento de agitação elegante e introspetiva. Instrumentalmente rico, repleto de bom gosto e pronto para se espraiar com requinte e beleza nos nossos ouvidos, Things We Have In Common deixa-nos naquela letargia típica de quando se dorme e se está acordado, uma dormência que acaba por despoletar a nossa capacidade de sonhar de olhos abertos, mas que depois também nos afaga e nos permite repousar em paz na suprema espiritualidade que exalam os seus cerca de trinta e cinco minutos particularmente felizes. Espero que aprecies a sugestão...
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Illiterate Light – Payphone
Com origens em dois mil e quinze, no estado da Virginia, a dupla norte-americana Illiterate Light é formada por Jeff Gorman e Jack Cochran e está de regresso aos discos no próximo dia um de novembro, à boleia de Arches, um tomo de nove canções, que terá a chancela da Thirty Tigers.
Canção contagiante e enérgica, Payphone é o tema que abre o disco e o primeiro single retirado do alinhamento de Arches. É uma obra sonora luminosa e enérgica, que mescla com mestria o clássico indie rock tipicamente norte-americano com algumas nuances sintéticas, com o baixo a ter um papel fundamental no modo como sustenta um apurado sentido melódico, algo frenético e hipnótico e com um apreciável travo radiofónico.
Confere Payphone e o artwork e a tracklist de Arches...
Payphone
Dead Nettles
All The Stars Are Burning Out
Montauk
Black Holes
Norfolk Southern
I Ride Alone
No Way Out
Bloodlines
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The Kills - Happier Than Ever (Billie Eilish cover)
Cerca de um ano depois do disco God Games, os britânicos The Kills de Jamie Hince e Alison Mosshart, estão de regresso aos holofotes com um novo EP intitulado Happier Girl Sessions, um alinhamento de cinco canções, que terá a chancela da Domino Recordings e quase todas versões acústicas de alguns dos melhores instantes sonoros de God Games. No entanto, o nosso destaque deste EP gravado pelo produtor vencedor de um Grammy, Paul Epworth, com o engenheiro Riley McIntyre, vai para Happier Than Ever, a composição que abre o seu alinhamento, nada mais nada menos do que uma cover de um dos temas mais emblemáticos do catálogo da californiana Billie Eillish.
Happier Than Ever era o tema que abria o alinhamento do disco homónimo que a cantora norte-americana lançou em dois mil e vinte e um e nesta versão assinada pelos The Kills, a composição ganha uma tonalidade vintage, um pouco mais rugosa e crua do que o original, com o fuzz da guitarra, replicado por Allison Mosshart a ser o ponto chave de uma versão com um acentuado travo blues, afinando o adn da dupla, eminentemente orgânico e minimalista e geralmente com acentuado espírito garageiro e sensual. Uma grande versão que nos mostra uns The Kills em grande forma e a manterem intocável o charme inconfundível de uma dupla única e sem paralelo no universo alternativo atual. Confere...
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Father John Misty – Screamland vs I Guess Time Just Makes Fools Of Us All
Dois anos depois do extraordinário registo Chloë And The Next 20th Century, Josh Tillman, que assina a sua música como Father John Misty, está de regresso aos discos ainda antes do ocaso de dois mil e vinte e quatro com Mahashmashana, o sexto disco da carreira do músico norte-americano, um álbum produzido pelo próprio Father John Misty e por Drew Erickson. São oito canções que vão ver a luz do dia a vinte e dois de novembro, com a chancela do consórcio Bella Union e Sub Pop Records.
Das oito composições que fazem parte do alinhamento de Mahashmashana, (महामशान) uma palavra em sânscrito que significa grande campo de cremação, já é possível escutar duas, os temas Screamland e I Guess Time Just Makes Fools Of Us All. São duas faustosas canções, com uma orquestralidade vigorosa e empolgante. A primeira, Screamland, tema que conta com a participação especial de Alan Sparhawk, dos Low, na guitarra e um extraordinário arranjo de cordas escrito por Drew Erickson, impressiona pelo clima algo sinistro e épico, dominado por cascatas de diversas distorções, eminentemente sintéticas. Já I Guess Time Just Makes Fools Of Us All, é uma canção vibrante, com um groove ímpar e uma sensualidade indesmentível, em que teclas, sopros e cordas se entrelaçam entre si, conduzidas por um registo percussivo frenético, com um grau de refinamento classicista incomensuravelmente belo.
Confere o vídeo de Screamland, assinado por Estefania Kröl, o vídeo de I Guess Time Just Makes Fools Of Us All e o artwork e a tracklist de Mahashmashana...
01 Mahashmashana
02 She Cleans Up
03 Josh Tillman and the Accidental Dose
04 Mental Health
05 Screamland
06 Being You
07 I Guess Time Just Makes Fools of Us All
08 Summer’s Gone
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Bon Iver – S P E Y S I D E
Seis anos depois do disco i,i, Justin Vernon, que assina a sua música como Bon Iver, está finalmente de regresso aos nossos holofotes à boleia de SPEYSIDE, o primeiro avanço revelado de um novo EP do músico norte-americano intitulado Sable, um alinhamento de três canções gravadas entre dois mil e vinte e dois mil e vinte e três nos seus estúdios April Base Recording Studio, no Wisconsin e que irá ver a luz do dia já em outubro, com a chancela da Jagjaguwar.
SPEYSIDE marca o regresso de Bon Iver aos primórdios da sua carreira, que era marcada por um perfil sonoro eminentemente minimalista e até algo cru, mas sempre profundamente emotivo e tocante, nuances que estavam bem presentes, por exemplo, em For Emma, Forever Ago, o disco de estreia de Bon Iver, lançado em dois mil e sete. E esse é, em suma, o registo sonoro que sustenta este primeiro single revelado do alinhamento de Sable, que conta nos créditos da produção com o experiente Jim-E Stack. um charmoso portento de acusticidade intimista, que impressiona pelo modo como o dedilhar complacente das cordas e a voz única de Vernon conseguem uma proximidade muito íntima com o ouvinte. Confere SPEYSIDE e o alinhamento de Sable...
Things Behind Things Behind Things,
S P E Y S I D E
Awards Season
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Slowburner - Wildcard
Liderado pelo madeirense Élvio Rodrigues, o projeto musical Slowburner acaba de colocar nos escaparates um novo disco intitulado Life Happens In The Interim, um alinhamento de nove canções cativantes, poderosas e intrigantes, disponíveis em todas as plataformas de streaming e em formato vinil e que espelham um conceito muito peculiar de criar música, que coloca sempre em ponto de mira uma feliz simbiose entre o melhor de dois mundos, o orgânico natural e o piano, enquanto constrói uma jornada introspectiva que explora as tensões da vida moderna e o delicado equilíbrio entre a busca pelo que realmente nos faz sentir vivos e as exigências do quotidiano que desafiam a nossa atenção e energia.
Um dos momentos altos de Life Happens In The Interim é o single Wildcard, a última composição do alinhamento do registo, tema em que o autor explora o poder do livre-arbítrio, uma metáfora que transforma a vida num jogo onde cada um de nós tem uma carta especial – a “wildcard” – que pode mudar o curso da nossa existência. Contudo, como na vida, também aqui é necessário discernimento para saber quando e como usar essa carta.
Wildcard tem também já direito a um curioso vídeo, filmado em plena planície alentejana e que nos transporta para um cenário onírico, onde a descoberta de uma carta misteriosa leva o protagonista (Slowburner) a uma experiência surreal, culminando num final aberto e cheio de possibilidades, deixando o público a questionar o que é real e o que é apenas um reflexo dos desejos mais profundos. Confere...
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Matt Pond PA – Those Wings
O projeto Matt Pond PA, encabeçado pelo norte-americano Matt Pond, regressa aos discos em janeiro do próximo ano com um registo intitulado Winged Horse, que estará repleto de participações especiais, nomeadamente Erin Rae, Humbird, Anya Marina e Jonathan Russell, que participa vocalmente no tema Those Wings, o primeiro single revelado do disco.
Hudson Valley, uma zona florestal nos arredores de Nova Iorque, foi a inspiração de Matt Pond para Those Wings, uma composição com todos os ingredientes que sustentam um verdadeiro tratado de indie folk rock, nomeadamente, cordas exuberantes e diversos arranjos das mais diversas proveniências. O resultado final é uma composição encharcada em cor e melancolia, que espelha na perfeição o habitual ambiente emotivo e honesto que carateriza a música deste cantautor que nunca perde o espírito nostálgico e sentimental que carateriza o seu modus operandi. Confere..
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Foreign Fields – What It Cost
Eric Hillman e Brian Holl são os Foreign Fields, uma dupla norte americana, natural de Nashville, que se tem notabilizado desde dois mil e doze, quando se estrearam com o registo Anywhere But Where Am I, uma consistente coleção de treze canções construídas com fino recorte e indesmentível bom gosto. Take Cover, o segundo longa duração do projeto, lançado no final de dois mil e dezasseis, assumiu-se como o lógico passo em frente desse glorioso percurso inicial, um disco assente em canções bastante emotivas e incisivo a expôr os dilemas e as agruras da vida comum à maioria dos mortais, mas também as alegrias e as recompensas que a existência terrena nos pode proporcionar.
No início de de dois mil e vinte, The Beauty Of Survival, o terceiro álbum da dupla, misturado por Joe Visciano, foi dissecado por cá com minúcia e já tem, finalmente, sucessor. O quarto disco dos Foreign Fields chama-se What It Cost e foi gravado no Wisconsin, nos estúdios Hive in Eau Claire, com o engenheiro e produtor Brian Joseph (Bon Iver, Sufjan Stevens, Volcano Choir).
O clima aconchegante e sedutor das cordas de After All convida-nos a entrar, pé ante pé, num disco que se percebe, logo à partida, que será um verdadeiro oásis de charme e bom gosto. E não seria de esperar outra coisa de uma dupla que sempre se mostrou tão criativa e feliz no modo como consegue sustentar uma simbiose perfeita entre dois músicos ímpares. Depois, à medida que o disco prossegue, a audição de canções do calibre de Faultlines ou a Little Longer, fazem de What It Cost uma banda sonora perfeita para elevar o ego e induzir a nossa alma de boas vibrações. São temas com uma indesmentível aúrea de beleza e esplendor que, juntamente com a riqueza do perfil percussivo de When You Are, uma composição com um groove indisfarçável ou, em oposição, o minimalismo profundamente tocante de Show Me Love, fazem de What It Cost um daqueles álbuns sinceros no modo como exalam uma intenção prática de mostrarem o que encharca o coração de quem os idealiza, enquanto encarnam um modo de criar música que, independentemente dos gostos pessoais do ouvinte, não deixa ninguém indiferente, tal é a sua beleza.
What It Cost é, em suma, um verdadeiro oásis de indie folk orquestralmente rico. Dominado, quase sempre, por cordas exuberantes, que se vão deixando enlear por diversos adornos e arranjos sintéticos, os seus pouco mais de quarenta minutos oferecem-nos uma trama melodicamente inspirada e com um travo de contemporaneidade único e fortemente inebriante. Espero que aprecies a sugestão...