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Washed Out - Notes From A Quiet Life

Sexta-feira, 05.07.24

Dono de obras-primas do calibre do excelente tratado de lisergia que sustenta o longa duração de estreia Within Without (2011) e do psicadélico e inebriante álbum Paracosm (2013), o projeto Washed Out, do multi-instrumentista norte-americano Ernest Greene, um dos nomes fundamentais, a par de Neon Indian ou Toro Y Moi, da nova chillwave, não dava sinais de vida desde o buliçoso e intrigante registo Purple Noon, editado em dois mil e vinte. No entanto, esse hiato de quatro anos chegou ao fim com Notes From a Quiet Life, o novo disco do autor e compositor, que acaba de chegar aos escaparates, com a chancela da Sub Pop Records.

WASHED OUT – MISTER MELLOW (Lo-Fi/Electronica – US) – umstrum||music

Disco muito marcado pela mudança de Greene, um músico natural da Georgia, da cidade capital desse estado, Atlanta, para uma zona mais rural, Macon, Notes From A Quiet Life retrata, ao mesmo tempo, um amor que ficou para trás. São dez intrincadas canções, encharcadas em versos melancólicos, adornados por sintetizações pulsantes, que se servem de uma pafernália instrumental sintética vasta, encarnando pouco mais de quarenta minutos irresistivelmente belos, feitos de uma pop nostálgica e sonhadora, com um elevado travo oitocentista.

Notes From A Quiet Life é um disco excelente para nos hipnotizar e para nos levar a refletir sobre o estado atual do nosso âmago, acabando por funcionar como um eficaz soporífero que nos leva para longe de uma realidade que é, tantas vezes, pouco agradável e que precisa destes momentos de escape e destes locais de refúgio para assentar ideias e decidir novos rumos.

É, de facto, impossível não ficarmos imunes a qualquer sentimento menos positivo e não nos sentirmos cheios, preenchidos e felizes ao som desta estética sintética de forte travo vintage, que acrescenta ao catálogo do autor novas nuances que alargam o seu espetro sónico, cada vez mais focado nas pistas de dança e em ambientes onde o digital se sobrepõe claramente ao orgânico.

Enquanto exercício de auto reflexão sobre aquilo que é a existência e a evolução pessoal humana, um exercício mental quase sempre fatigante, Notes From A Quiet Life é um refúgio ideal também para o descanso e a para um encontro íntimo com paz e tranquilidade, sendo capaz capaz de nos levar rumo às profundezas de um imenso oceano de hipnotismo e letargia, enquanto estabelece uma multiplicidade de novos caminhos ao autor e testa sonoridades e experimentações sem que Greene receie ser apontado como uma espécie de terrorista sonoro, porque também é de coerência que este disco vive. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 17:02

Suuns - Doreen

Quinta-feira, 04.07.24

Os Suuns são um dos segredos mais bem guardados do panorama alternativo canadiano. Apareceram em dois mil e sete pela mão do vocalista e guitarrista Ben Shemie, ao qual se juntam, atualmente, Joseph Yarmush e Liam O’Neill. Estrearam-se nos álbuns em dois mil e dez com Zeroes QC e três anos depois chegou o extraordinário Images Du Futur, um trabalho que lhes elevou o estatuto grandemente, tendo merecido enormes elogios, não só no Canadá, mas também nos Estados Unidos e na Europa. Já na segunda metade da última década a dose dupla Hold/Still e Felt manteve a bitola elevada, dois discos que confirmaram definitivamente que estamos na presença de um grupo especial e distinto no panorama indie e alternativo atual.

SUUNS

Em dois mil e vinte e quatro os Suuns vão continuar a enriquecer o seu catálogo com um novo disco intitulado The Breaks. Será o sexto compêndio da carreira do trio sedeado em Montreal e irá ver a luz do dia a seis de setembro, com a chancela da Joyful Noise Recordings.

Já há vários singles divulgados do alinhamento de The Breaks e o mais recente é Doreen. Trata-se de uma canção com um perfil interpretativo bastante intimista e sentimental, que tem, inicialmente, no minimal mas aconchegante dedilhar de uma guitarra o braço direito do registo vocal envolvente de Ben que, quando termina, quer ele quer as cordas cedem o pódio a um jogo subtil, mas intrincado, de diversas interseções sintéticas, com um intenso travo progressivo e experimental. Confere Doreen e o vídeo que ilustra a canção, dirigido pela própria banda...

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publicado por stipe07 às 16:52

Porches – Itch

Quarta-feira, 03.07.24

Aaron Maine é a mente que lidera o projeto Porches, sedeado em Pleasantville, nos subúrbios de Nova Iorque, com quase uma década de vida. Porches tem já um interessante catálogo de discos, inaugurado em dois mil e dezasseis com o registo Pool, ao qual se sucederam The House, em dois mil e dezoito, Ricky Music, em dois mil e vinte e, mais recentemente, All Day Gentle Hold, em dois mil e vinte um.

Aaron Maine Of Porches On His Beauty Routine | Into The Gloss

No início da primavera a nossa redação partilhou uma canção intitulada Rag, o primeiro sinal de vida desde All Day Gentle Hold, novidade que parecia anunciar um disco novo de Porches para breve. Essa previsão confirmou-se no final de maio com o anúncio de um novo álbum do projeto, um registo de originais intitulado Shirt, que irá chegar aos escaparates a dezanove de setembro com a chancela da Domino Recordings.

Depois de também já termos divulgado Joker, a oitava composição do alinhamento de Shirt, hoje chega a vez de escutarmos Itch, o sétimo tema do disco. Se Rag assentava num indie rock cru e intenso, com um perfil noventista bastante vincado e Joker numa filosofia estilística com um curioso travo folk, Itch coloca as fichas num perfil mais minimal, orgânico e sujo, com o grunge em declarado ponto de mira. Confere Itch e o vídeo do tema dirigido por Nick Harwood, que já tinha tomado as rédeas dos filmes que ilustram Rag e Joker...

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publicado por stipe07 às 18:46

Night Moves – Caroline Goodbye (Colin Blunstone cover)

Terça-feira, 02.07.24

A dupla norte-americana Night Moves é formada por Micky Alfano e John Pelant, sendo o último o principal responsável pela escrita das canções neste projeto. Sedeados em Minneapolis, estes Night Moves apostam todas as fichas numa espécie de mistura entre um country cósmico e o típico rock psicadélico, um caldeirão improvável mas perfeito para incubar canções texturalmente ricas e que acabam por encarnar deliciosos tratados de epicidade e lisergia.

Local Band Night Moves is Back in Minneapolis - Mpls.St.Paul Magazine

Dois anos depois de uma série de singles que a dupla lançou à boleia de uma iniciativa patrocinada pela emissora norte-americana NPR que convidou algumas bandas a transformarem histórias anónimas em canções e que culminaram no EP The Redaction, os Night Moves estão de regresso ao nosso radar devido a anúncio de um novo álbum para breve e, principalmente, por causa da nova roupagem que criaram para Caroline Goodbye, um original assinado por Colin Blunstone, vocalista dos The Zombies, em mil novecentos e setenta e um e que fazia parte do disco One Year que este músico editou, a solo, nesse ano.

Esta versão dos Night Moves é, de facto, um delicioso tratado sonoro, uma verdadeira orgia lisérgica que nos catapulta, em simultâneo, para duas direções aparentemente opostas, a indie folk psicadélica e o rock experimental. Confere o original e a cover...

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publicado por stipe07 às 21:14

Efterklang – Animated Heart (feat. Sønderjysk Pigekor)

Segunda-feira, 01.07.24

Dois anos depois do EP Plexiglass, os dinamarqueses Efterklang estão de regresso à ribalta com o anúncio de um novo disco intitulado Things We Have In Common, um alinhamento de nove canções que irá chegar aos escaparates a vinte e sete de setembro deste ano, com a chancela da City Slang. Things We Have In Common será o sétimo álbum da carreira do projeto formado por Mads Brauer, Casper Clausen e Rasmus Stolberg.

Créditos: Søren Lynggaard

No final do passado mês de março demos aqui conta de Getting Reminders, uma composição que contava com a contribuição especial de Zach Condon, a primeira amostra deste novo trabalho dos Efterklang. O líder do projeto Beirut tocava trompete, ajudando decisivamente a burilar um portento sonoro em que a insinuante acusticidade orgânica de um violão, se articulava com a voz imponente de Casper, o referido trompete e algumas texturas eletrónicas particularmente intrincadas e quase impercetíveis, num resultado final elegante e com uma beleza sonora inquietante.

Poucas semanas depois, já em maio, conferimos Plant, a segunda composição do alinhamento de Things We Have In Common, tema que apostava num clima mais intenso e que contava com a participação especial do músico guatemalteco Mabe Fratti, na voz e no violoncelo.

Agora chega a vez de escutarmos Animated Heart, canção que conta com a participação especial de Sønderjysk Pigekor, uma cantora dinamarquesa, responsável por um coro infantil desse país nórdico (South Denmark Girls’ Choir) e que já colabora com os Efterklang há mais de uma década. Animated Heart, um tema que começou a ser incubado no estúdio que Casper Clausen possui em Lisboa, é uma canção encharcada em intimidade, com um travo clássico intenso e que se destaca pelo modo como as vozes e as cordas lhe dão vida e alma. À medida que o tema evolui, vai recebendo diversos entalhes de outros instrumentos de cordas, mas também de teclados, num resultado final uma vez mais com um clima tremendamente cinematográfico e sensorial. Confere Animated Heart e o vídeo do tema assinado por Søren Lynggaard, que já tinha assinado o vídeo de Plant e pelo membro da banda, Rasmus Stolberg...

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publicado por stipe07 às 15:35


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