man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
GRMLN – New World
O projeto GRMLN, encabeçado pelo artista Yoodoo Park, nascido em Quioto, no Japão, mas a residir em Orange County, no sul da Califórnia, está de regresso aos discos com New World, um alinhamento de onze canções que viu recentemente a luz do dia, com a chancela da Carpark Records.
Sucessor do registo Lost Days In Lake Biwa, lançado no transato ano de dois mil e vinte e três, New World é já, imagine-se, o vigésimo quinto (?) tomo da carreira de GRMLN, que tem pouco mais de uma década de percurso. Esta capacidade quase sobrehumana de compôr, algo inédita no panorama indie atual, diga-se, merece os mais rasgados elogios, até porque Yoodoo continua a conseguir, mesmo tendo a braços tão extenso catálogo, apresentar sempre novas nuances, caminhos e influências, cada vez que entra em estúdio para compôr. Desta vez, o músico de ascendência japonesa parece fazer uma mescla feliz entre a sagacidade melódica sessentista e aquele imediatismo rugoso, mas geralmente pouco ruidoso, que definiu a história do rock de final do século passado.
De facto, e olhando para alguns dos meslhores momentos sonoros de New World, se Yr Friend é um tema rápido e incisivo no modo como replica uma espécie de indie surf punk rock, numa espécie de mescla entre as heranças de bandas como os Wavves ou os The Strokes, Apocalypse abusa, no bom sentido, na imponência das guitarras, enquanto Blank Stares, a sexta composição do catálogo de New World, pisca o olho à eletrónica, colocando todas as fichas numa linha melódica conferida por um grave teclado vibrante, que vai depois recebendo, além de uma guitarra levemente distorcida, diversas sintetizações planantes e alguns detalhes cósmicos, com o registo vocal modificado de Park, a oferecer ao tema, que acaba por exalar um certo minimalismo pueril, um charme e um travo pop indesmentíveis.
Estas três canções acabam por subliminar e contextualizar na perfeição a arquitetura sonora global de New World, um disco que, assentando, fundamentalmente, em guitarras abrasivas e uma bateria intensa, não deixa de se complementar com o sintético, principalmente ao nível dos arranjos, ampliando, desse modo, aquela sempre importante faceta experimental que deve ter um disco que pretenda chamar a atenção do ouvinte devido à sua astúcia, grandiosidade e luminosidade. Missão cumprida. Espero que aprecies a sugestão...