man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
WHY? – G-dzillah G’dolah
Yoni Wolf juntou-se, em dois mil e quatro, ao coletivo de hip hop Anticon, um dos mais estimulantes laboratórios de invenção de novos caminhos e recontextualizações de referências, formas e linguagens de genética hip hop. Passaram então a ser um trio, rebatizaram o projeto de cLOUDDEAD e juntos elevaram o hip hop delirante, neurótico e fragmentado ao estatuto de entidade essencial para a compreensão do século XXI.
Graham Tolbert
Entretanto os cLOUDDEAD deram o berro, mas Yoni Wolf (aka WHY?) seguiu em frente e formou, com o seu nome artístico, uma nova banda com o seu irmão Josiah e estrearam-se nos discos em dois mil e cinco com Elephant Eyelash, registo ao qual se seguiu Alopecia, em dois mil e oito, o glorioso expoente da união entre pop, hip hop e o experimentalismo, no fundo a bitola pela qual se rege a sonoridade deste projeto. Em dois mil e nove deram-nos Eskimo Snow, um álbum cheio de canções mais sombrias e nasaladas, com um tom provocador e afectado, uma receita milagrosa que se repetiu três anos depois com Mumps, Etc, treze canções repletas de humor negro e que mostravam uma estranha obsessão de Yoni pela morte, algo que o artista admitia, à época, com uma honestidade, quase desarmante, plasmar na escrita das suas canções.
Doze anos depois de Mumps, Etc, este projeto WHY? regressa ao nosso radar devido ao anúncio de um novo disco, um alinhamento de catorze canções intitulado The Well I Fell Into, que irá ver a uz do dia a dois de agosto com a chancela da Waterlines Label, etiqueta detida pela própria banda.
G-dzillah G’dolah é o mais recente single revelado do alinhamento de The Well I Fell Into. É uma extraordinária canção, que recria a história de alguém que viaja de avião ao encontro da amada que já não vê há algum tempo e que, sonoramente, tem como base um simples mas algo hipnótico trecho instrumental conferido por um piano que vai depois recebendo diversos adornos e interseções, que começam num violoncelo insinuante, que é depois abraçado por uma bateria de forte travo jazzístico e por violinos e outras sintetizações, num resultado final que recria uma melodia lindíssima e comovente, que quase nos leva às lágrimas. Confere o video de G-dzillah G’dolah, dirigido por Scott Fredette e o artwork e a tracklist de The Well I Fell Into...
Lauderdale Detour
Marigold
Brand New
G-dzillah G’dolah
When We Do The Dance
Jump
Later At The Loon
Nis(s)an Dreams, Pt. 1
The Letters, Etc.
What’s Me?
Sin Imperial
Atreyu
Versa Go!
Sending Out A Pamphlet
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No Good With Secrets - Tour Tape EP
Madison James é um profícuo músico norte-americano, natural de New Jersey, membro da banda de Ogbert The Nerd, que lançou recentemente um disco intitulado What You Want, mas também o grande responsável por um curioso projeto a solo chamado No Good With Secrets, que acaba de divulgar um EP com seis canções na plataforma bandcamp, depois do registo de originais Another Side, que editou há pouco mais de um mês.
Os seis temas de Tour Tape EP distribuem-se por três originais e o mesmo número de versões, Casual, um original de Chappell Roan, Kelly, um dos temas fundamentais do catálogo dos The Pains Of Being Pure At Heart e Kiss Me, uma canção assinada por Sixpence None The Richer, em mil novecentos e noventa e sete.
Madison James é um artista que domina diferentes vertentes e se expressa em múltiplas linguagens artísticas e culturais, sendo a música mais um dos códigos que ele utiliza para expressar o mundo próprio em que habita e dar-lhe a vida e a cor, as formas e os símbolos que ele idealizou. E basta ouvir estas seis canções para perceber que, realmente, Madison comunica connosco através de um código específico, tal é a complexidade e a criatividade que estão plasmadas nas suas canções, usando como principal ferramenta alguns dos típicos traços identitários de uma espécie de punk folk psicadélico, com uma considerável vertente experimental associada.
Esta filosofia sonora aventureira ganha forma e estilo através de um arsenal sintético bastante diversificado, mas que também não dispensa cordas e diferentes recursos percussivos, mas é mesmo a eletrónica o terreno onde este artista se move com maior conforto, utilizando-a até para reproduzir muitos dos sons mais orgânicos que podemos escutar neste EP.
Tour Tape EP é, em suma, uma representação feliz das diferentes colagens de experiências assumidas pelo ideário sonoro pretendido para este projeto No Good With Secrets e que parece ter o propósito de materializar uma espécie de súmula do cardápio que preenche o âmago de Madison. Assim, o que temos é, basicamente, um espetacular festim de canções pop ruidosas, exemplarmente picotadas e fragmentadas e que penetram profundamente no nosso subconsciente. Tour Tape EP é eclético, complexo e de audição verdadeiramente desafiante, mas altamente recompensadora. Espero que aprecies a sugestão...
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Macseal - Four Legs
Sedeados em Long Island, os norte americanos Macseal são liderados por Ryan Barlett e estrearam-se em dois mil e dezanove nos lançamentos discográficos com um alinhamento de onze canções initulado Super Enthusiast e que, cinco anos depois, já tem sucessor. O segundo álbum dos Macseal chama-se Permanent Repeat e vai ver a luz do dia a doze de julho, com a chancela da Counter Intuitive.
Four Legs é o mais recente single divulgado do alinhamento de Permanent Repeat. Para escrever Four Legs Ryan inspirou-se no nascimento de uma sobrinha, um evento que diz ter mudado completamente a sua vida. Trata-se de uma canção com um elevado perfil noventista, em que cordas reluzentes, mas que também não deixam de exalar uma chamosa crueza, uma bateria intuitiva e um baixo sóbrio, encarnam um perfil sonoro que se enquandra no perfil do melhor college rock indenendente norte-americano que fez mossa do outro lado do atlântico, e não só, há cerca de três décadas. Confere...
Four Legs’ is about meeting my niece for the first time and how existential it made me. There was suddenly this brand new person in my life who I loved instantly, which was such a cool but scary feeling. It made me appreciate where I was in life a bit more than normal, and question how I was living up until then. (Ryan Barlett)
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Wings Of Desire - OUTTAMYMIND
A dupla britânica Wings Of Desire é natural da cidade de Stroud, no sul de Inglaterra e junto da fronteira com o Pais de Gales. Chamaram a atenção da crítica o ano passado com o disco Life Is Infinitive, uma coleção de treze canções que a banda tinha lançado anteriormente online e que teve a chancela da WND Recordings.
Um ano depois desse álbum, a dupla formada por James Taylor e Chloe Little está de regresso com um novo EP intitulado Shut Up & Listen, um tomo de quatro temas que irá ver a luz do dia a trinta de agosto e que tem um cariz benemérito, já que a receita da venda de uma edição limitada do registo em formato cassete irá reverter para uma associação da cidade natal chamada The Long Table, que ajuda diariamente com refeições pessoas carenciadas.
OUTTAMYMIND, tema que encerra o alinhamento de quatro canções de Shut Up & Listen, é o primeiro single retirado do EP: É uma canção que versa sobre o conceito de reincarnação, a existência de vidas paralelas e quantas podemos viver e como podemos melhorar o nosso eu, uma após outra, em busca de uma efémera perfeição. Sonoramente é uma composição expansiva e emocionante, em que sintetizadores planantes e guitarras abrasivas, incubaram um portento de krautrock com um groove hipnotizante, um orgasmo de rock progressivo, vigoroso mas também melancólico, onde não falta um forte apelo ao airplay radiofónico, mas também à introspeção pura e dura.
Confere o vídeo de OUTTAMYMIND e o artwork e a tracklist do EP Shut Up & Listen...
Shut Up And Listen!
Forgive & Forget
Some Old Place I Used To Know
OUTTAMYMIND
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GUM & Ambrose Kenny-Smith – Dud
GUM é um projeto a solo liderado pelo australiano Jay Watson, um músico com ligações estreitas aos POND e aos Tame Impala, que em dois mil e vinte e três fez faísca no nosso radar devido a um disco intitulado Saturnia, um alinhamento de dez canções que viu a luz do dia no final do verão e que sucedeu ao registo Out In The World, que o artista lançou em dois mil e vinte.
Jamie Terry
Agora, cerca de dez meses depois de Saturnia, GUM está de regresso e de mãos dadas com Ambrose Kenny-Smith, um dos elementos fundamentais dos King Gizzard. Juntos andaram a incubar um disco intitulado Ill Times, um alinhamento de dez canções que irá ver a luz do dia a dezanove de julho, com a chancela da p(doom) Records, a etiqueta dos King Gizzard.
Do alinhamento de III Times escutámos há algumas semanas o tema homónimo, um estrondoso hino à melhor herança do rock psicadélico setentista do século passado, uma canção imponente, repleta de guitarras encharcadas com riffs impetuosos, acamados por um baixo cavernoso.
Agora também já é possível escutar Dud, a canção que abre o disco. Dud é um tema que Kenny-Smith tinha começado a compôr com o seu avô Broderick Smith, um músico bastante conhecido na Austrália e que faleceu em maio do ano passado. A dupla acabou por terminar o serviço e o resultado final é uma estonteante canção com uma ímpar vibração cósmica, sensação conferida por sintetizações planantes, um registo percussivo enleante acamado por um baixo encorpado e diversos entalhes de guitarras e de sopros, num resultado final assente num puro e salutar experimentalismo. Confere Dud e o vídeo do tema dirigido pela dupla Matt Wallace e Jack Rule, da Recliner Films...
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Los Campesinos! - 0898 Heartache
Sete anos depois de Sick Scenes, disco gravado em dois mil e dezassete, em pouco mais de um mês, na localidade de Fridão, nos arredores de Amarante, que tinha canções tão extraordinárias como A Slow, Slow Death, The Fall Of Home, ou Flucloxacillin e que foi cuidadosamente dissecado pela nossa redação, os galeses Los Campesinos! estão finalmente de regresso ao mesmo formato com All Hell, um alinhamento de quinze canções que irá chegar aos escaparates a dezanove de julho com a chancela da Heart Swells, a própria etiqueta da banda hoje formada por Gareth Paisey, Neil Turner, Tom Bromley, Kim Paisey, Rob Taylor, Jason Adelinia e Matt Fidler.
Há cerca de um mês conferimos Feast Of Tongues, a sexta canção deste novo registo de originais do coletivo de Cardiff e o primeiro single retirado do seu alinhamento, um tema que sobrevivia à sombra de um clima sonoro que proporcionava ao ouvinte uma hipnótica tensão crescente, deixando-o sempre com dúvidas sobre que direção sonora poderia a canção tomar nos seus quase cinco minutos.
Poucos dias depois escutámos A Psychic Wound, o terceiro tema do alinhamento de All Hell, uma composição que impactou-nos pelo perfil contundente das guitarras, cheias de distorções abrasivas, acompanhadas por uma bateria frenética, num resultado final que nos remeteu para a herança de um certo college rock, que esteve muito em voga nos anos noventa do século passado.
Agora, quase no início do verão, já é possível ouvir mais um single de All Hell. A nova canção revelada pelos Los Campesinos! chama-se 0898 Heartache e tem, ao nível dos arranjos, um refinamento superior às duas composições anteriores. É um tema vibrante, com uma toada progressiva, acamada por um vasto oásis sintético que vai recebendo guitarras cada vez mais distorcidas, num resultado final com um curioso perfil simultaneamente épico e melancólico, algo que nem sempre sucede numa canção pop que procura o forte apelo da radiofonia, como é o caso. Confere...
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Glimmer - Homesick
Sedeados em Nova Iorque, os norte-americanos Glimmer são liderados por Jeff Moore e têm estado particularmente ativos neste ano de dois mil e vinte e quatro com o lançamento de alguns singles, que ainda não trazem atrelado o anúncio do disco de estreia do projeto, uma realidade sonora que estará, certamente, para breve e que, pelas amostras, promete muito.
O mais recente single revelado pelos Glimmer chama-se Homesick. Foi gravado em Brooklyn, mítico bairro da cidade onde a banda reside, por Jeff Berner e masterizado por Will Yip. A canção contém alguns dos elementos fundamentais de uviersos sonoros tão díspares como o grunge, o shoegaze e o college rock, que juntos encarnam um verdadeiro clássico de rock pulsante. A deliciosa rugosidade das guitarras é, como não podia deixar de ser, a trave mestra de Homesick, uma eletrificação que, curiosamente, não coloca em causa uma salutar sensação de harmonia e delicadeza que invade o ouvinte, durante os quse cinco minutos que dura o tema. Confere...
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PONY - Freezer
Toronto, no Canadá, é o poiso do projeto PONY, uma dupla formada por Sam Bielanski e Matty Morand e que impressionou fortemente a crítica especializada o ano passado com Velveteen, o disco de estreia. A dupla está de regresso e com isso acaba de chamar a nossa atenção à boleia de Freezer, uma nova canção do grupo, que tem a chancela da Take This To Heart Records e que deverá ser o prenúncio de que os PONY já trabalham no sempre difícil segundo disco.
Freezer é um verdadeiro tratado de radiofonia, uma ruidosa canção, vibrante e animada, de forte travo noventista e que nos faz planar em redor de um indie surf pop, de elevado cariz lo fi. Freezer está repleta de guitarras vigorosas, que também dão, em alguns instantes, primazia ao baixo no apuro melódico, sendo tudo rematado por um registo vocal reverberizado charmoso e por alguns arranjos proporcionados por um teclado insinuante.
Mantendo a bitola em lançamentos próximos, os PONY arriscam-se vir a fazer parte dos compêndios futuros que compilarem nomes e bandas que serviram de referência essencial ao desenvolvimento da pop e do rock alternativo desta década. Confere...
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Cola - Pulling Quotes
O trio Cola é formado por Tim Darcy e Ben Stidworthy, antigos membros dos Ought, aos quais se juntam Evan Cartwright, baterista dos projetos U.S. Girls e The Weather Station. Estrearam-se nos lançamentos discográficos em dois mil e vinte e dois com o registo Deep In View, um alinhamento de dez canções que já tem sucessor pronto. O novo álbum dos Cola chama-se The Gloss, irá ver a luz do dia no final desta semana com a chancela da Fire Talk e Pulling Quotes é o mais recente tema divulgado do disco.
Pulling Quotes versa sobre o início de um relacionamento e oferece-nos quase cinco minutos de indie punk rock algo cru e minimal, mas claramente pulsante e hipnótico, conduzido por uma repetitiva mas insinuante melodia, proporcionada por uma guitarra com um efeito metálico encorpado, que é depois acamada por um baixo seguro e vigoroso. Uma grande canção deste projeto sedeado em Montreal, no Canadá e que irá fazer parte daquele que será, certamente, um dos discos obrigatórios de dois mil e vinte quatro. Confere Pulling Quotes e os outros quatro singles já divulgados de Fire Talk...
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Osees - Cassius, Brutus & Judas
Os norte-americanos Osees de John Dwyer, que já foram Oh Sees, são um dos nomes mais profícuos do indie rock contemporâneo. Quase todos os anos esta banda californiana lança um disco novo, sendo os mais recentes Intercepted Message, lançado o ano passado e A Foul Form, registo que chegou aos escaparates em dois mil e vinte dois.
A nove de agosto irá ver a luz do dia SORCS80, o vigésimo segundo álbum do grupo, um alinhamento de treze canções que terá a chancela da Castle Face, a editora do próprio John Dwyer e que tem como single de lançamento um espetacular tema intitulado Cassius, Brutus & Judas, a oitava canção do alinhamento do registo.
Cassius, Brutus & Judas é uma rugosa e estonteante canção, um hino de punk rock que nos abana com uma sintetização retro, exemplarmente acompanhada por um riff agressivo e esplendoroso. É uma base sonora tremendamente hipnótica e sensorial e que encarna uma ilimitada ousadia visceral, sempre pronta a explodir enquanto clama por um enorme sentido de urgência e caos. São, no fundo, quase três minutos feitos de um incómodo sadio que não nos deixa duvidar acerca do ADN destes agora Osees. Confere Cassius, Brutus & Judas e o artwork a tracklist de SORCS80...
Look At The Sky
Pixelated Moon
Drug City
Also The Gorilla…
Termination Officer
Blimp
Cochon D’argent
Cassius, Brutus & Judas
Zipper
Lear’s Ears
Earthling
Plastics
Neo-Clone