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EELS – EELS TIME!

Quarta-feira, 26.06.24

Quase três anos depois do excelente registo Extreme Witchcraft, os Eels de E. (Mark Oliver Everett), Kool G Murder e P-Boo, estão de regresso aos discos em dois mil e vinte e quatro com Eels Time!, o décimo quinto registo da carreira do grupo norte-americano, um alinhamento de doze canções que viu a luz do dia a sete de junho com a chancela do consórcio E Works e PIAS Recordings.

Eels: 'Both my songs of the year are by people in their 70s!' | The  Independent

Gravado em Los Feliz, na Califórnia, e Dublin, na Irlanda, com a colaboração do músico e ator Tyson Ritter, Eels Time! contém alguns dos temas mais introspetivos e pessoais que Mark Oliver Everett escreveu e compôs na sua carreira, muito à imagem do que criou, por exemplo, no disco End Times, em dois mil e dez. E, diga-se em abono da verdade, essa faceta reveladora é, sem sombra de dúvidas, transversal a toda a carreira dos Eels. Basta pensarmos no conteúdo de Electro-Shock Blues, álbum de mil novecentos e noventa e oito que versava sobre a morte trágica da irmã, no registo The Cautionary Tales Of Mark Oliver Everett, em dois mil e catorze, que era muito inspirado no amor, um campo lexical e uma área vocabular onde sempre se sentiu inspirado, principalmente quando confessa o desconforto e a desilusão que esse sentimento tantas vezes causou na sua vida, ou de Extreme Witchcraft, há pouco mais de dois anos, incubado na ressaca de mais um revés na vida pessoal de Everett, com algumas chagas do seu segundo divórcio ainda muito vivas em várias canções desse disco, para termos apenas mais três exemplos impressivos sobre o modo como essa profunda sinceridade confessional esteve sempre presente na criação artística dos Eels e que, por causa dela, torna-se fácil simpatizar automaticamente com a história de vida desta personalidade fundamental para a descrição de alguns dos mais bonitos momentos sonoros do universo indie das últimas três décadas e que ainda procura, com uma ansiedade controlada e natural, a verdadeira felicidade.

Eels Time! não foge, portanto, a essa permissa, ocupando-se, desta vez, do modo como Everett vive uma espécie de crise de meia idade. Em várias canções percebe-se que o músico pretende dizer que que já viveu e passou por imenso na sua vida e que, após tantos anos, acaba por ser na simplicidade de um passeio a um centro comercial ou no modo como se sente responsável pela sobrevivência de um pequeno peixe dourado, que vê preenchida a sua existência.

Sonoramente, os Eels continuam, de algum modo a surpreender. Aliás, este projeto ainda sobrevive no universo indie rock devido à forma como tem sabido adaptar-se às transformações musicais que vão surgindo no universo alternativo, fazendo-o sem que haja uma perca de identidade na conduta sonora do grupo. E, pelos vistos, por muito que se atrevam a prescutar teritórios mais agressivos, é mesmo no campo da pop e da indie folk que os Eels se sentem mais confortáveis e que conseguem, com particular mestria, criar momentos de sincera e sentida emoção sonora.

Assim, neste álbum, se temas como Goldy ou Lay With The Lambs apostam em territórios sonoros mais eletrificados e, de certo modo, mais angulosos, já em temas como If I'm Gonna Go Anywhere e Sweet Smile um evidente espírito predominantemente acústico foi permissa essencial da construção da base melódica dessas duas canções, acabando também por impressionar pelo inedetismo de alguns entalhes sintetizados que se vão insinuando por cordas acomodadas com sobriedade e por um registo percussivo bem vincado, criando nas mesmas um clima planante e algo psicadélico, com um elevado travo experimentalista, a fazer lembrar a sonoridade predominante dos primeiros discos da banda, nomeadamente o Beautiful Freak, de mil novecentos e noventa e seis.

Eels Time! é, em suma, mais uma narrativa que serve para Everett confessar dores e arrependimentos e desejar que ainda haja um futuro risonho à sua espera, enquanto mantém bem viva a aúrea de um grupo essencial no momento de contar a história do melhor rock alternativo das últimas três décadas. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 16:14






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