man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Still Corners – The Dream vs Crystal Blue
Quase três após o excelente disco The Last Exit, que foi o quinto da carreira, a dupla britânica Still Corners está de regresso, em dois mil e vinte e quatro, com um novo conjunto de singles, intitulados The Dream e Crystal Blue. Recordo, já agora, que já em dois mil e vinte e dois, a dupla tinha-nos oferecido Far Rider, canção que, infelizmente, ainda não vinha acompanhada do anúncio de um novo trabalho do projeto formado por Greg Hughes e Tessa Murray, novidade que estas duas novas composições felizmente confirma, um álbum intitulado dream talk, que irá ver a luz do dia a cinco de abril, com a chancela da Wrecking Light Records, a própria etiqueta da banda.
Tendo origens em Terras de Sua Majestade, como referi acima, os Still Corners estão sedeados há já alguns anos nos Estados Unidos e têm pautado a sua carreira por calcorrear um percurso sonoro balizado por uma pop leve e sonhadora, íntima da natureza etérea e onde os sintetizadores são reis, mas também uma pop que pisca muitas vezes o olho aquele rock alternativo em que as guitarras eléctricas e acústicas marcam indubitavelmente uma forte presença.
The Dream, tema que impressiona pela originalidade dos arranjos percurssivos, que incluem maracas e inspirado na obra de Shakespeare, The dream of a nigth of summer e Crystal Blue, uma canção de amor que expressa a saudade de um amor perdido e a dor que isso provoca, são dois temas que se balizam nesta descrição, já que se tratam de duas canções que obedecem a um perfil interpretativo eminentemente experimentalista e lisérgico e que plasmam, claramente, um delicioso e charmoso travo sessentista. Confere...
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Cassettes On Tape – Lost Filter vs Are You There
Os Cassettes On Tape são uma banda post punk de Chicago formada por Joe Kozak (guitarras e voz), Greg Kozak (baixo e voz), Shyam Telikicherla (guitarras e voz) e Chris Jepson (bateria), que deram o pontapé de saída há cerca de uma década com os eps Cathedrals (2012) e Murmurations (2014). Estrearam-se nos lançamentos discográficos em formato longa duração em dois mil e dezassete com Anywhere, dez canções produzidas e misturadas por Jamie Carter no Atlas Studio e na Pie Holden Suite, em Chicago e masterizadas por Carl Saff.
Cinco anos após essa auspiciosa estreia, os Cassettes On Tape regressaram em dois mil e vinte e dois ao processo criativo, começando por divulgar, no início do verão desse ano, duas novas canções que, já na altura, lançaram rumores de poder estar para breve um novo disco do grupo. Os temas chamavam-se Pinks And Greys e Summer In Three e ambos assentavam numa receita assertiva que, olhando com gula para a simbiose de legados deixados por nomes como Ian Curtis ou Robert Plant e não descurando a habitual cadência proporcionada pela tríade baixo, guitarra e bateria e uma outra tendência mais virada para a psicadelia, primavam por um sofisticado bom gosto melódico, com forte impressão oitocentista.
Depois, já em pleno outono desse mesmo ano, os Cassettes On Tape voltaram às luzes da ribalta com um naipe de novas canções. Começaram por divulgar um novo tema intitulado Hopeful Sludge, dias depois voltaram à carga com High Water e, já em dois mil e vinte e três, há precisamente um ano, chegou à nossa redação Summer Ghost e Alright Already.
Agora, já em dois mil e vinte e quatro, e sem a confirmação de um novo álbum, os Cassettes On Tape, voltam a revelar uma dupla de composições, os temas Lost Filter e Are You There. São duas composições com um forte pendor nostálgico, que olham com gula para o melhor rock alternativo noventista. Guitarras com um delicioso travo lo fi, que tanto replicam um perfil sonoro quase acústico, no caso de Lost Filter, como debitam cascatas de distorções rugosas e impulsivas, imponentes em Are You There, uma produção crua e um perfil interpretativo melódico inspirado, são o modus operandi essencial destes dois temas, que exemplificam o modo vigoroso como este quarteto dá uma elevada primazia aos detalhes e, mesmo no meio do ruído, não descuram um considerável cariz etéreo. Confere...
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Kings Of Leon – Mustang
Três anos depois de When You See Yourself, os Kings Of Leon dos irmãos Followill e restante trupe, estão de regresso aos discos em dois mil e vinte e quatro com Can We Please Have Fun, um alinhamento de doze canções produzidas por Kid Harpoon e que irá ver a luz do dia a dez de maio com a chancela da Capitol Records.
Can We Please Have Fun será o nono disco da carreira do coletivo de Nashville e Mustang, a quarta canção do seu alinhamento, é o primeiro single divulgado. Basta escutar os primeiros acordes da guitarra e a evolução rítmica da bateria da canção para se perceber que é um típico tratado de indie rock, vibrante e contundente, com forte sentido radiofónico e uma imponência orquestral ímpar e vibrante, concebida por uns Kings Of Leon que estarão à procura dar um novo impulso a uma carreira que, tendo vindo a decrescer de qualidade disco após disco, mas que obtém outra relevância quando se deixa contagiar em estúdio, intuitivamente, como criadora de típicas canções de uma banda de estádio. Confere o vídeo de Mustang, assinado por Brook Linder e o artwork e a tracklist de Can We Please Have Fun...
01 Ballerina Radio
02 Rainbow Ball
03 Nowhere to Run
04 Mustang
05 Actual Daydream
06 Split Screen
07 Don’t Stop the Bleeding
08 Nothing to Do
09 Television
10 Hesitation Generation
11 Ease Me On
12 Seen
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Horsebeach – Pure Shores
Uma das boas surpresas sonoras de dois mil e dezanove para a nossa redação foi The Unforgiving Current, um alinhamento de dez canções assinado pelos britânicos Horsebeach, um projeto natural de Manchester e formado por Ryan Kennedy (voz) Matt Booth (bateria), Tom Featherstone (guitarra) e Tom Critchley (baixo). Os Horsebeach estrearam-se nos discos há quase uma década com um homónimo, ao qual sucedeu, em dois mil e quinze, Beauty & Sadness, um álbum que, na altura, reforçou a aposta da banda em sonoridades eminentemente etéreas e melancólicas, dentro de um catálogo indie virtuoso, com uma atmosfera particularmente íntima e envolvente, um modus operandi que se vem aprimorando com cada vez maior mestria.
Quase no ocaso do passado ano de dois mil e vinte e três, os Horsebeach regressaram ao nosso radar porque têm na forja um novo álbum intitulado Things to Keep Alive, um alinhamento de dez canções que irá ver a luz do dia a vinte e quatro de março e já disponível para reserva no bandcamp do grupo exemplarmente liderado por Ryan Kennedy. Things To Keep Alive é um disco que, de acordo com o próprio Ryan, tem um forte conteúdo autobiográfico porque, à semelhança dos quatro registos anteriores do grupo, reflete sobre a sua própria existência, debruçando-se, neste caso concreto, sobre a luta que o músico travou, nos últimos anos, com alguns problemas relacionados com a sua saúde mental.
In The Shadow Of Her foi, nessa altura, o primeiro single divulgado do alinhamento de Things To Keep Alive. Depois, já no início deste mês de fevereiro, chegou a vez de conferirmos A Friend By The Lake, a canção que abre o alinhamento deste novo trabalho dos Horsebeach. Agora chega a vez de escutarmos Pure Shores, um tema luminoso, com uma tonalidade solarenga e que vai crescendo até nos prendar com uma explosão sónica intensa e vibrante. É um percurso sonoro com pouco mais de quatro minutos que sobrevive à sombra de uma bateria discreta, mas vigorosa e a já habitual guitarra com uma distorção abrasiva insinuante, que é, sem dúvida, a grande imagem de marca dos Horsebach. Confere...
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Basalto - Loners
Guilherme de Sousa é a mente criativa que lidera um novo projeto sonoro nacional bastante interessante chamado Basalto. O músico nasceu em Viana do Castelo há trinta anos, onde concluiu o quinto grau de clarinete e formação musical. Ingressou na ACE no Porto, em dois mil e nove e continuou a estudar teatro na ESMAE. Em dois mil e dezasseis, frequentou a Pós-Graduação em Dança Contemporânea, promovida pela ESMAE e pelo Teatro Municipal do Porto. Três anos depois fundou, com Pedro Azevedo, a associação cultural BLUFF e agora, em dois mil e vinte e quatro, estreia-se nos lançamentos discográficos à boleia de um EP intitulado Blunt Knives.
Este EP de estreia de Basalto contém seis canções e resultou da criação musical que Guilherme de Sousa desenvolveu nos últimos dois anos. Para gravar o alinhamento o autor contou com a colaboração dos músicos Rui Gaspar (First Breath After Coma), Sofia Ribeiro (LINCE, We Trust) e Mariana Leite Soares.
Partindo de uma experiência autobiográfica, procurou o seu lugar próprio num universo musical melancólico, sombrio e de sonoridades tristes. O recurso autobiográfico para a composição dos temas facilmente se dilui na construção de uma ficção, esmorecendo os factos que fariam dele um auto-retrato fidedigno - as tristezas são empoladas e os dramas exacerbados. Sonoramente, o EP plasma várias abordagens musicais e inspirações, ainda que todas bastante ancoradas numa influência cinematográfica, pelos seus arranjos e melodias de tonalidade triste e melancólica, num tom sempre dramático, imaginadas para ambientes noturnos e pelas suas nuances sombrias, de beats arrastados e lânguidos.
Depois de terem sido já retirados do EP os singles Little Boy Big Tears, Melt In You e a homónima, tema que propunha um mergulho um tanto sombrio nos meandros da tristeza. Agora chega a vez de conferirmos Loners, canção pop bastante dançável e que amplifica o ambiente misterioso e cinematográfico que caracteriza todo o EP. É um tema sobre solidão partilhada a dois, sobre as diferentes linguagens do amor e sobre o aconchego de um mundo desenhado à medida de uma relação particular. Loners fala, num tom satírico, dos momentos em que sentimos o nosso conforto afetivo ameaçado por estímulos do exterior e das estratégias que usamos para nos mantermos resguardados desse “exterior” a todo o custo atrás dos muros que levantamos. Confere...
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Helado Negro – PHASOR
Quase três anos depois de Far In, um disco que ficou num honroso quinto lugar na listagem dos melhores álbuns de dois mil e vinte e um para a nossa redação, o projeto Helado Negro, liderado por Roberto Carlos Lange, está de regresso com PHASOR, o novo álbum deste filho de emigrantes equatorianos radicado há vários anos nos Estados Unidos. Phasor tem um alinhamento de nove canções e viu a luz do dia, com a chancela da 4AD.
Quem segue com particular atenção a carreira deste músico incrível, ao escutar com devoção PHASOR a primeira impressão que tem é que o catálogo do mesmo nunca foi tão sensorial e orgânico como é agora. Se o antecessor Far In apelava muito à natureza, ao ambiente e ao modo como o autor, colocando-se na primeira pessoa, nos transmitia memórias de um passado rico em experiências e vivências num Equador riquíssimo em belezas naturais e ancestralmente muito ligado à terra e aos recursos que a mesma nos oferece de mão beijada, quando é devidamente respeitada, em PHASOR Lange muda a bússola para as máquinas, já que o seu conteúdo é bastante inspirado numa demorada visita que o músico fez a uma máquina chamada SAL MAR Construction. Esse aparelho, que é, no fundo, um instrumento, está instalado na Universidade do Illinois e foi contruído pelo malogrado professor e compositor clássico nova-iorquino Salvatore Matirano, falecido em mil novecentos e noventa e cinco e que se notabilizou também por inventar instrumentos eletrónicos, enquanto ensinou nessa instituição de ensino superior norte-americana.
SAL MAR Construction é, na sua génese, um sintetizador que cria música com tecnologia ainda analógica, mas que consegue replicar uma vasta gama de sons em estúdio, caraterísticas que marcam, desde logo, LFO (Lupe Finds Oliveros), o tema que abre PHASOR, uma composição eminentemente sintética, mas com um elevado espírito lo-fi. Ela escorre com desmesurada rugosidade e vibração pelos nossos ouvidos, plena de distorções e de diversos efeitos e sons, que tanto exalam sopros, como cordas. São instrumentações cavernosas, acamadas por uma batida frenética e, muitas vezes, algo incontrolada, num resultado final eminentemente experimentalista e que recria um clima que encarna na perfeição o espírito muito particular e simbólico que Helado Negro pretende para esta nova etapa da sua carreira e da sua música.
Logo de seguida, I Just Want To Wake Up With You, uma composição com um perfil aparentemente minimalista, mantém a bitola no sintético, já que se mostra detalhisticamente rica, enquanto, de modo irreverente e com um groove delicioso, celebra o amor e a vida. Depois, o piano que ciranda pela batida hipnótcia que sustenta a sonhadora Best For You And Me, o charmoso requinte melódico abrasivo, mas ondulante, de Colores Del Mar, a solarenga ligeireza jazzística das cordas que deambulam por Echo Tricks Me, o singelo clima etéreo ecoante de Flores e a orquestralidade dos arranjos metálicos percurssivos que vagueiam por Out There, sem nunca abafarem o vigor e a impetuosidade de um violão, são exemplos felizes do modo como Lange conseguiu, com criatividade e bom gosto, criar mais uma coleção irrepreensível de canções, que encarnam mais um momento discográfico marcante e incrível deste músico sedeado em Brooklyn.
Repleto de sons inteligentes e solidamente construídos, PHASOR é um alinhamento com forte pendor temperamental e que recria um ambiente que poderia ser, à primeira vista, algo frio e cavernoso, tendo em conta a inspiração acima descrita e o objeto instrumental que serviu de base ao disco, mas, o que temos em cerca de trinta e cinco minutos, são belíssimos poemas sobre a vida, o amor, a família e o dia-a-dia, encharcados em cor, sonho e sensualidade. Espero que aprecies a sugestão...
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Aaron Thomas – Mouth Of The City
Natural de Adelaide, na Austrália, Aaron Thomas está de regresso aos discos em dois mil e vinte e quatro com Human Patterns, um álbum que está previsto aterrar nos escaparates a dezassete de maio e já com um fabuloso single de apresentação divulgado, intitulado Mouth Of The City.
pic Lucy Spartalis
É nas asas de uma envolvente, crua e íntima, mas também vibrante, indie folk psicadélica, que plana Mouth Of The City. A canção sustenta-se melodicamente numa vibrante guitarra, que acompanha exemplarmente uma bateria que replica um ritmo lento constante e exemplarmente marcado, sustentando, ao longo de pouco mais de quatro minutos, uma tensão contínua.
Este modus operandi exala uma melancolia sagaz, que provoca uma sensação de proximidade com o ouvinte amiúde até algo sombria, mas sempre tremendamente aditiva, num resultado final bastante imersivo e emotivo e que contém uma forte espiritualidade. Mouth Of The City é uma canção intensa, incapaz de deixar o ouvinte mais incauto completamente preso a uma cartilha sonora ímpar no panorama alternativo atual. Confere...
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Warpaint – Common Blue
A comemorar vinte anos de carreira, as Warpaint de Theresa Wayman, Emily Kokal, Jenny Lee Lindberg e Stella Mozgawa, resolveram marcar a efeméride com o lançamento de um single de sete polegadas, que contém duas novas composições do quarteto. O single estará disponível muito em breve, apenas em formato digital e em vinil, sendo a primeira amostra do projeto de Los Angeles em dois anos, depois do lançamento do excelente disco Radiate Like This, em dois mil e vinte e dois.
As duas canções deste novo single das Warpaint chamam-se Common Blue e Underneath. De ambas, já é possível escutar a primeira. Common Blue é uma canção luminosa, dançante e que exala uma ímpar psicadelia. Assenta num baixo vigoroso, numa bateria contundente e numa guitarra solarenga, um arsenal instrumental que replica a típica densidade orgânica, harmoniosa e vibrante do quarteto, ao mesmo tempo que executa um cruzamento feliz entre alguns dos detalhes fundamentais da dreampop e do chamado trip-hop que fez escola nos anos noventa, uma combinação que nestes quase quatro minutos que duram Common Blue, se inunda de nostalgia e contemporaneidade, com elevado groove e uma clara sapiência melódica. Confere Common Blue e o vídeo do tema assinado por Robin Laananen...
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Ride – Last Frontier
Cinco anos após This Is Not A Safe Place, os míticos Ride, uma banda britânica nascida em mil novecentos e oitenta e oito e formada por Andy Bell, Mark Gardener, Laurence "Loz" Colbert e Steve Queralt, estão de regresso aos discos à boleia de Interplay, o terceiro registo de originais após a segunda fase da vida do grupo, iniciada em dois mil e quinze, um alinhamento de onze canções que vai ver a luz do dia a vinte e nove de março, com a chancela do consórcio PIAS / Wichita Recordings.
Grandes mestres do indie fuzz rock, os Ride divulgaram há algumas semanas a primeira amostra de Interplay, uma imponente canção chamada Peace Sign, cheia de guitarras inebriantes e abrasivas, sintetizações cósmicas e um registo percurssivo fenético e algo hipnótico.
Agora, a meio de fevereiro, o grupo de Oxford oferece-nos para audição uma segunda amostra do disco. Trata-se de uma composição intitulada Last Frontier. Foi produzida por Richie Kennedy e impressiona pelo modo como a bateria e o baixo vão replicando diversas nuances rítmicas, à medida que uma melodia com um elevado travo nostálgico setentista é exemplarmente sustentada por uma vigorosa guitarra que mantém sempre um nível de distorção e de eletrificação exemplar. Confere...
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Vampire Weekend – Capricorn / Gen-X Cops
Cerca de meia década depois do excelente Father Of The Bride, os Vampire Weekend de Ezra Koenig, Chris Baio e Chris Tomson, estão de regresso aos discos dois mil e vinte e quatro, com um álbum intitulado Only God Was Above Us. Será o quinto compêndio da carreira do grupo de Nova Iorque, terá dez canções e irá ver a luz do dia a cinco de abril, com a chancela da Columbia Records.
Já é possível ouvir uma interessante percentagem do alinhamento de Only God Was Above Us, as canções Capricorn e Gen-X Cops. São duas composições que mostram os Vampire Weekend a apostar numa tonalidade mais rugosa e crua do que as propostas anteriores, mas sem colocarem de lado a minúcia ao nível dos detalhes e dos arranjos que sempre caraterizou o arquétipo sonoro das canções do projeto.
Assim, se Capricorn é uma balada que assenta numa linha melódica acústica inspirada e que é depois trespassada por um efeito de teclado hipnótico, num resultado final com um certo cariz simultaneamente épico e melancólico, Gen-X Cops aposta num perfil sonoro um pouco diferente; Este segundo tema olha com alguma gula para o rock alternativo noventista, no modo como uma guitarra amiúde tremendamente abrasiva, é depois acompanhada por uma registo percussivo frenético, um modus operandi que acaba por encarnar uma canção bastante angulosa e dançante e com uma exuberância e uma vibração ímpares.
A componente visual de Only God Was Above Us é da autoria do fotógrafo Steven Siegel e os dois vídeos destas canções são de visualização obrigatória. O vídeo de Capricorn é dirigido por Nick Harwood e oferece-nos uma viagem visual à Nova Iorque do final dos anos oitenta. O vídeo de Gen-X Cops é dirigido por Drew Pearce e utiliza os arquivos de filmes que Siegel usou no final dos anos oitenta do século passado, mostrando uma locomotiva do metro de Nova Iorque que funcionou na década anterior...