man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Bombay Bicycle Club – My Big Day
Três anos depois de Everything Else Has Gone Wrong, os Bombay Bicycle Club de Jack Steadman, Jamye MacCol, Suren de Saram e Ed Nash, estão de regresso aos discos com My Big Day, o sexto registo de originais do quarteto, um alinhamento de onze canções que conta com as participações especiais de nomes tão proeminentes como Damon Albarn, Jay Som, Nilüfer Yania, Holly Humberstone, entre outros.
Produzido pelo próprio Jack Steadman, My Big Day plasma uma declarado esforço do quarteto em navegar por diferentes estilos, procurando encarnar o registo mais eclético e heterogéneo de uma banda marcante das últimas décadas no cenário indie britânico. O naipe de participações especiais encarna essa demanda, porque são personalidades ímpares e que provêm de diferentes espetros sonoros, que derivam entre o rock clássico e a melhor eletrónica contemporânea, com cada canção a ter impresso o carimbo do adn dessa presença externa aos Bombay Bicycle Club.
O resultado deste caldeirão são pouco mais de quarenta e três minutos em que o amor e a alegria são celebrados de modo expansivo e vibrante. Logo a abrir o registo, o travo sessentista psicadélico de Just A Little More Time dá o mote para um disco recheado de grandes instantes. I Want To Be Your Only Pet mantém o mote do tema inicial com o fuzz das guitarras a dar à composição um travo ainda mais progressivo. Depois, o registo vocal sempre incisivo de Jay Som oferece a Sleepless um carisma e uma intensidade inebriantes, num cruzamento feliz entre pop e r&b, apimentado por algumas nuances sintéticas bastante curiosas.
Esta introdução vigorosa e inspirada de My Big Day, confere-lhe, logo nos minutos iniciais, um lustro intenso, que o resto do álbum não faz destoar. Assim, na efervescência crescente do tema homónimo, na cosmicidade enletante de Turn The World On e no sinuoso tratado de indie pop contemporânea que nos oferece Diving, temos outros momentos altos de um trabalho que coloca este projeto natural de Crouch End, nos arredores da capital britânica, nos píncaros do território sonoro em que se insere e que tanto pode ser predominante festivo, como, sem perder esse cariz, simultaneamente reflexivo.
My Big Day versa sobre memórias únicas e inesquecíveis, dá primazia ao baixo e às guitarras na maior parte das canções, mas obtém todo o seu charme e sumo no modo como esses instrumentos essenciais e verdadeiros pilares do indie rock atual se deixam enredar pelo sintético sem reservas ou traumas, encarnando, desse modo, num álbum extraordinário e tremendamente festivo e descomprometido, sagazes interseções entre rock e eletrónica. Espero que aprecies a sugestão...