man on the moon

Cinco anos depois do excelente registo Yawn, o britânico Bill Ryder-Jones está de regresso ao formato longa-duração à boleia de lechyd Da, o seu quinto registo, um disco que, de acordo com o próprio autor, é o trabalho mais ambicioso da sua carreira. lechyd Da teve como grande inspiração e conceito impulsionador o lado mais obscuro do amor, abordando, ao longo de treze canções, os sentimentos de perca, medo, dor e escuridão, mas tendo sempre como pano de fundo os ideais de beleza e de esperança, conferindo um tom de positividade e luz ao registo.

This Cant' Go On foi, em setembro último, o primeiro single revelado de lechyd Da, uma canção que continha essa faceta simultaneamente reflexiva e empolgante que irá, certamente, marcar o álbum, até porque If Tomorrow Starts Without Me, o segundo single retirado do registo e o terceiro do seu alinhamento, segue esse fio condutor que se carateriza por uma epicidade, simultaneamente labiríntica e majestosa.

De facto, If Tomorrow Starts Without Me mostra a mestria de Bill Ryder-Jones a transformar uma simples frase que ouviu há alguns anos e que ficou marcada na sua memoria para todo o sempre (e se o amanhã começasse sem mim?), num belíssimo poema, pleno de emotividade e substância de profundidade. Sonoramente, o violoncelo dá o mote inicial e depois nunca se desliga da marcação do ritmo de uma composição conduzida por um piano melodicamente astuto, apoiado por cordas enleantes que se vão ajustando ao registo vocal interpretativo de Bill, num resultado final com um charme sofisticado, luminoso e bastante atraente. Confere If Tomorrow Starts Without Me e o vídeo do tema, assinado por James Slater, que personifica uma observação poderosa e emocionante sobre aqueles que, infelizmente, vão ficando para trás...