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Gruff Rhys – Silver Lining (Lead Balloons)

Quarta-feira, 15.11.23

Enquanto os míticos Super Furry Animals permanecem numa pausa mais ou menos indefinida, Gruffydd Maredudd Bowen Rhys, nascido em dezoito de julho de mil novecentos e setenta no País de Gales, continua a cimentar a sua bem sucedida carreira a solo com álbuns onde vai testando progressivamente novas fórmulas um pouco diferentes do rock alternativo com toques de psicadelia da banda de onde é originário.

Mark James

O seu último exercício criativo foi Seeking New Gods, em dois mil e vinte e um, numa demanda que teve início em dois mil e quatro com Yr Atal Genhedlaeth, um disco divertido e cantado inteiramente no idioma galês. Dois anos depois, com Candylion, o músico atingiu ainda maior notoriedade, num trabalho que contou com a participação especial do grupo de post rock Explosions in The Sky, além da produção impecável de Mario Caldato Jr, que já trabalhou com os Beastie Boys e os Planet Hemp, entre outros. Em dois mil e onze, com Hotel Shampoo, Gruff apostou em composições certinhas feitas a partir de uma instrumentação bastante cuidada, que exalava uma pop pura e descontraída por quase todos os poros.

Três anos depois, em dois mil e catorze, o galês regressou com American Interior, a banda sonora de um filme onde Rhys era o ator principal e embarcava numa viagem musical pela América repetindo a aventura do explorador e seu antepassado, John Evans, no século dezoito. Em dois mil e dezoito, Babelsberg ampliou até um superior nível qualitativo a visão incomum de Rhys relativamente aqueles que o músico considerava ser os grandes eixos orientadores de uma pop alicerçada num salutar experimentalismo e onde não existem limites para a simbiose entre diferentes estilos musicais e, no ano seguinte, com Pang!, o músico galês viajou da psicadelia folk ao funk, passando pela tropicalia e o jazz, num verdadeiro festim sonoro global.

No início de dois mil e vinte e quatro, Gruff Rhys vai regressar aos álbuns à boleia de Sadness Sets Me Free, um alinhamento de dez canções que terá a chancela da Rough Trade. Será o oitavo trabalho do músico e Celestial Candyfloss, a terceira canção retirada do alinhamento de Sadness Sets Me Free, foi, como certamente se recordam, o single de apresentação de mais um tomo de canções que deverão olhar para o indie rock de cariz eminentemente experimental e psicadélico com elevada gula. Essa é, pelo menos, a impressão que a audição de Celestial Candyfloss transpareceu e também a de Silver Lining (Lead Balloons), o novo single retirado do disco.

Silver Lining (Lead Balloons) é, à boa maneira do autor, uma composição intensa, de forte pendor classicista e sinfónico, que fala, de modo algo patético (I left my dreams in a rental car) sobre a necessidade que todos temos, muitas vezes, de aceitar a realidade tal como é e partir em frente, em vez de continuar a alimentar, desnecessariamente, sonhos ou desejos impossíveis. Cordas, sopros e uma percurssão frenética e repleta de nuances, sustentam a destreza melódica de uma composição intensa, animada, reluzente e majestosa. Confere...

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publicado por stipe07 às 16:42






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