man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
The Natvral – Summer Of No Light
Natural de Nova Jersey, no estado de Princeton, Kip Berman é o líder do projeto que se estreou em dois mil e vinte e um com um aclamado disco intitulado Tethers, que incluía no seu alinhamento de nove canções, vários momentos altos como Why Don't You Come Out Anymore ou Sun Blisters, que chamaram desde logo a atenção da crítica especializada e deixaram o músico norte-americano na retina.
Agora, em dois mil e vinte e três, Kip Berman está de volta com o seu segundo disco à sombra da banda The Natvral, que conta também na sua composição com os músicos Brian Alvarez (bateria), Josh Rumble (baixo), Kyle Forester (teclados) e Mike Brenner (sintetizações). É um trabalho intitulado Summer Of No Light, um alinhamento de nove canções que acaba de ver a luz do dia com a chancela da Painbow Music.
Kip Berman é, certamente, religioso seguidor e fâ acérrimo dos grandes nomes que sustentam a melhor indie folk norte-americana das últimas quatro décadas. As suas novas canções, que enfeitam os pouco mais de trinta e seis minutos de Summer Of no Light, são vibrantes, luminosas, intrumentalmente bastante ricas e diversificadas e o eixo condutor das mesmas, o tronco sonoro em que se sustentam é, claramente, aquela indie folk que pisca o olho com enorme gula à hernaça do melhor rock alternativo, numa mescla que nomes como Kurt Vile ou Damien Jurado abraçam, nos dias de hoje, com enorme deleite e que instituições do tamanho de um Bruce Springsteen ou de um Paul Simon, ajudaram a criar em temos memoráveis e que, diga-se, não são assim tão longínquos.
De facto, Summer Of No Light é um inebriante catálogo de nove canções com um tremendo espírito positivo, encantador e mágico, incubadas por um dos mais promissores novos cantautores e filósofos da América do Norte. São nove relatos impressivos de vivências, que podem ser associadas, facilmente e sem qualquer pudor, à nossa própria existência mundana, encarnados em composições melodicamente irrepreensíveis e instrumentalmente fartas.
Composições como Lucifer’s Glory, a épica e vibrante A Glass Of Laughter e, principalmente, Summer Of Hell, são excelente tratados de indie folk tipicamente americana, que exalam uma luminosidade ímpar enquanto encarnam um piscar de olhos feliz ao adn sonoro mais caraterístico do outro lado do atlântico. São temas que comunicam com o nosso âmago com incrível proximidade, devido a um modus operandi sonoro que, algures entre a penumbra e a luz, sobrevive à boleia de um timbre nas cordas, que tanto pode ser delicado como rugoso e que está bem tipificado numa forma de manobrar melodicamente a guitarra, com um misto de inquietude e de serenidade. É um estilo que se vai aprimorando amiúde com soberbo intimismo, num resutado final que encarna um exercício exemplar de majestosa radiofonia, pleno de uma sofisticação muito própria e de elevado nível no panorama da indie folk contemporânea. Espero que aprecies a sugestão...