man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Drab Majesty – An Object In Motion EP
Drab Majesty é um grupo oriundo de Los Angeles, liderado por Andrew Clinco, baterista da banda Marriages, que assume neste projeto a personagem andrógena Deb Demure. A ele junta-se Mona D (Alex Nicolaou), num projeto que conta já com pouco mais de uma década de existência e que acaba de lançar um EP intitulado An Object In Motion, que viu a luz do dia a vinte e cinco de agosto, com a chancela da Dais.
O enigmático rock oitocentista que nomes como os Echo & The Bunnymen ou os Talk Talk ajudaram a cimentar com indiscutível mestria há quatro décadas atrás é a trave mestra que, com um elevado travo a estranheza e a surrealismo, alimenta a filosofia interpretativa que conduz a carreira destes Drab Majesty, desde que se estrearam em dois mil e quinze com o registo Careless. As duas bandas acima referidas são, certamente, nomes que virão facilmente à cabeça de todos aqueles que mergulharem no conteúdo deste compêndio de quatro canções que marcam um novo rumo de um projeto que é já, sem qualquer dúvida e por direito próprio, um nome fundamental da chamada neo-psicadelia.
Escrito na cidade costeira de Yachats, no Oregon, An Object In Motion é um desabafo sobre isolamento e introspeção, não tivesse sido criado durante a crise pandémica que nos assolou a todos recentemente. Nele, linhas de guitarra, acústicas ou eletricas, delicadas, um acerto meloódico que exala um dramatismo sempre latente e vocalizações a condizer com um clima sonoro bastante peculiar, são caraterísticas omnipresentes e que trespassam os cerca de trinta minutos de um EP estruturalmente irrepreensível.
A audição do EP merece ser feita na íntegra, mas há duas composições que merecem superior destaque e que, por esse motivo, terão tido também direito ao formato single. Refiro-me aVanity, tema que conta com a magnífica participação especial de Rachel Goswell, cantora do mítico projeto Slowdive e a The Skin And The Glove, canção com nuances mais luminosas e épicas do que Vanity. São composições que, assentando num timbre metálico de uma viola tocada com vigor, em redor da qual diversas camadas de sons sustentam um encanto etéreo e fortemente nostálgico, assim como num jogo vocal que plana sobre o arsenal instrumental que induz um toque de lustro de forte pendor introspetivo, seduzem pelo modo como, estando livre de constrangimentos estéticos, nos provocam um saudável torpor e nos sugam para uma atmosfera densa e pastosa, mas libertadora e esotérica. Espero que aprecies a sugestão...