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Half Moon Run – Salt

Terça-feira, 15.08.23

Devon Portielje, Conner Molander e Dylan Phillips, são os Half Moon Run, um projeto canadiano oriundo de Montreal e que já faz música desde dois mil e nove. Estrearam-se nos discos três anos depois com Dark Eyes e em dois mil e quinze chamaram a atenção desta redação devido a Sun Leads Me On, um disco que tinha o selo Glassnote Records. O último registo da banda chama-se A Blemish in the Great Light e viu a luz ainda antes da pandemia, em dois mil e dezanove.

HALF MOON RUN ANNOUNCE NEW ALBUM 'SALT – R o c k 'N' L o a d

Agora, em dois mil e vinte e três, o trio canadiano regressa ao nosso radar devido a Salt, o novo disco do projeto, que chegou aos escaparates no início do verão. Salt navega nas águas turvas de um indie rock que tanto pode infletir, em determinados momentos, para a folk como para a própria eletrónica. Em You Can Let Go, o anguloso tema que abre o alinhamento de Salt, a vibração intermitente da guitarra, o registo vocal hipnótico de Devon e o ritmo quase compulsivo da bateria, sustentam uma melodia tocante, um modus operandi que nos induz numa filosofia sonora que explana o modo exímio como os Half Moon Run parecem não sentir-se confortáveis com um certo ideal de continuidade num só espetro sonoro, mas antes decididos a apostar todas as fichas em pequenos ou grandes detalhes, orgânicos ou sintéticos, que façam a ponte entre dois territórios, numa espécie de simbiose de risco, mas particularmente bem sucedida, entre uns Radiohead e uns Fleet Foxes, raramente ouvida nas propostas atuais.

Esta fusão mantém-se em canções como Alco, um tema que teve como base do seu arquétipo sonoro uma melodia criada por Devon num ukelele que adquiriu na Tailândia em dois mil e doze. A partir desse esqueleto cresceu uma harmoniosa e transcendente composição, incubada no seio de um indie rock que procura aquele ambiente majestoso que é muitas vezes classificado como hino de estádio, ampliado com uma bateria imponente e diversos efeitos e riffs de guitarra que chegam a piscar o olho a ambientes progressivos, num resultado final de forte cariz radiofónico. Mas, o buliçoso piano que nos faz abanar a anca em Hotel In Memphis, o modo intrigante como uma caixa de ritmos é manipulada enquanto ecos vocais a sobrevoaam em 9beat, à boa maneira radioheadiana, os violinos pulsantes de Gigafire, ou o clima intimista aconchegante de Dodge The Ruble, são também trunfos maiores de um alinhamento com uma instrumentação sempre  intrincada e em que os elementos acústicos e eletrónicos e a própria escrita de algumas canções, exalam sempre uma qualidade hipnótica e aventureira, mas sempre acessível, ao mesmo tempo que encarnam exemplos impagáveis dessa simbiose entre diversos universos estilísticos, que acabam por se transformar, no seu todo, numa súmula feliz de todo o ideário intencional destes Half Moon Run e daquilo que os realiza enquanto compositores criativos e intérpretes inspirados.

Disco coeso, vigoroso, tocante e irrepreensível, Salt está encharcado de criações duradouras, ricas em texturas e versos acolhedores que ultrapassam os limites do género, num disco que busca uma abrangência, mas que não resvala para um universo de banalidades sonoras que, em verdade se diga, alimentam há anos alguma da indústria fonográfica. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 15:24






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