man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
The KVB – Artefacts (Reimaginings From The Original Psychedelic Era)
Os londrinos The KVB construiram na última meia década um firme reputação que permite afirmar, com toda a segurança, que são, atualmente, uma das melhores bandas a apostar na herança do krautrock e do garage rock, aliados com o pós punk britânico dos anos oitenta. Formados pela dupla Nicholas Wood e Kat Day, os The KVB deram nas vistas em dois mil e dezoito com o registo Only Now Forever, criaram semelhante impacto no ano seguinte com o EP Submersion e agora, no verão de dois mil e vinte e três, enriquecem ainda mais o seu catálogo à custa de Artefacts (Reimaginings From The Original Psychedelic Era), um disco que chegou aos escaparates a doze de maio com a chancela da Cleopatra Records, uma etiqueta independente sedeada em Los Angeles.
Conforme o próprio nome indica, Artefacts (Reimaginings From The Original Psychedelic Era) tem um alinhamento de canções, neste caso onze, que encarnam versões de alguns dos temas preferidos da dupla e que fizeram parte do catálogo do melhor rock psicadélico dos anos sessenta do século passado, período em que esse género musical muito peculiar e caraterístico explodiu definitivamente, à sombra de composições volumosas e conduzidas por um som denso, atmosférico e sujo, que encontrava o seu principal sustento nas guitarras, na bateria e nos sintetizadores, instrumentos que se entrelaçam na construção de canções que espreitavam perigosamente uma sonoridade muito próxima da pura lisergia. Para os The KVB terá sido certamente um gosto reinterpretar estas canções, porque a trajetória desta banda entronca, claramente, em termos de influências fundamentais do sem adn, nesta sonoridade que amiúde também exala uma voluptuosa epicidade, climas hipnóticos, ecoantes e enleantes.
Nomes como os Status Quo, os Them, The Troggs e The Pretty Things são, portanto, homenageados e superiormente decaldados neste espetacular mergulho que os The KVB dão no melhor rock psicadélico de há meio século, sempre com as cordas na linha da frente de um registo interpretativo que tem um perfume de contemporaneidade e nostalgia inseparáveis e cuja gravidade exala ânsia, rispidez e crueza, devido a uma produção cuidada, arranjos subtis e uma utilização bastante assertiva da componente maquinal. Espero que aprecies a sugestão...