man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
We Were Promised Jetpacks – A Complete One-Eighty EP
Dois mil e vinte e um foi um ano marcante na carreira dos We Were Promised Jetpacks. Convertidos num trio desde a saída de Michael Palmer, um dos membros fundadores do projeto, o grupo escocês, atualmente formado por Adam Thompson, Sean Smith e Darren Lackie, lançou, em setembro desse ano, o extraordinário registo Enjoy The View, trabalho que sucedeu ao álbum The More I Sleep The Less I Dream, um alinhamento que, no final do verão de dois mil e dezoito, chamou definitivamente a nossa atenção para este projeto oriundo de Edimburgo.
Enjoy The View viu a luz do dia à boleia da Big Scary Monsters e o seu alinhamento de dez canções assentava naquele universo sonoro algo nostálgico que mistura rock e pop, com uma toada noise qb e um elevado pendor shoegaze. Era um disco repleto de canções baseadas numa guitarra rugosa e plena de efeitos metálicos, acompanhada, quase sempre, por uma bateria falsamente rápida, dupla em volta da qual gravitam diferentes arranjos, que ampliam a luminosidade do conjunto final.
Agora, para colocar uma cereja em cima do topo desse bolo intitulado Enjoy The View, os We Were Promised Jetpacks resolveram editar um EP intitulado A Complete One-Eighty EP, um alinhamento de seis temas que contém novas versões e remisturas de alguns dos temas mais emblemáticos do disco acima referido. São novas aproximações e roupagens, de pendor mais clássico e com um maior lustro, que acabaram por resultar da vontade da banda em se entregar ao prazer do trabalho de estúdio, impulsionados pela química que sentiram a tocar na digressão de suporte a Enjoy The View, depois do período pandémico que deixou o grupo um pouco afastado. Andy Monaghan, elemento dos Frightened Rabbit e que acompanhou os We Were Promised Jetpacks no processo criativo que desaguou neste EP, foi também peça preponderante no pulsar de temas que, se por um lado têm um cariz de certo modo mais intimista que os originais, por outro, refletem um brilho, um esmero e uma paciência diferentes.
As remisturas assinadas pelo próprio Andy Monaghan, por Zoe Graham e pelos Manchester Orchestra, carimbam com ainda maior bitola qualitativa essa tal cereja, cheia de vigor e energia, num EP que projeta as inúmeras possibilidades sonoras que a capacidade criativa deste trio contém, ao mesmo tempo que ilustra ser este grupo um membro de pleno direito da premier league rockeira do arquipélago de Sua Majestade. Espero que aprecies a sugestão...