man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Pixies – Doggerel
Dois mil e vinte e dois foi mais um ano particularmente profícuo para os Pixies. Começaram logo no final do passado inverno por divulgar uma nova canção intitulada Human Crime e logo aí percebeu-se que seria eminente a chegada de um novo disco desta banda americana de rock alternativo formada em Boston, Massachusetts, em mil novecentos e oitenta e seis. E, de facto, tais expetativas vieram a confirmar-se à boleia de um disco chamado Doggerel, o oitavo do grupo, que chegou recentemente aos escaparates, com a chancela da BMG.
Doggerel é um álbum maduro e visceral, um registo feito de folk macabro, pop festivo e de um rock brutal, assombrado pelos fantasmas dos negócios e das indulgências, conduzido à loucura pelas forças cósmicas e pelo sexo e visualizando vidas onde Deus não providenciou. E, de facto, se em canções como There's A Moon On, a toada enérgica e vibrante das guitarras que arquitetam este tema ilustram uns Pixies a tentarem honrar o som roqueiro e lo fi do passado, esse modus operandi também plasma um salutar alinhamento com as tendências mais recentes do campo sonoro em que o quarteto se movimenta, uma permissa particularmente impressiva que se repete, com nuances mais sombrias e requintadas, em Vault Of Heaven. Depois, Dregs Of The Wine, o primeiro tema criado pelo guitarrista Joey Santiago, oferece-nos uns Pixies tremendamente arrojados, o que não surpreende, colocando o melhor grunge noventista em declarado ponto de mira.
Doggerel é um disco explosivo, vibrante e claramente o trabalho da banda que mais a aproxima da herança feroz que os Pixies nos deixaram há cerca de três décadas. Doggerel também merece exaltação porque não é obra unicamente saída da mente criativa de Black Francis, mas antes uma feliz conjugação de esforços, que inclui o produtor Tom Dalgety (Royal Blood, Ghost) e as contribuições ímpares, quer no processo de escrita, quer no arquétipo das canções, dos restantes membros da banda, o já referido guitarrrista Joey Santiago, o baterista David Lovering e a baixista Paz Lenchantin. Espero que aprecies a sugestão...