man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Pete Astor - Time On Earth
Quatro anos depois do muito recomendável registo One For The Ghost, o britânico Pete Astor, músico já veterano nestas andanças, tendo ao longo da sua carreria dado a cara por bandas tão proeminentes como os The Loft ou os The Weather Prophets, está de regresso aos discos com Time On Earth, dez canções que encarnam uma excelente opção para quem aprecia aquela sonoridade pop folk algo cósmica e luminosa e ligeiramente lo fi.
Aposta firme da Tapete Records desde dois mil e dezassete e já com um catálogo de onze discos em carteira, Pete Astor é, desde mil novecentos e oitenta e sete, exímio a encher os nossos ouvidos com a simplicidade óbvia que contêm, geralmente, aquelas belíssimas melodias conduzidas por cordas, ora acústicas ora eletrificadas, cujo dedilhar, seja qual for a opção selecionada, é sempre inspirado. Excelente guitarrista, Pete Astor mostra neste Time On Earth, e uma vez mais, essa constatação, assente em toda a sua destreza com a viola e a guitarra e a capacidade inata que possui para criar música conseguindo abarcar vários géneros e estilos do universo sonoro indie e alternativo e comprimi-los em algo genuíno e com uma identidade muito própria.
Registo muito marcado pelo meio século de vida do autor e, por isso, um exercício sonoro em que o mesmo coloca a sua vida um pouco em perspetiva, percebendo aquela angústia de quem nota que o passado é mais longo do que o espaço temporal que ainda lhe resta, algo plasmado com elevado grau de impresisonismo em canções como Sixth Form Rock Boys e English Weather, mostrando, também, em temas como New Religion, Time on Earth, Miracle on the High Street, que são muitas vezes as crenças que guardamos no nosso âmago, os portos de abrigo mais seguros nos momentos em que o nó na garganta aperta mais um pouco, principalmente quando a finitude dos dias e a inevitabilidade da morte parecem mais próximas. Undertaker e Fine and Dandy lidam, aliás, com essa questão da incapacidade que todos sentimos e ludibriar a morte.
Time On Earth tem, em suma, aquele perfil sonoro que muitas vezes sublima folk e pop com alguns dos melhores tiques identitários do melhor rock alternativo de elevado cariz oitocentista e onde não faltram alguns laivos de uma muito rtecomendável psicadelia, enquanto expõe o mundano e a intimidade, num resultado final que contém uma urbanidade e um charme minimalista que cativa e só surpreende os mais distraídos. Espero que aprecies a sugestão...