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Death Cab For Cutie – Asphalt Meadows

Domingo, 18.09.22

Se há banda que ao longo desta década e meia de vida de Man On The Moon vai conseguindo conquistar, sorrateiramente, o coração sempre exigente da nossa redação, são os norte-americanos Death Cab For Cutie.  Disco após disco, desde que passaram por cá a primeira vez em julho de dois mil e onze com Codes And Keys, este coletivo dos arredores de Washington parece não nos oferecer, no imediato, algo com que o ouvido se regozije instantaneamente e que, além disso, trespasse o âmago com fervor, mas é um facto que desde que lhes seja dedicada merecida audição, algo que fazemos questão de intentar, acabam por ser como aqueles namorados que nos conquistam irremediavelmente com o tempo, porque as melhores relações não são, diga-se em abono da verdade, aquelas que se conectam, com mais ou menos fervor, à primeira vista.

Death Cab For Cutie – 'Asphalt Meadows' review: back to their best

Asphalt Meadows, o novo álbum dos Death Cab for Cutie, o décimo disco da banda e que tem a chancela da Atlantic Records, contando com a presença de John Congleton nos créditos relativos à produção, é um tiro certeiro neste fortalecimento de uma relação que, mesmo que não seja recíproca, visto desconhecermos a projeção deste blogue no seio do projeto, é já intensa e irrevogável, a não ser que, no futuro, este grupo proporcione algo completamente díspar daquilo que é a bitola qualitativa do adn do seu fabuloso catálogo.

Produzido pelo inimitável John Congleton, como já referi, Asphalt Meadows é, portanto, e como seria de esperar, mais um alinhamento certeiro a dissertar sobre sentimentos e emoções, à boleia de canções que olham sempre para a pop e o rock alternativo contemporâneos com sagacidade e, como é óbvio, encharcadas com letras que testam constantemente a nossa capacidade de resistência à lágrima fácil. Sonoramente é, talvez, o registo mais arrojado e vigoroso da banda, algo salutarmente previsivel a partir do momento em que se tornou público que o já referido produtor John Congleton faria parte dos seus créditos.

De facto, canções como Foxglove Through The Clearcut, um portento de intensidade e epicidade instrumental, ou Roman Candles, uma composição que Gibbard escreveu inspirando-se naquela sensação de ansiedade e incerteza que todos nós que vivemos o período pandémico e os sucessivos confinamentos e restrições conhecemos e que, sonoramente, à boleia de guitarras que debitam distorções sujas e abrasivas, nos oferece um instante de indie rock pulsante, rugoso e até algo hipnótico, assim como a espiral elétrica de Here To Forever, são três felizes capítulos que comprovam esta busca por uma sonoridade mais agressiva e inquietante, mas servida em bandeja de ouro com particular astúcia. Depois, e abreviando, porque o pulsante frenesim percussivo de I Miss Strangers, ou a rara tonalidade misteriosa de Fragments From The Decade, também condensam as melhores nuances do intenso espetro criativo que envolve Asphalt Meadows, a poderosa intensidade de Pepper, composição que, assentando num baixo irresistível, em cordas metalizadas reluzentes e um inquietante piano, adornado com borbulhantes efeitos sintéticos, remata, com enorme beleza, a irresístivel grandiosidade de um trabalho único no panorama alternativo de dois mil e e vinte e dois e, sem dúvida, um dos melhores instantes discográficos da carreira dos Death Cab For Cutie.

À medida que as audições de Asphalt Meadows se repetem, as suas onze canções ganham cada vez mais rugosidade e sentimento dentro do ouvinte empenhado e dedicado, uma evidência embalada por uma vasto arsenal de explosões sónicas vigorosas e musculadas, que, mesmo com esse perfil que pode soar a algo de certo modo cru e desprovido de sentimento, emocionam o ouvinte mais incauto com uma facilidade incrível. Os Death Cab For Cutie acabam de nos mostrar, com clarividência, a impressão firme no lado de cá da barricada de estarmos perante uma banda extremamente criativa, atual, inspirada e inspiradora e que sabe sempre como agradar aos fãs. Se dúvidas ainda haviam, agora é um facto que nunca mais colocaremos reservas sempre que este quarteto norte-americano colocar algo de novo debaixo dos nossos radares. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 15:13






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