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Andy Bell - Lifeline

Terça-feira, 12.07.22

Um dos discos mais interessantes do cardápio de dois mil e vinte e um e que acabou por, injustamente, passar um pouco despercebido, foi Flicker, o segundo registo do catálogo de Andy Bell, guitarrista dos The Ride e que também fez parte dos Oasis dos irmãos Gallagher. Flicker teve a chancela da Sonic Cathedral e contém um alinhamento de dezoito canções que materializam um diálogo imaginário entre o autor e ele próprio, mas numa idade mais jovem.

Andy Bell streams reflective new single Lifeline | Louder

Lifeline é o mais recente single retirado de Flicker, uma composição melodicamente algo hipnótica e que navega nas asas de cordas indulgentes, às quais não falta uma guitarra de elevado travo exeprimentalista e uma bateria de forte pendor jazzístico, num resultado final com uma sonoridade muito veraneante e que exala uma rodopiante magia. O lado b do single é uma interessante verão de Light Flight um original dos míticos Pentangle, que estava incluído no disco Basket Of Light que esta mítica banda lançou em mil novecentos e sessenta e nove. Confere...

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publicado por stipe07 às 11:28

The 1975 – Part Of The Band

Segunda-feira, 11.07.22

Um dos grandes momentos discográficos de dois mil e vinte foi, sem dúvida, Notes On A Conditional Form, o registo de originais dos The 1975 de Matt Healy que à época sucedeu ao excelente álbum A Brief Inquiry Into Online Relationships, de dois mil e dezoito. Notes On A Conditional Form já tem sucessor na forja, um trabalho intitulado Being Funny In A Foreign Language, que chegará aos escaparates a catorze de outubro com a chancela da Dirty Hit e que tem sido anunciado pela banda com uma série de teasers nas suas redes sociais, que incluiram a divulgação do artwork do registo, assim como a respetiva tracklist.

The 1975's "Part of the Band" Finds Matty Healy Waxing Nostalgic

Part Of The Band é o primeiro single revelado do alinhamento de Being Funny In A Foreign Language, uma canção produzida Jack Antonoff, o próprio Matt Healy e George Daniel, também membro dos The 1975. A canção conta com a participação especial vocal de Michelle Zauner, a vocalista dos Japanese Breakfast, que já referiu publicamente por diversas vezes que os The 1975 são a sua banda preferida.

Part Of The Band é uma composição liricamente algo extravagante, já que contém termos tão sugestivos como ejaculation, ironically woke, my cancellation, ou Vaccinista e sonoramente coloca a banda de Manchester a divagar por territórios nada habituais no seu catálogo e que incluem alguns dos traços identitários da folk mais experimental, imagine-se, num resultado final de superior grau criativo, como é hábito numa banda que nos tem oferecido, disco após disco, um novo labirinto sonoro que da eletrónica, ao punk rock, passando pela pop e o típico rock alternativo lo fi, abraça praticamente todo o leque que define os arquétipos essenciais da música alternativa atual. Confere...

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publicado por stipe07 às 16:42

You Can’t Win, Charlie Brown – Âmbar

Quinta-feira, 07.07.22

Mais de meia década depois de Marrow, os lisboetas You Can’t Win, Charlie Brown têm finalmente um novo disco nos escaparates. O novo registo de originais da banda formada por Afonso Cabral, David Santos, João Gil, Pedro Branco, Salvador Menezes e Tomás Sousa chama-se Âmbar, foi produzido pelo próprio grupo e foi captado e misturado por Moritz Kerschbaumer no estúdio 15A, casa da editora Pataca Discos, de João Paulo Feliciano, onde o sexteto editou e gravou todos os seus álbuns.

Âmbar” é o novo disco dos You Can't Win Charlie Brown – Glam Magazine

É injusto não colocar os You Can’t Win, Charlie Brown no pódio das bandas fundamentais do indie rock português da última década. Vivendo muitas vezes na penumbra e comercialmente ofuscados por vulgares nomes que têm outro acesso apadrinhado e uma postura mais faminta relativamente à radiofonia, esta banda é esteticamente única e qualitativamente irrepreensível, não só por estar dotada de músicos extraordinários, mas, e principalmente, porque a química no seu seio é inquestionável e, por isso, os resultados práticos inigualáveis.

Assim, ao terceiro disco, pela primeira vez integralmente cantado em português, os You Can’t Win, Charlie Brown oferece-nos mais um delicioso caldeirão sonoro, onde as composições vestem a sua própria pele de mulheres que também podem ter outras leituras, enquanto se dedicam, de corpo e alma, à hercúlea tarefa comunicativa que o grupo designou para cada uma, individualmente, como se percebe no próprio título de cada canção, que tem enorme substância no poema e na musicalidade que sustenta o seu adn. E fazem-no fervilhando de emoção, arrojo e astúcia, enquanto vêm potenciadas todas as suas qualidades, à medida que polvilham o conteúdo das mesmas com alguns dos melhores tiques de variadíssimos géneros e subgéneros sonoros, cabendo, no desfile dos mesmos, liderados pelo indie rock contemporâneo, jazz, pop, folk, eletrónica, tropicália e até alguns lampejos da música dita mais progressiva.

Assim, canções como Luz, um hino ao sentimentalismo português mais genuíno, Alma, uma cândura de doce melancolia blues, Celeste, um tema repleto de felizes interseções entre cordas deslumbrantes, com fortes raízes no nosso cancioneiro mais tradicional e variados loopings e outros efeitos cósmicos, alguns de inegável pendor retro, Magnólia, cadente e lancinante, ou Prudência, vibrante e orgânica, estão encharcadas de cordas e sintetizadores capazes de fazer espevitar o espírito mais empedernido, mas também detalhes percussivos muito curiosos e peculiares e sopros indistintos, tudo embrulhado quer em imponentes doses eletrificadas de fuzz e distorção, que se saúdam amplamente, mas também por instantes acústicos positivamente letárgicos e uma secção vocal contagiante, num resultado final que proporciona ao ouvinte uma assombrosa sensação de conforto e proximidade.

Âmbar é um desembaraço viciante e exótico, um oásis de imagens evocativas, sustentadas em melodias bastante virtuosas e cheias de cor e arrumadas com arranjos meticulosos e lúcidos, que provam, novamente, a sensibilidade dos You Can't Win, Charlie Brown para expressar pura e metaforicamente a sensibilidade humana e os diferentes sabores que a mesma pode exalar, principalmente se a sua proveniência vier do lado mais delicado e charmoso da nossa existência... Todos nós sabemos muito bem qual é. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 15:10

Manic Street Preachers – Covers

Quarta-feira, 06.07.22

Um ano depois de Ultra Vivid Lament, um registo de originais que consolidou a já habitual forte veia política dos galeses Manic Street Preachers, de James Bradfield e que colocou a banda na estrada, o projeto volta a surpreender pelo fulgor e pela capacidade de inovar e de reinventar as suas propostas, com um novo alinhamento de dezassete canções intitulado Covers que, como o próprio nome indica, reúne versões de alguns dos temas preferidos dos músicos da banda.

Arte SonoraManic Street Preachers, Tudo Sobre o Novo Álbum "The Ultra Vivid  Lament" | Arte Sonora

As composições que fazem parte desta compilação foram interpretadas pelos Manic Street Preachers ao longo da sua já vasta carreira de mais de duas décadas, quer em concertos ao vivo, quer em sessões de gravação mais intimistas, com especial destaque para as que decorreram nos estúdios da BBC. O registo contém reinterpretações de originais de nomes tão díspares como Madonna, Cure, Gun's N' Roses, Nirvana e Rihanna, entre outros, interpretadas por músicos exemplares e cantadas por um Bradfield sempre exímio e contundente a dissertar sobre algumas questões importantes da sociedade ociental contemporânea e a refletir sobre os diferentes rumos que o mundo tem tomado.

Como é óbvio, as canções foram revistas indo ao encontro do típico adn sonoro dos Manic Strret Preachers, feito de um rock sempre musculado e incisivo, feliz a cruzar teclas e guitarras elétricas e acústicas, mas também tremendamente melódico. Independentemente disso, as versões mantêm intacta a identidade dos inéditos, num resultado final bastante curioso e que merece dedicada audição por todos aqueles que se interessam pela história da pop e do rock das últimas décadas. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 13:04

Broken Bells – We’re Not In Orbit Yet…

Terça-feira, 05.07.22

Oito anos depois do último registo de originais, um alinhamento de onze canções initulado After The Disco, os Broken Bells de Danger Mouse e James Mercer, vocalista dos The Shins, estão de regresso aos lançamentos discográficos em dois mil e vinte e dois, mas ainda sem data concreta, com Into The Blue, o terceiro disco do projeto, um trabalho que terá a chancela da AWAL e que será, certamente, um regresso à ribalta desta dupla que se conheceu há dezoito anos nos bastidores do festival de Roskilde, na Dinamarca.

Broken Bells are back, share “We're Not in Orbit Yet…” from first album in  8 years

We’re Not In Orbit Yet… é o primeiro single divulgado de Into The Blue, uma magnífica composição que mistura um baixo imponente com alguns detalhes acústicos, harmonias subtis e sintetizações com elevada cosmicidade, num resultado final que, entre o rock alternativo mais clássico, o R&B e a própria folk, plasma um ADN muito próprio e identitário de uma dupla que se mantém bastante ativa nos seus projetos próprios (Danger Mouse prepara-se para lançar o disco de estreia do seu projeto paralelo Black Thought e James Mercer está a comemorar o vigésimo aniversário de Oh, Inverted World, o disco de estreia dos The Shins, com uma digressão), mas que neste novo álbum, tendo em conta a amostra já divulgada, irá certamente manter os Broken Bells na rota de um caminho coeso, assertivo e refinado, numa parceria que sabe como mostrar o real potencial dos seus dois pólos. Confere...

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publicado por stipe07 às 14:44

Sufjan Stevens – Fourth Of July

Segunda-feira, 04.07.22

Na primavera de dois mil e quinze, há já mais de sete anos, Sufjan Stevens regressou algo negro, sombrio e recatado com Carrie And Lowell, um disco que marcou o retorno do músico à folk mais intimista, nostálgica e contemplativa e que volta a estar na ordem do dia devido a um dos temas do seu alinhamento intitulado Fourth Of July, que acaba de ser revisto pelo músico com duas novas versões.

Sufjan Stevens “Fourth of July” | Optimistic Underground

Quatro de julho é o dia do feriado nacional nos Estados Unidos da América e esta canção com esse título debruça-se sobre as memórias de infância que o músico tem da efeméride, exorcizadas numa composição singela, honesta e intimista, que faz parte do alinhamento de um disco que, recordo, tem como título os sobrenomes da sua mãe e do seu padrasto (Carrie & Lowell) e está imbuído de um puro sentimentalismo, embalado por uma folk madura e nostálgica, que se debruça sobre o falecimento da sua mãe, ocorrido há uma década atrás, em dois mil e dez, após uma vida de excessos, abusos e um dignóstico de esquizofrenia.

A canção oferece-nos, portanto, um Sufjan Stevens na pele de um trovador acompanhado apenas pelas cordas de uma viola, com a nova versão da canção a conferir um ainda maior charme e brilho à moldura sonora estética de um tema que pode ser considerado uma verdadeira jóia, em todos os sentidos. Confere...

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publicado por stipe07 às 14:46

Day Wave – Pastlife

Sexta-feira, 01.07.22

Cinco anos depois do registo de estreia The Day We Had, o norte americano Jackson Phillips, que assina a sua música como Day Wave, está de regresso com Pastlife, o seu segundo lançamento no formato álbum, dez canções que acabam de ver a luz do dia pela mão da Capitol Records e que obedecem a uma fórmula de composição bastante particular, na qual os sintetizadores assumem a primazia no modo como acomodam o restante arsenal orgânico que, numa espécie de simbiose entre o polimento melódico de uns Real Estate, o efeito de guitarras que aponta para a luminosidade efusiva de uns DIIV e um baixo com um pulsar muito vincado e caraterístico, tem a mira apontada para os pilares fundamentais da indie pop contemporânea que, como tem sido norma, encontra no saudosismo de outras épocas a sua grande força motriz e que, neste caso específico de Day Wave, olha de modo beliçoso para a herança oitocentista do século passado.

DAY WAVE RETURNS WITH 'PASTLIFE'

O primeiro elogio que se pode fazer a Day Wave e a este seu segundo disco é que as canções nele contidas são realmente boas e apontam para diversas referências, basicamente descritas acima, não de modo a replicá-las, mas procurando abrangê-las naquele que é um cunho estilísitico identitário já bem definido. Por exemplo, se em See You When The End's Near a guitarra parece ter sido retirada de alguns dos melhores clássicos noventistas mais garageiros, ou se o frenesim do tema homónimo tem um travo surf inconfundível, a verdade é que não deixa de haver algo de distintivo e único, no modo como depois o músico deixa que as canções sigam o seu percurso natural.

Phillips oferece-nos de mão beijada mais um registo que contendo uma filosofia interpretativa abrangente, que também atinge laivos progressivos, bem expressos na rugosidade do baixo que conduz We Used To Be Young, esprai-se fundamentalmente por uma lúcida cadência épica, nomeadamente no já referido tema homónimo, mas também em Heart To Rest e, por outro, no frenesim solarengo, impressivo em Loner, um modus operandi que acaba por, no seu todo, resultar em algo consistente e até ligeiramente hipnótico. O dedilhar inicial da guitarra de Where Do You Go e o modo como ela depois se transforma e ganha músculo, enquanto se enleia com a bateria e a voz ecoante do músico que parece planar ligeiramente acima do baixo e do sintetizador, ampliam aquela curiosa sensação constante ao longo do alinhamento e que muitas vezes nos invade quando ouvimos uma canção que parece querer forçar o ouvinte a deixar, nem que seja por breves instantes, tudo e todos para trás, rumo aquela luz que está sempre ali, mas que nunca temos coragem de perscutar.

Pastlife é um alinhamento de temas vibrantes, que tanto contém uma atmosfera catárquica como um clima sonhador, com belos momentos que sabem aquela brisa quente e aconchegante que entra pela nossa janela nestas convidativas noites de verão. Day Wave pode gabar-se de ser capaz de mostrar uma invulgar intensidade emocional na sua escrita e de poder ser já caraterizado como um artista possuidor não só dessa importante valência mas também de um tímbre vocal único e uma postura confiante. Ele exala uma faceta algo sonhadora e romântica que se aplaude e que é também fruto de uma produção cuidada e que irá certamente agradar a todos os apreciadores do género. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 17:25


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