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Wilco – Cruel Country

Quarta-feira, 29.06.22

Os norte americanos Wilco de Jeff Tweedy são um dos projetos mais profícuos do universo indie e alternativo atual. Não cedem à passagem do tempo, não acusam a erosão que tal inevitabilidade forçosamente provoca, mantêm-se firmes no seu adn e conseguem, disco após disco, apresentar uma nova nuance interpretativa, ou uma nova novela filosófica que surpreenda os fãs e os mantenha permanentemente ligados e fidelizados. Cruel Country, o novo álbum dos Wilco, um duplo registo inteiramente composto por canções de travo eminentemente folk, além de ser uma espécie de regresso às origens e aos primórdios da carreira da banda de Chicago, no Illinois, é, também, uma manifestação impressiva de que Jeff Tweedy e os seus fiéis companheiros ainda têm muito para dar e, claro, vender.

Wilco's 'Cruel Country': Album Review - Rolling Stone

Se há alguma banda que nas últimas décadas nos consegue oferecer um roteiro detalhado do melhor rock alternativo que se vai fazendo do lado de lá do atlântico, os Wilco dizem presente. Discos do calibre de The Whole Love, Schmilco e Star Wars, já para não falar do mítico Yankee Hotel Foxtrot, são documentos sonoros que nos explicam que com o passar dos anos a bitola do grupo não abrandou nem foi atingida pelas normais crises de writer's block, mostrando-se cada vez mais refinada no modo como foi aliando o adn Wilco às tendências mais contemporâneas da folk e do rock alternativo. E realmente, só faltava uma abordagem mais direta e incisiva à folk no catálogo de um grupo que foi muitas vezes apelidado de projeto folk, mas que nunca se sentiu confortável com esse rótulo, chegando mesmo a renegá-lo publicamente. 

Cruel Country, o décimo segundo álbum de estúdio dos Wilco, é a materialização majestosa e eloquente de uma homenagem sincera e despida À herança mais pura e genuína do cancioneiro norte-americano. Em dois tomos, gravados no famoso estúdio da banda, o Loft, em Chicago, que contabilizam um total de vinte e uma canções, os Wilco criaram uma narrativa conceptual de alguns dos momentos fundamentais da história dos Estados Unidos da América, assente numa sonoridade animada e luminosa, mas também algo encantatória e bucólica. A empreitada é conseguida em dois tomos, como já referi, com o primeiro a oferecer-nos instantes sonoros mais expansivos e luminosos e o segundo a materializar-se através de uma filosofia interpretativa mais intimista e bucólica. Seja como for, trespassa todo o disco, um sempre intuítivo e até, amiúde, divertido jogo de cordas da viola, do banjo e da guitarra, esta quase sempre eletrificada ao mínimo, que sustentam composiçãos que, em alguns momentos ajuda também a aproximar os Wilco de uma psicadelia blues de superior filigrana, que se escuta com aquela intensidade que fisicamente não deixa a anca indiferente. 

Cruel Country captura com nitidez quase fotográfica e visual uma América imponente no modo como influencia ainda hoje, quer queiramos, quer não, o melhor indie contemporâneo. E as fundações dessa evidência estão, sem dúvida, na folk, um género musical que tem as suas raízes culturais no velho oeste e que quando é replicado por intérpretes como os Wilco, está sempre encharcado numa certa sabedoria proverbial, porque é, sejamos honestos, o melhor estilo musical para contar histórias de vida, mais ou menos corriqueiras, mas sempre profundas e genuínas. Cruel Country é um manancial de relatos das nossas vivências frágeis e minúsculas. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 15:16






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