man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Elephant – Big Thing
Com dois anos de existência, os Elephant são um coletivo dos Países Baixos, sedeado em Roterdão. Estrearam-se o ano passado com um EP homónimo que teve uma forte repercurssão no país natal e que valeu a chancela da etiqueta local Excelsior Recordings, que acabou por abrigar o disco de estreia do projeto, um trabalho intitulado Big Thing, que viu a luz do dia muito recentemente.
Produzido por Pablo van de Poel, Big Thing é um disco eminentemente solarengo e expansivo, versando sobre os habituais dilemas existenciais, mais ou menos mundanos, da nossa contemperaneidade e, mais concretamente, da geração que vive a transição para a vida adulta. Talvez por isso seja também um registo com uma elevada sensação intimista, com canções como Hometown ou Happiness a refletirem sobre a necessidade que todos temos de abandonar um dia o ninho e encontrar o nosso próprio caminho e o espaço que nos pertence.
Big Thing é sonoramente um trabalho rico e apelativo. O arquétipo sonoro das suas dez composições assenta predominantemente num timbre metálico de uma guitarra plena de reverb e de forte pendor experimental e num registo percussivo vincadamente contemplativo, duas nuances transversais ao alinhamento e que acabam por misturar a melhor herança do aclamado rock setentista com uma indecritível pitada de lisergia. É, pois, um álbum que nos oferece um refúgio luminoso e aconchegante, um recanto sonoro sustentado por guitarras melodicamente simples, mas com um charme muito próprio e intenso, principalmente quando a elas se agregam outros arranjos, que acabam por dar um polimento ainda mais charmoso às canções.
Big Thing eleva os Elephant a um faustoso patamar criativo, à boleia de uma filosofia estilística bastante marcada e homogéna. E um dos maiores atributos do alinhamento é a quase indivisibilidade entre os temas, que podem ser apreciados como um todo, já que, liricamente, debruçando-se sobre as agruras de uma faixa etária cada vez mais confusa nas oportunidades disponíveis, mas consciente daquilo que quer, acaba por personificar aquele grito de raiva que muitas vezes é imprescindível soltar no clímax de um instante reflexivo, que pode muito bem ter este alinhamento como banda sonora. Espero que aprecies a sugestão...