man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Goodbye, ÖLGA - You
Os lisboetas Goodbye, ÖLGA comemoraram recentemente os seus vinte anos de existência com o lançamento de um álbum duplo homónimo, uma edição de autor com o apoio da Fundação GDA, tendo a mistura, masterização e co-produção ficado a cargo de Eduardo Vinhas.
Este registo é, tendo em conta a sua nota de lançamento, um concentrado de emoções que circundam o mundo do indie, desferindo golpes profundos a qualquer ouvinte, munidos de um rock que se amplia ao post-punk não convencional da banda. Dos dois lados que compõem o disco, o vermelho, de cariz mais direto e melodioso, por vezes intimista, inspira de imediato a uma luminosidade reminiscente da veia indie, onde temas como Fool Cool, In Your Head e The Pill definem o passo energizado do vermelho. Esse passo é muitas vezes aprimorado, ora pela linguagem krautrockiana de You, ora pelo embalo estelar de Out to Dance, formando-se numa espécie de carta escrita a tudo que foram os ÖLGA. Uptown, o tema que encerra o lado vermelho, transpõe uma força devidamente orquestrada que pontifica ambos os lados. No outro lado do disco, o preto, de inclinação sonora atmosférica mais sombria, experimental e psicadélica, a energia sonora assume um tom negro e a linguagem familiar que definia ÖLGA, adopta uma estranheza única que se edifica ao longo do disco, tornando Goodbye, ÖLGA numa nova percepção. O ritmo é pulsante, demencial até, quando em temas como Concrete Falls e Cop’s Delight nada sobra senão o frenesim do desconhecido. Esta nova existência serve um cenário perfurante; guitarras dissonantes, ritmos fugazes e a premissa de que é um disco novo num cenário novo, instala-se de imediato com temas como Cure for Joy, Singapore e Only 18, onde o calor ficcional do negro abarca tudo numa vontade de galopar ao sabor do ritmo.
De acordo com André Conçalves, locutor da Rádio Radar, You, o single mais recente retirado do alinhamento desta compilação e de algum modo já descrito acima, é noise, rock, distorção, electricidade e guitarras em modo explosão versus contenção. Melodia e ritmos contrastantes, sincopados tudo bem embrulhado numa cadência hipnótica. “You” condensa uma marca bastante assertiva deste disco dos Goodbye, ÖLGA. Começa com um diálogo entre a bateria e as guitarras, sons caleidoscópicos que desenham a primeira camada da música. Rock’n’Roll assente em múltiplos rasgos de irreverência, harmonias e distorção de mãos dadas, felicidade nos rasgos criativos que desembocam nos 1quinze temas em que “You” é mais uma peça do puzzle ÖLGA. Goodbye, ÖLGA. A música é um substantivo que irradia uma multiplicidade de sensações, há sinestesia, coabitam emoções e, mais importante do que tudo, o prazer da audição que nos eleva, pontualmente, a um transe espiritual, um rito, uma crença mundana, um escape que revela a nosso regresso às raízes, ao Verbo Rock’n’Roll… “You” és tu ao espelho, a música que nunca te deixou. Aquele lugar familiar ao qual temos o hábito de regressar porque é, simplesmente, isso, o eterno retorno a um espaço familiar. O Rock habitado por guitarras, baixo e bateria. Confere...