man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Papercuts – Past Life Regression
Quatro anos depois do excelente Parallel Universe Blues, os Papercuts estão de regresso às luzes da ribalta com Past Life Regression, dez canções que viram a luz do dia em abril último, à boleia da Slumberland Records, a nova etiqueta deste projeto encabeçado por Jason Robert Quever e David Enos e oriundo de São Francisco, na costa oeste dos Estados Unidos da América.
Past Life Regression é mais uma feliz jornada afagada nas nuvens poeirentas da folk pop psicadélica, com nomes como os Spiritualized, Echo & The Bunnymen, ou Leonard Cohen a serem influêcias declaradas, como Jason já admitiu recentemente. É um disco muito marcado pela mudança deste músico para São Francisco, depois de alguns anos a viver em Los Angeles, assim como pela questão pandémica atual e pela tensão politica que continua a dividir uma América muito marcada pelos acontecimentos que na última década têm criado feridas profundas nesse país.
Ao longo do alinhamento de Past Life Regression, Quever procura também colocar em perspetiva a sua carreira como grande mentor deste projeto Papercuts, acabando por alimentar nas dez canções um balanço feliz entre aquela que tem sido a sua demanda pelo alargado arco conceptual do chamado indie rock, que começou por abordagens mais ou menos cruas e diretas a universo lo-fi, no início da carreira e que, neste momento, se situa naquela esfera estilística que tem sempre em ponto de mira, nomeadamente ao nível da produção, quer a luminosidade, quer o requinte.
A pop cósmica de Lodger, uma canção que nos faz levitar rumo às estrelas sem grande dificuldade, afagados por sintetizadores pulsantes e um jogo de cordas majestoso, o luminoso tratado de indie pop que é I Want My Jacket Back, canção que prima pela escolha assertiva de diversos arranjos percurssivos, que nunca ofuscam o brilho que as cordas conferem à canção do primeiro ao último segundo e a tonalidade burilada de The Strange Boys, tema com um orgão distorcido a acamar uma pafernália quase impercetível de sons, numa melodia de elevado cariz épico, são maravilhosos instantes sonoros de um registo que pode ser comparado a uma daquelas telas impressivas que exalam emoção e cor por todos os seus milimetros quadrados.
Past Life Regression é, em suma, um álbum que, canção após canção, implora pela nossa atenção, que sendo para ele orientada, sacia o nosso desejo de ouvir algo rico, charmoso e tremendamente contemporâneo e que deixa uma marca impressiva firme e de recompensadora codificação. Espero que aprecies a sugestão...