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Widowspeak – Everything Is Simple

Sábado, 08.01.22

Quase dois anos depois de Plum, um dos melhores discos de dois mil e vinte para a nossa redação, os Widowspaek estão de regresso aos lançamentos discográficos no próximo mês de março. O novo registo da dupla formada pela cantora e escritora Molly Hamilton e o guitarrista Robert Earl Thomas, dois músicos com raízes em Tacoma e Chicago, mas estabelecidos na cidade que nunca dorme há já algum tempo, chama-se The Jacket, tem dez canções e irá ver a luz do dia a onze de março, com a chancela da insuspeita Captured Tracks.

Everything Is Simple é o primeiro single divlgado de The Jacket, uma composição que explora, com a ajuda das cordas do baixo e da guitarra, a mescla de alguns cânones fundamentais do melhor rock setentista, com a graciosidade única da folk-pop atual. Depois os sintetizadores e um meditativo piano adornam a canção com inspiradas texturas psicadélicas, num resultado final bastante charmoso e emoldurado com uma identidade declaradamente vintage. Será, tendo em conta esta amostra, um inspirado regresso de um dos projetos mais queridos da nossa redação nos últimos anos. Confere Everything Is Simple e a tracklist de The Jacket...

01 While You Wait
02 Everything Is Simple
03 Salt
04 True Blue
05 The Jacket
06 Unwind
07 The Drive
08 Slow Dance
09 Forget It
10 Sleeper

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publicado por stipe07 às 15:52

Holly Miranda – Bronx Zoo

Sexta-feira, 07.01.22

Em dois mil e dezoito, com o registo Mutual Horse, a norte-americana Holly Miranda deixou a sua habitual zona de conforto assente numa pop de cariz eminentemente clássico, para se aventurar em ambientes mais progressivos, ecléticos e experimentais, através de catorze canções que atestaram o elevado vigor intepretativo de uma intérprete que figura já nas listas dos artistas mais influentes e criativas da atualidade.

Bronx Zoo | Holly Miranda

Em dois mil e vinte e um a artista esteve particularmente ativa com a publicação de algumas canções novas, merecendo destaque Bronx Zoo, uma canção dedicada a Ernie, um gorila que viveu no Jardim Zoológico Bronx Zoo, localizado no Bronx Park, em Nova Iorque, e que morreu em dois mil e dezanove com um desgosto de amor, de acordo com os seus tratadores. É uma lindíssima canção que tendo um travo a um certo intimismo depressivo, não deixa de constituir também, devido à filosofica sonora catárquica que abraça, uma ode ao otimismo e à esperança. Confere...

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publicado por stipe07 às 15:47

JennyLee – Stop Speaking / In Awe Of

Quinta-feira, 06.01.22

Jenny Lee Lindberg toca baixo e canta nas Warpaint, mas também edita música num projeto a solo que batizou com o nome JennyLee. Editou em dois mil e quinze um disco intitulado Right On! e está de regresso num formato diferente. Assim, em vez de um novo álbum, a artista está a lançar uma série de vários singles de sete polegadas, com artwork assente em pinturas abstratas da sua autoria e que estão a merecer destaque neste espaço, à medida que vão vendo a luz do dia.

Listen to Warpaint's Jennylee's new Depeche Mode-featuring single, 'Stop  Speaking' – Uber Turco News

Assim, depois de na semana passada termos dado conta dos detalhes dos singles Newtopia e Clinique e de no início desta nos termos debruçado sobre o conteúdo de Tickles e Heart Tax, agora chega a vez de olharmos para os temas Stop Speaking e In Awe Of., supostamente o capítulo final desta mais recente saga de JennyLee.

A primeira composição, Stop Speaking, conta com a participação especial de Dave Gahan, mítico vocalista dos Depeche Mode e versa sobre a necessidade que todos temos de ter tempo só para nós e de querermos, amiúde, que nos deixem ficar sozinhos. Sonoramente é uma composição quente, que impressiona pelo modo como as duas vozes se envolvem afagadas pelo baixo e pela forma como o timbre metálico na guitarra as adorna. Quanto a In Awe Of, tem uma tonalidade mais acústica, minimal e intimista, sendo uma canção sobre autenticidade e sobre como a nossa essência permanece deve ser incorrompível, mesmo que às vezes percamos o norte e o controle sobre nós próprios. Confere...

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publicado por stipe07 às 16:25

My Morning Jacket – My Morning Jacket

Quarta-feira, 05.01.22

Já chegou aos escaparates e à boleia da ATO Records, My Morning Jacket, o novo trabalho dos My Morning Jacket de Jim James. Este homónimo é o nono álbum do projeto oriundo de Louisville, no Kentucky e que desde mil novecentos e noventa e oito nos delicia com uma mistura eclética de country rockindie rockfunk e rock psicadélico, um som cheio de reverberações e que potenciam as sempre energéticas e entusiasmantes performances ao vivo do grupo.

My Morning Jacket – My Morning Jacket | UNCUT

Em My Morning Jacket Jim James e os seus companheiros encharcam-nos, durante pouco mais de uma gora, com um exercício doutrinal que apela à nossa conversão a uma forma de criação musical repleta de especificidades e que. no fundo, funde aquela que é, por excelência, a melhor escola folk sulita norte-americana, com alguns dos cânones fundamentais da indie pop contemporânea, que puxa para o enredo o sintético, muitas vezes em doses nada regradas, de modo a criar composições em que majestosidade e cor são evidências concretas, mas que trazem sempre consigo aquela profundidade reflexiva e intimista, plena de sensibilidade, que o outro lado do atlântico sempre estimou na hora de compôr.

Logo a abrir o disco, Regularly Scheduled Programming é um exemplo claro desta cartilha, com guitarras vigorosas e samples esvoaçantes a tocarem-nos atè à medula para, logo depois, ainda sem estarmos refeitos do safanão, Love Love Love, uma composição assente num indie rock experimental com forte vibe setentista, potenciado por riffs de guitarras intensos, trespassados por efeitos cósmicos com elevado teor psicadélico e um registo percussivo algo hipnótico, nos deixar, de vez, absorvidos por um disco em que cosmicidade, fuzz e lisergia são também traves mestras de um enredo que tem, claramente, uma relação direta com a vida do músico, como se ele fosse uma personagem que se transforma em matéria-prima audível.

O piano que se insinua pela soul indistinta da guitarra que sustenta In Color, o casamento perfeito que se estabelece entre o acústico e o elétrico em Least Expected, o rock boémio, fumarento e negro que cintila em Never In The Real World ou o travo rugoso e abrasivo de Complex , assim como a ode setentista que inflama por todos os poros de Penny For Your Thoughts, são outros momentos obrigatórios de um registo que pode ser visto como uma espécie de country alternativo, mas que encanta, acima de tudo, por ser, no fundo, um tratado de rock clássico, puro e duro e por conter inúmeros instantes de nostalgia, dissolvidos ao longo de um alinhamento naturalmente clássico, como é norma neste quinteto de Louisville, no Kentucky, mas que foi construído em cima de referências atuais e futuristas, que mantêm intocável a vontade e a capacidade criativa dos criadores, assim como as permissas essenciais que identificam e tipificam o seu som específico. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 18:40

Massage – Lane Lines EP

Terça-feira, 04.01.22

Cerca de meio ano depois do excelente registo Still Life, os norte-americanos Massage estão de volta com Lane Lines, um EP com quatro canções, que mostram o quinteto de Los Angeles a embrenhar-se por territórios um pouco mais psicadélicos do que aquela sonoridade tipicamente indie e universitária, que no catálogo do grupo liderado por Alex Naidus, membro dos Pains Of Being Pure At Heart, nos leva facilmente e num abrir e fechar de olhos, do nostálgico ao glorioso, à boleia de uma espécie de indie-folk-surf-suburbano, particularmente luminoso e que acaba por se tornar até viciante.

Massage e sua máquina do tempo chamada 'Still Life' | Urge!

Lane Lines resultou de várias sessões de gravação nos estúdios do produtor e compositor Andrew Brasell. Nele, Alex Naidus, Andrew Romano, Gabrielle Ferrer, David Rager e Natalie de Almeida, sem grandes expetativas ou uma filosofia sonora pré-concebida, deixaram-se levar livremente pela exploração de sonoridades um pouco diferentes e mais arriscadas do que a habitual indie pop que sempre os norteou e criaram temas que têm enorme eco na melhor herança oitocentista. O timbre metálico luminoso das cordas e do sintetizador de In Gray And Blue tem o ADN dos New Order em declarado ponto de mira e Stalingrad olha para a herança de uns The Feelies com avassalador descomprometimento, assim como a viola e o baixo que afagam melodicamente o tema homónimo. I'm Going In The Field acaba por ser a canção que encontra mais pontos em comum com o ambiente geral de Still Life, mas não deixa de ter uma tonalidade lo fi que espelha o melhor do dito rock universitário norte-americano que nomes como os R.E.M. ou os Pavement firmaram e cimentaram com inocente presunção há quase quarenta anos.

Lane Lines é um belíssimo catálogo de canções que escondem a sua complexidade na simplicidade e mostram, como é habitual nos Massage, que é sempre bonito quando o rock pode ser básico e ao mesmo tempo encantador, divertido e melancólico, sem muito alarde. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 21:03

JennyLee - Tickles / Heart Tax

Segunda-feira, 03.01.22

Jenny Lee Lindberg toca baixo e canta nas Warpaint, mas também edita música num projeto a solo que batizou com o nome JennyLee. Editou em dois mil e quinze um disco intitulado Right On! e está de regresso num formato diferente. Assim, em vez de um novo álbum, a artista está a lançar uma série de vários singles de sete polegadas, com artwork assente em pinturas abstratas da sua autoria e que estão a merecer destaque neste espaço, à medida que vão vendo a luz do dia.

Listen to Warpaint's Jennylee's new Depeche Mode-featuring single, 'Stop  Speaking' – Uber Turco News

Assim, depois de na semana passada termos dado conta dos detalhes dos singles Newtopia e Clinique, agora é a vez de nos debruçarmos sobre o conteúdo de Tickles e Heart Tax. A primeira composição, Tickles, tem um tempero bastante orgânico, proporcionado por um delicioso dedilhar das cordas do baixo e um registo percurssivo oleado com vigorosas palmas, duas nuances que são depois envolvidas por diversos efeitos sintéticos e psicadélicos, incubados pelo produtor dinamarquês Trentemøller, um dos nomes fundamentais da eletrónica contemporânea. Já Heart Tax tem uma tonalidade mais minimal, introspetiva e até sinistra, marcada pela exuberância da interpretação vocal, que vai sendo embalada por um esparso piano e diversos efeitos inebriantes, uma trama que cria uma atmosfera bastante envolvente e hipnótica. Confere...

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publicado por stipe07 às 18:12

Courtney Barnett - Things Take Time, Take Time

Sábado, 01.01.22

Três anos depois do registo Tell Me How You Really Feel, que na altura sucedeu a Sometimes I Sit and Think, and Sometimes I Just Sit, o feliz título do arrebatador disco de estreia, a australiana Courtney Barnet regressou aos álbuns em dois mil e vinte e um com Things Take Time, Take Time, um alinhamento de dez canções produzido por Stella Mozgawa (Warpaint, Cate Le Bon, Kurt Vile) em Sidney e Melbourne e que viu a luz do dia por intermédio do consórcio Mom+Pop Music/Marathon. Foi um disco concebido durante o período de confinamento, que Barnett aproveitou para se embrenhar a fundo na filmografia de Agnes Varda e Andrei Tarkovsky, leituras de livros e pinturas em aguarelas.

Courtney Barnett Interview: New Album 'Things Take Time, Take Time' -  Rolling Stone

Courtney Barnett tem-se mostrado na sua carreira bastante hábil no modo como expôe aqueles pequenos detalhes da vida comum e do seu próprio quotidiano e os transforma, na sua escrita, em eventos magnificientes e plenos de substância. E se na estreia, há seis anos, procurou um ambiente eminentemente festivo e jovial que nos levasse a colocar o nosso melhor sorriso eufórico e enigmático e a passar a língua pelo lábio superior com indisfarçável deleite, ao som de uma voz doce, uma bateria intensa e uma guitarra que brilhava daqui ao céu, num vaivém musculado e constante, em dois mil e dezoito a opção foi por uma atmosfera menos imediata e um pouco mais intrincada e até amargurada e agressiva.

Agora, em dois mil e vinte e um, o propósito foi deixar refletir, sem grandes amarras, no fundo aquilo que todos temos feito nos últimos dois anos, que tem sido olhar um pouco mais para dentro de nós e para, em jeito de balanços, tomarmos novas decisões e criarmos sonhos e expetativas diferentes. Things Take Time, Take Time, tem esse condão de nos convidar a um certo recolhimento, mas também a nos tornarmos, em simultâneo, confindentes e bons amigos desta artista cada vez mais impressiva e realista. Fá-lo em dez canções sonoramente assentes na destemida companheira de sempre de Barnett, a guitarra, mas também com os sintetizadores, como sucede em Sunfair Sundown, por exemplo, a se quererem mostrar cada vez mais interventivos no catálogo da australiana, assim como o piano em Oh The Night. São quase trinta e cinco minutos que escorrem sempre num clima eminentemente folk e que nunca dispensa tonalidades algo lisérgicas e até acústicas, algo que sucede com ímpar beleza em Here's The Thing, mas também, e principalmente, em Before You Gotta Go, um belíssimo quadro sonoro de indie rock, uma composição íntima e muito pessoal sobre um beijo de despedida, que tem um elevado travo nostálgico e contemplativo, mas também vibrante, efeito conseguido no modo como o já habitual timbre metálico delicioso da guitarra de Barnett é trespassado por diversos arranjos acústicos, enquanto o baixo e a bateria acamam, de modo disciplinado e crescente, uma  balada quente e tremendamente elegante. Outra composição que mostra a já elevada maturidade desta artista e o modo como consegue, definitivamente, ampliar o seu espetro de influências, sem colocar em causa a sua assência, é Write A List Of Things To Look Forward To, uma homenagem de Barnett aos amigos que nunca a deixaram para trás. Neste tema o tal timbre metálico delicioso da guitarra da autora é trespassado por diversos outros acordes, enquanto o baixo e a bateria acamam, de modo disciplinado e quase intuitivo, uma canção quente, plena de groove e tremendamente elegante. Finalmente, merecem também audição dedicada a divertida Take It Day By Day, uma frenética descrição daquilo que é um dia a dia normal neste novo normal que todos temos vivido nos últimos meses e ainda If I Don't Hear From You Tonight, mais um tema liricamente claro nos propósitos poéticos que inspiraram o disco e que instrumentalmente descende da melhor escola indie rock norte americana, que sempre foi marcante para esta artista australiana.

Registo obrigatório para quem pretende viver o presente com um olhar mais otimista, sem recear conhecer mais a fundo o íntimo da autora, Things Take Time, Take Time testemunha e materializa o cada vez maior ecletismo de Barnett, enquanto oferece ao ouvinte diferentes perspetivas sobre a realidade sociológica e psicológica que a abriga, merecendo um lugar de destaque no que concerne aos álbuns mais inspirados e acolhedores deste ano. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 14:31


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