man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Massage – Lane Lines EP
Cerca de meio ano depois do excelente registo Still Life, os norte-americanos Massage estão de volta com Lane Lines, um EP com quatro canções, que mostram o quinteto de Los Angeles a embrenhar-se por territórios um pouco mais psicadélicos do que aquela sonoridade tipicamente indie e universitária, que no catálogo do grupo liderado por Alex Naidus, membro dos Pains Of Being Pure At Heart, nos leva facilmente e num abrir e fechar de olhos, do nostálgico ao glorioso, à boleia de uma espécie de indie-folk-surf-suburbano, particularmente luminoso e que acaba por se tornar até viciante.
Lane Lines resultou de várias sessões de gravação nos estúdios do produtor e compositor Andrew Brasell. Nele, Alex Naidus, Andrew Romano, Gabrielle Ferrer, David Rager e Natalie de Almeida, sem grandes expetativas ou uma filosofia sonora pré-concebida, deixaram-se levar livremente pela exploração de sonoridades um pouco diferentes e mais arriscadas do que a habitual indie pop que sempre os norteou e criaram temas que têm enorme eco na melhor herança oitocentista. O timbre metálico luminoso das cordas e do sintetizador de In Gray And Blue tem o ADN dos New Order em declarado ponto de mira e Stalingrad olha para a herança de uns The Feelies com avassalador descomprometimento, assim como a viola e o baixo que afagam melodicamente o tema homónimo. I'm Going In The Field acaba por ser a canção que encontra mais pontos em comum com o ambiente geral de Still Life, mas não deixa de ter uma tonalidade lo fi que espelha o melhor do dito rock universitário norte-americano que nomes como os R.E.M. ou os Pavement firmaram e cimentaram com inocente presunção há quase quarenta anos.
Lane Lines é um belíssimo catálogo de canções que escondem a sua complexidade na simplicidade e mostram, como é habitual nos Massage, que é sempre bonito quando o rock pode ser básico e ao mesmo tempo encantador, divertido e melancólico, sem muito alarde. Espero que aprecies a sugestão...