man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Nation Of Language – The Grey Commute
Banda sensação do cenário underground de Brooklyn, Nova Iorque, os Nation Of Language de Ian Devaney estão prestes a estrear-se nos discos com A Way Forward, um registo que irá ver a luz do dia na próxima semana e que promete fazer furor no seio da crítica mais atenta, mas também de um público sempre sedento por novidades refrescantes e que acrescentem algo de inédito ao panorama sonoro contemporâneo.
São já várias as amostras conhecidas do alinhamento de A Way Forward, nomeadamente as composições Across That Fine Line, Wounds Of Love, This Fractured Mind, A Word And A Wave e, a mais recente, The Grey Commute. Esta canção versa, essencialmente, sobre a adição algo doentia, que quase todos temos realtivamente ao consumismo, fazendo-o através de uma synth pop de forte travo oitocentista, encarnada através de sintetizadores repletos de efeitos cósmicos que se acamam numa batida que tem tanto de discreto como de insinuante. Confere...
Autoria e outros dados (tags, etc)
Malaboos - Cavaco
Projeto com cinco anos de existência, os Malaboos são formados por Diogo Silva (Guitarra e Voz), Ivo Correia (Bateria, Voz e Sintetizador) e Rui Jorge (Baixo), um trio que é fruto de um entendimento musical e uma ligação pessoal muito vincada. Inauguraram o cardápio com dois EPs, Plântula e Matuta, trabalhos que permitiram ao grupo partilhar cartaz e palcos variados com artistas de renome e ganhar uma já apreciável reputação no universo indie nacional.
Depois desta auspiciosa estreia, rapidamente o grupo percebeu que dois mil e vinte e um era o momento certo de avançar para o passo seguinte, o disco de estreia. Chama-se Nada Cénico, viu a luz do dia em maio, conforme a nossa redação deu conta na altura e dele acaba de ser extraído mais um single, o tema Cavaco que abre o alinhamento do disco.
Cavaco assenta num punk rock majestoso e eloquente. É uma canção que incubou da fusão de loops de linhas melódicas rítmicas, com a força e o balanço do baixo que serve como pilar harmónico e, por último, com a potência e furor da bateria que acompanha o baixo de forma abrasiva e destrutiva. É um tema perfeito para se perceber o modo exímio como os Malaboos exploram a simbiose entre a dureza, crueza e robustez do Rock Avant-Garde com a delicadeza e experimentalismo do Art-Rock.
Cavaco foi gravado, misturado e masterizado no ADRIFT Studio, por André Gonçalves e já tem direito a um vídeo realizado por Rodrigo Fernandes e editado por Ivo Correia. Confere...
Autoria e outros dados (tags, etc)
All We Are – Eden
Depois de no ano passado terem subido à ribalta com Providence, o terceiro disco de uma já interessante carreira, os ingleses All We Are têm um novo tema intitulado Eden, que pode muito bem vir a ser o pronúncio de um novo alinhamento do trio de Liverpool.
Produzida por Al Doyle e Joe Goddard dos Hot Chip, Eden é uma estrondosa canção, que nos remete, no imediato, através do registo percussivo, do perfil encorpado do baixo, da distorção da guitarra e do perfil vocal para o melhor catálogo do mítico Prince. Nela, os All We Are, enquanto fazem uma espécie de ode ao malogrado artista de Minneapolis, piscam o olho à soul e ao R&B mais retro, assim como ao discosound dos anos oitenta, convidando-nos, durante pouco mais de quatro minutos, a uma postura corporal enleante e que, fisicamente, não deixa de nos induzir com um grau elevado de lisergia. Confere...
Autoria e outros dados (tags, etc)
Real Estate – Days (Television cover)
Os Real Estate de Alex Bleeker estão a comemorar por estes dias o décimo aniversário do lançamento de Days, o segundo registo de originais da banda norte-americana e que viu a luz do dia em dois mil e onze. E estão a fazê-lo tocando o disco na íntegra em alguns concertos no país natal e também com a divulgação de uma cover do tema Days, um original dos Television que faz parte do mítico álbum Marquee Moon e que acabou por inspirar o nome desse que foi o segundo disco da carreira dos Real Estate, que, recordo, lançaram na passada primavera o EP Half A Human.
A nova roupagem que o grupo natural de Rodgewood, em Nova Jersey, dá ao original dos Television é bastante feliz e merece audição dedicada, porque a canção consegue captar a essência das duas bandas. Assim, enquanto escutamos a canção absorvemos a luminosidade simultaneamente orgânica e intimista dos Real Estate, assim como o pendor mais lo fi e psicadélico do grupo nova iorquino que liderou Tom Verlaine nos anos setenta e que tem aquele que é, para muitos, um dos melhores discos da história da música, esse Marquee Moon que continha o tema Days no seu alinhamento. Confere...
Autoria e outros dados (tags, etc)
JAGUWAR - GOLD
Os alemães Jaguwar são um trio formado por Oyèmi, Lemmy e Chris e que se divide entre Berlim e Dresden. chamaram a atenção da crítica há três anos com Ringthing, o disco de estreia e voltam agora a colocar os holofotes sobre si com Gold, um compêndio de sete canções que viu a luz do dia recentemente e que resultou, claramente, da predisposição da banda para experimentar sem limites pré-definidos.
O press release de lançamento do disco é feliz quando o descreve como uma explosão supercarregada de futuro pop, transcendendo fronteiras e desafiando os esconderijos, um álbum que não é apenas dançável, orelhudo e carinhosamente complexo, mas também vai contra o status quo, porque faz perguntas sobre o estado atual das coisas e os mecanismos opressores na nossa sociedade. GOLD não é uma denúncia directa mas sim uma trilha sonora para acompanhar a percepção de que há força na individualidade, desbloqueando assim um novo nível de produtividade. As suas melodias desviadas fundem-se com uma parede de som familiarmente vociferante para criar uma atmosfera que galvaniza a busca da banda pela liberdade.
Graças a um arsenal aparentemente ilimitado de dispositivos de efeito e uma pilha considerável de amplificadores, os JAGUWAR criaram, sem dúvida, um registo encharcado com uma riqueza de paisagens sonoras elegantes. Fragmentos tonais cintilantes infiltram-se em camadas e camadas de estratos auditivos, levando a ganchos de indie pop cativantes que preparam uma tempestade épica de guitarras estrondosas. Os vocais alternados de Oyèmi e Lemmy são os elos que faltam num mundo de contrastes gritantes.
O olhar desta banda alemã está claramente voltado para o futuro. GOLD é mais do que uma simbiose de brincadeira intrincada e a força fortalecedora dos desejos mais íntimos. GOLD é um pedido por justiça. Espero que aprecies a sugestão...
Autoria e outros dados (tags, etc)
JW Francis - Wanderkid
Figura ímpar do indie rock norte-americano, o músico nova iorquino JW Francis regressou há alguns dias aos discos com um trabalho intitulado Wanderkid, o segundo do seu cardápio, um registo que que, de acordo com o autor, pretende ser sobre o conceito de escape, aplicado na existência de uma espécie de anti-herói chamado Wanderkid (Wanderkid It’s supposed to be a gut punch of a record about an anti-hero named Wanderkid who wants to get out: out of his living situation, out of his head, out of his life. This album is like looking out the car window with an urgent desire to be on the other side. It was finished during the most recent global pandemic, so hopefully folks find it relatable.)
A crítica norte-americana mais atenta já considera JW Francis a próxima lenda do indie rock lo fi alternativo. E, de facto, Wanderkid, disco com a chancela da Sunday Best Recordings, oferece-nos pouco mais de trinta minutos de traquejo melódico e de sagacidade instrumental ímpar enquanto nos conta a história de um comum alter-ego continumante confrontado com alguns dos dilemas existencias que sempre fizeram mover a humanidade, como a escassez de cerveja, ou a existência ou não de Deus e, consequentemente, vá-se lá saber porquê, do amor.
Logo a abrir o disco, John, Take Me With You , uma impactante e aditiva canção, oferece-nos alguns dos melhores ingredientes de um rock experimental repleto de groove, assente em guitarras encharcadas por uma cosmicidade boémia que é abastecida com particular requinte e destreza, na hipnótica e divertida I Love You, por metais e sintetizadores insinuantes, mas vincadamente omnipresentes. E nestes dois temas que abrem o disco, fica impressa, no fundo, a cartilha que tipifica o habitual modus operandi de JW Francis, que contém também, há que realçar, um elevado travo nostálgico. Isso acontece porque todo o alinhamento de Wanderkid, estando repleto de especificidades, porque todas as canções apresentam nuances díspares e únicas, recorda-nos, no geral, aquele som que na década de setenta do século passado explodiu da liberalização generalizada dos mais diversos recursos tecnológicos ao serviço da criação musical e que neste Wanderkid , recordados numa vasta pafernália de teclados, recebem um eficaz travo de contemporaneidade.
O modo como um efeito vagueante se entrelaça com diversos metais e com a voz reverberizada em Maybe, o impetuoso baixo afagado por uma linha de guitarra ondulante em Make Another Record, a singela leveza folk de Only With You e, num clima mais tropical, de Holy Mountain, a previsão de como será o melhor folclore balcânico em dois mil e oitenta plasmada no tema homónimo, a sobriedade indie de Don't Fall Apart, são, realmente, momentos de elevado traquejo de um trabalho que, proporcionando-nos uma elevada intimidade com a mente do autor, confronta-nos com uma luminosidade algo inédita, atributo que faz com que JW Francis se mostre, canção após canção, sempre vivo e estranhamente empático e exuberante no modo como comunica connosco.
É, de facto, nesta grande surpresa discográfica do ano, que se percebe que a eletrónica é o terreno onde musicalmente este autor nova-iorquino se move com maior conforto. Se em canções como Cars ele até acaba por olhar com bastante atenção para a indie pop movida a cordas reluzentes, a verdade é que existe sempre uma toada sempre pulsante e algo épica, mas também particularmente embaladora e intimista a tomar as rédeas do álbum, recriada, por exemplo, com elevado grau de impressionismo, em I'm Probably A Ghost. Acabam por ser estes sentimentos antagónicos que sobem mais à tona ao longo da audição de Wanderkid, com o objetico claro de dar vida a uma filosofia comum que busca elevada assertividade no modo como se serve do habitual formato canção para atingir grande variedade de fãs, enquanto o autor desta trama se mostra mais amadurecido do que nunca. Espero que aprecies a sugestão...
Autoria e outros dados (tags, etc)
They Might Be Giants – Part Of You Wants To Believe Me
My Murdered Remains, o último registo de originais dos They Might Be Giants, viu a luz do dia em dois mil e dezoito e, na sequência, há alguns meses atrás, a banda norte-americana de rock alternativo do Massachusetts, formada por John Flansburgh, John Linnell, Dan Miller, Danny Weinkauf e Marty Beller, anunciou um novo projeto intitulado BOOK. Trata-se de um livro com cento e quarenta e quatro páginas, que será acompanhado por uma banda sonora constituida por quinze canções, um compêndio que resulta de uma colaboração direta do grupo norte-americano com o designer gráfico Paul Sahre e o fotógrafo de rua Brian Karlsson, que reside em Brooklyn, Nova Iorque. Book, que será, na prática, o vigésimo terceiro registo dos They Might Be Giants, terá edição física em livro e disco juntos, mas a parte musical terá também edição em separado nos formatos habituais, com data projetada de lançamento para a próxima semana.
Do alinhamento de BOOK tivemos contacto, no início do passado verão, com os temas I Lost Thursday e I Broke My Own Rule. Depois, em pleno agosto, chegou a vez de conferirmos I Can't Remember The Dream, uma exercício de excentricidade experimentalista, que é um traço típico dos They Might Be Giants e que foi apurado em pouco mais de três minutos com um travo tremendamente nostálgico e aditivo. Agora, no apogeu do outono, é possível contemplarmos Part Of You Wants To Believe Me, uma luminosa composição com uma indesmentível vibe sessentista e melodicamente com uma rara graça. É uma canção divertida e animada, que se projeta através de uma linha de teclado claramente inspirada, adornada por diversos arranjos deambulantes e um registo percussivo muito marcado. Confere...
Autoria e outros dados (tags, etc)
Band Of Horses – Crutch
Cerca de meia década após o excelente registo Why Are You Ok, os norte-americanos Band Of Horses estão finamente de regresso com um novo álbum. Esse novo alinhamento de dez canções da banda de Seattle liderada por Ben Bridwell chama-se Things Are Great e vai ver a luz do dia em janeiro próximo, à boleia da BMG.
Foi o próprio Bridwell quem produziu todos os temas de Things Are Great, contando, para isso, com a preciosa ajuda dos amigos e habituais colaboradores Dave Fridmann, Jason Lytle e Dave Sardy, assim como do engenheiro de som Wolfgang “Wolfie” Zimmerman. Crutch é o primeiro single retirado do alinhamento do registo, uma radiosa, efusiva e grandiosa canção, que mescla folk e indie rock com mestria. A prova disso está no modo como o arquétipo sonoro da canção coloca todas as fichas na exuberância das cordas e num registo percussivo efusiante, além da mesma conter uma seleção notável de arranjos e efeitos que lhe conferem uma paleta de cores de agradável contemplação. Confere Crutch e o alinhamento de Things Are Great...
01 “Warning Signs”
02 “Crutch”
03 “Tragedy Of The Commons”
04 “In The Hard Times”
05 “In Need Of Repair”
06 “Aftermath”
07 “Lights”
08 “Ice Night We’re Having”
09 “You Are Nice To Me”
10 “Coalinga
Autoria e outros dados (tags, etc)
Polyenso – Pocket Knife Shadow
Os Polyenso são uma banda de rock experimental norte americana sedeada em St. Petersburg, na Flórida. A banda é composta pelo vocalista e teclista Brennan Taulbee, pelo multi-instrumentista e vocalista Alexander Schultz e pelo percussionista Denny Agosto. Impressionaram esta redação em janeiro de dois mil e dezanove com o registo Year Of The Dog, oito canções, algumas instrumentais, impregnadas com uma tonalidade refrescante e inédita, um disco cheio de personalidade, com uma produção cuidada e que nos aproximou do que de melhor propõe a música independente americana contemporânea.
Em outubro do ano passado voltaram a chamar a nossa atenção com um EP intitulado Lost In The Wheel que, além desse tema, incluia um curto instrumental chamado “Tempo” e que introduzia MissU (Loops And One-Shots), um devaneio de eletrónica climática, algo sujo e caótico, mas bastante hipnótico.
Agora, cerca de um ano depois desse tomo, os Polyenso voltam a dar sinais de vida com uma nova canção intitulada Pocket Knife Shadow. A mesma está disponível no bandcamp da banda e faz adivinhar finalmente sucessor para o aclamado disco Year Of The Dog, acima referido. É uma deslumbrante canção, incubada num território firme de experimentações sonoras. Nela, um registo percurssivo arritmado enleia-se continuamente com diversos efeitos sintéticos provenientes de teclados e de guitarras, com o resultado final a permitir ao ouvinte saborear um travo lisérgico algo incomum no panorama alternativo atual. Confere...
Autoria e outros dados (tags, etc)
Damon Albarn - The Tower Of Montevideo
O melancólico, mas sempre genial, brilhante, inventivo e criativo Damon Albarn, personagem central da pop britânica das últimas três décadas, continua a impressionar-nos cada vez que abre um pouco mais a porta para o mundo de The Nearer The Fountain, More Pure The Stream Flows, o seu novo disco a solo, que surge sete anos depois do extraordinário registo Everyday Robots. The Nearer The Fountain, More Pure The Stream Flows vai ver a luz do dia a doze de novembro próximo, através da Transgressive Records e contém onze canções que exploram temas como a fragilidade, a perda, a emergência e o renascimento, enquanto também pretendem, no seu todo, dar vida a uma peça orquestral inspirada na Islândia, país onde o músico tem assentado arraiais periodicamente nos últimos anos.
The Tower of Montevideo é o mais recente single divulgado do alinhamento de The Nearer The Fountain, More Pure The Stream Flows, uma composição que impressiona pela riqueza dos arranjos e pelo modo feliz como os mesmos nos conseguem transportar, com elevado nível de realismo auditivo e sensorial impressionista, para o lugar familiar e totalmente sobrenatural que, segundo Albarn, é a foz do rio de La Plata e a capital do Uruguai. Nesta cidade situa-se o Palacio Salvo, um edifício icónico, construído nos anos vinte do século passado e que inspirou esta composição caliente, romântica e instigadora, repleta de arranjos percussivos e de sopros que colocam o nosso imaginário naquele ambiente jazzístico algo boémio que caraterizava a la movida sul americana na segunda década do século passado. Confere...