man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Lucy Dacus - Home Video
Depois de andar envolvida durante algum tempo na revisitação de vários temas de artistas que admira e de ter participado ativamente no disco Little Oblivions da sua colega Julien Baker no projeto Boygenius, a norte-americana Lucy Dacus virou finalmente o seu foco para o projeto a solo que assina e que tem um novo capítulo discográfico. Chama-se Home Video o novo álbum da compositora da Virginia, um alinhamento de onze canções que viu a luz do dia a vinte e cinco de junho passado, com a chancela da Matador Records.
Home Video é um daqueles discos que exala uma sonoridade tipicamente americana, desmascarando algumas das contradições de um país que ainda procura o seu melhor rumo, depois da desastrosa gestão que a liderança do mesmo fez relativamente à situação pandémica que assola o mundo inteiro há quase dois anos e que atingiu com particular fúria os Estados Unidos da América, assim como a transição de uma administração eminentemente conservadora, para uma que afirma ter um olhar mais liberal e que seja socialmente mais justo.
Além deste olhar crítico relativamente ao seu país, Dacus quis também, neste Home Video, reforçar o já habitual cariz pessoal e intimista das suas composições. Por exemplo, VBS, um dos melhores temas do registo, versa sobre a infância de Lucy e o modo como a sua relação com a religião nessa altura a marcou, porque se sentia fortemente controlada pelos líderes da igreja que frequentava, mas First Time também aborda de modo impressivo os seus primeiros anos de vida. Sonoramente, Home Video cativa ao longo da audição não só pelo registo vocal impregnado com uma rara honestidade e sentimentalismo que é transversal a todas as canções, mas também pelo modo vibrante como diversas camadas de guitarras, majestosas em Partner In Crime, que tanto são sujas e repletas de riffs virulentos e rugosos como alicerçadas num timbre metálico luminoso, se entrelaçam com insinuantes sintetizações e uma interpretação rítmica e percurssiva bastante heterogénea em grande parte das canções, num resultado final consistente e de elevado travo classicista, tendo em conta a herança do melhor rock norte-americano contemporâneo. O piano de Please Stay, uma canção sobre o fim de uma relação, acentua ainda mais este carimbo nacional e fortemente identitário do disco. Espero que aprecies a sugestão...
Autoria e outros dados (tags, etc)
Damon Albarn - Royal Morning Blue
Sete anos depois do extraordinário registo Everyday Robots, o melancólico, mas sempre genial, brilhante, inventivo e criativo Damon Albarn, personagem central da pop britânica das últimas três décadas, centrou novamente atenções na sua carreira a solo, depois de mais um capítulo da saga Gorillaz o ano passado e de uma nova rodela do projeto The Good, The Bad And The Queen, que partilha com Paul Simonon, Simon Tong e Tony Allen, chamada Merrie Land que, como certamente se recordam, foi um dos melhores álbuns de dois mil e dezoito para a nossa redação.
Esse novo disco a solo de Damon Albarn chama-se The Nearer The Fountain, More Pure The Stream Flows, contém onze canções que pretendem, no seu todo, dar vida a uma peça orquestral inspirada na Islândia, país onde o músico tem assentado arraiais periodicamente nos últimos anos e irá ver a luz do dia a doze de novembro próximo.
O primeiro avanço revelado de The Nearer The Fountain, More Pure The Stream Flows, um álbum que explora com minúcia temas como a fragilidade, a perda, a emergência e o renascimento, foi exatamente o tema homónimo, cujo título é um excerto do poema Love and Memory, de John Clare. Três semanas após a revelação dessa amostra, chegou a vez de contemplarmos Polaris, o décimo tema do alinhamento do álbum, uma canção que sonoramente nos aproximava impressivamente do conteúdo de Merrie Land, o tal último registo do projeto The Good, The Bad And The Queen. A seguir deslumbrámo-nos com Particles, um portento contemplativo e intimista brilhante, regido por diversos efeitos sintetizados esvoaçantes, dedilhares esporádicos de uma guitarra amiúde agreste, um piano que divagava pelos nossos pensamentos sem misericórdia e a voz clemente e cativante de Albarn, que era a pedra de toque fundamental para conferir ao tema o nível reflexivo comedido pretendido.
Agora, a poucos dias de sair o disco, é obrigatório conferir Royal Morning Blue, a composição mais eclética e frenética de The Nearer The Fountain, More Pure The Stream Flows, do catálogo das que já foram disponibilizadas. O tema foi criado ao piano, junto ao mar e procurou capturar aquele momento em que a chuva se transforma em neve, como se percebe logo no início da canção, conduzida por esse instrumento, em redor do qual viaja uma batida sintética efusiante, cordas impactantes e diversos efeitos já típicos das criações de Albarn. A canção já tem direito a um excelente vídeo que nos mostra Albarn e os músicos que o acompanham, em estúdio, a tocá-la. Confere...
Autoria e outros dados (tags, etc)
Portugal. The Man – Steal My Sunshine vs Novocaine For The Soul
Pouco mais de quatro anos após o lançamento do excelente Woodstock e um do single Who’s Gonna Stop Me, que resultou de uma colaboração estreita com o artista, escritor e comediante “Weird Al” Yankovic e que tinha o propósito claro de celebrar o Indigenous Peoples’ Day, um importante feriado norte-americano que homenageia e enaltece os povos e culturas indígenas do país, os norte americanos Portugal. The Man de John Baldwin Gourley estão de regresso e em dose dupla com duas covers de míticos originais do final do século passado.
Ambas as versões assinadas pelos Portugal. The Man, a do clássico Novocaine For The Soul, dos Eels, prestes a regressar aos discos, e que conta com a participação especial de Sir Chloe e de Steal My Sunshine, um original de mil novecentos e noventa e nove dos canadianos Len, esta com o contributo de Cherry Glazerr, abraçam exemplarmente alguns dos cânones fundamentais daquele indie rock feito de guitarras agrestes acamadas por um baixo vigoroso, com tiques típicos do hip-hop, R&B e eletrónica, uma amálgama vibrante e bastante dançável, feita com criatividade e uma salutar dose de experimentalismo. Confere...
Autoria e outros dados (tags, etc)
Richard Ashcroft – Bittersweet Symphony
Richard Ashcroft, vocalista dos The Verve, acaba de anunciar a edição de um registo intitulado Acoustic Hymns Vol. 1, que irá ver a luz do dia a vinte e nove de outubro, à boleia do consórcio RPA/BMG e que, como o próprio nome indica, terá no seu alinhamento de doze canções, todas elas versões acústicas de alguns dos clássicos assinados pelo músico britânico, quer com os The Verve, quer na sua carreira a solo.
A canção mais icónica que Richard Ashcroft escreveu foi, sem dúvida, Bittersweet Symphony. E a sua reinterpretação não terá sido uma escolha inocente para acompanhar o anúncio deste Acoustic Hymns Vol. 1, que conta com coprodução de Chris Potter e que tem como convidado especial Liam Gallagher, em C’mon People (We’re Making It Now). Aliás, a esmagadora maioria das doze canções do registo centram-se no clássico dos The Verve, Urban Hymns, de mil novecentos e noventa e sete, não havendo mais nenhuma composição dos outros três registos do grupo no disco, que inclui também alguns dos melhores instantes da carreira a solo de Ashcroft.
Na sua reinterpretação acústica deste seu clássico, Richard Ashcroft apostou numa toada mais lenta e tipicamente sinfónica, num resultado final repleto de charme, com diversos arranjos de cordas, o tom grave da sua voz e uma seleção de arranjos de índole classicista a conferirem ao tema uma feliz sensação de magia, amor e esperança, como é apanágio do original. Confere Bittersweet Symphony e a tracklist de Acoustic Hymns Vol. 1...
1. Bittersweet Symphony
2. A Song For The Lovers
3. Sonnet
4. C’mon People (We’re Making It Now) (featuring Liam Gallagher)
5. Weeping Willow
6. Lucky Man
7. This Thing Called Life
8. Space & Time
9. Velvet Morning
10. Break the Night With Colour
11. One Day
12. The Drugs Don’t Work
Autoria e outros dados (tags, etc)
My Morning Jacket - Love Love Love
No próximo dia vinte e dois de outubro irá chegar aos escaparates, à boleia da ATO Records, My Morning Jacket, o próximo trabalho dos My Morning Jacket de Jim James. Este homónimo será o nono álbum do projeto oriundo de Louisville, no Kentucky e que desde mil novecentos e noventa e oito nos delicia com uma mistura eclética de country rock, indie rock, funk e rock psicadélico, um som cheio de reverberações e que potenciam as sempre energéticas e entusiasmantes performances ao vivo do grupo.
Depois de há algumas semanas ter sido divulgado o single Regularly Scheduled Programming, agora chega a vez de Jim James e os seus companheiros nos encharcarem de amor à boleia de Love Love Love, o segundo tema extraído do registo homónimo, uma composição assente num indie rock experimental com forte vibe setentista, potenciado por riffs de guitarras intensos, trespassados por efeitos cósmicos com elevado teor psicadélico e um registo percussivo algo hipnótico. O vídeo da composição, assinado pelo realizador George Mays e com uma animação feita por Mero, segue a filosofia estílistica da canção. Confere...
Autoria e outros dados (tags, etc)
Glass Animals – I Don’t Wanna Talk (I Just Wanna Dance)
Pouco mais de um ano após Dreamland, à altura o terceiro registo de originais, os britânicos Glass Animals, de Dave Bayley, estão de regresso com uma nova canção. Chama-se I Don’t Wanna Talk (I Just Wanna Dance) e pretende ser uma espécie de grito de revolta e de libertação após o período pandémico e o acidente que em dois mil e dezoito quase paralisou o baterista da banda Joe Seaward, atropelado por um camião em Dublin, na Irlanda, enquanto andava de bicicleta, um evento que marcou imenso quer o próprio, quer os seus companheiros, o já referido Dave Bayley, o guitarrista Drew MacFarlane e o baixista Ed Irwin-Singer e que acabou por influenciar de modo intenso o conteúdo de Dreamland.
I Don’t Wanna Talk (I Just Wanna Dance) é, portanto, uma composição vibrante e apelativa, que nos leva numa viagem nostálgica e bastante impressiva até ao universo do melhor discosound oitocentista delicioso, uma canção com um groove muito genuíno, conferido por diversos efeitos flashantes e uma batida charmosa, num resultado final competente e que personifica exemplarmente o natural processo evolutivo de um dos projetos mais inovadores da eletrónica contemporânea.
O tema também já tem direito a um vídeo realizado por Drew Kirsch, que trabalhou com artistas como Taylor Swift, Shakira e John Legend e que capta exemplarmente a essência do poder da dança. Confere...
Autoria e outros dados (tags, etc)
Big Red Machine – How Long Do You Think It’s Gonna Last?
Os mais atentos relativamente ao histórico recente do universo sonoro indie e alternativo recordam-se, certamente, da coletânea de beneficiência Dark Was The Night, lançada em dois mil e nove e cujos fundos revertiam a favor a Red Hot Organization, uma organização internacional dedicada à angariação de receitas e consciencialização para vírus HIV. Do alinhamento dessa coletânea fazia parte uma canção intitulada Big Red Machine, da autoria de Justin Vernon aka Bon Iver e Aaron Dessner, distinto membro dos The National, dois artistas que juntos também já desenvolveram a plataforma PEOPLE, que reúne composições inéditas de mais de oitenta artistas, organizaram festivais (Eaux Claires) e acabaram por incubar um projeto sonoro intitulado exatamente Big Red Machine, que se estreou nos discos com um extraordinário homónimo, em dois mil e dezoito, abrigado pela já referida PEOPLE.
Três anos após essa estreia, a dupla está de regresso com um novo álbum intitulado How Long Do You Think It’s Gonna Last?, que chegou aos escaparates recentemente. São quinze charmosas canções, repletas de convidados especiais, que entregam de mão beijada o melhor do seu adn a construções sonoras geralmente intrincadas, mas acessíveis e repletas de uma vasta míriade de detalhes e efeitos plenos de criatividade, uns de proveniência orgânica, geralmente debitados por cordas e pelo piano, mas também sintética, já que não falta um assinalável arsenal de sintetizadores no catálogo instrumental do registo.
Canções como Phoenix, um tema conduzido por um majestoso piano e que conta com as participações especiais dos Fleet Foxes e da cantora Anäis Mitchell, Mimi, uma composição luminosa e que conta com a participação especial vocal de Ilsey Juber, uma compositora que se notabilizou nos últimos anos por aparecer nos créditos de criações sonoras assinadas por nomes tão proeminentes como Miley Cyrus, Dua Lipa, Beyoncé ou Lykke Li e Renegade, canção que conta com a participação especial de Taylor Swift e que assenta numa espécie de experimentalismo claustrofóbico, que impressiona pelo modo como o registo vocal de Swift trespassa um inspirado riff acústico acamado por uma arquitetura sonora quente e fortemente cinematográfica e imersiva, que suscita no ouvinte uma forte sensação de proximidade e empatia, são notáveis momentos sonoros, impregnados com a melhor intersecção que é possivel econtrar hoje entre folk e eletrónica no cenário indie. Depois, numa vertente mais sintética, The Ghost Of Cincinnati e Latter Days (feat. Anaïs Mitchell), que sobrevivem muito à custa de um cuidado arsenal instrumental, eminentemente eletrónico, mesmo abrindo ao ouvinte portas para climas mais intimistas, nunca colocam em causa o perfil solarengo e sorridente de um disco que, no fundo, assenta a sua filosofia no modo feliz como Dessner e Vernon deram, no procedimento criativo, primazia às cordas acústicas, elemento instrumental de eleição de ambos e núcleo central do processo de condução sonora e melódica de uma álbum esteticamente muito apelativo e sedutor e tremendamente encharcado em charme e elegância.
Engane-se quem achar que a escuta de How Long Do You Think It’s Gonna Last? não obrigará a um exercício exigente de percepção para que todos os seus cantos e esquinas sejam devidamente retratados na nossa mente. Mas, se tal demanda for feita de modo dedicado, podem estar certos que que tal exercício será, de certeza, fortemente revelador e claramente recompensador, até porque tudo o que é melodicamente belo e exemplarmente interpretado no registo, é ampliado pelo claro charme e misticismo que estes dois músicos transportam sempre que se juntam para compôr, algo que trespassa muitas vezes o cenário do que é apenas audível. Espero que aprecies a sugestão...
Autoria e outros dados (tags, etc)
Damien Jurado - Take Your Time
Depois de na passada primavera ter editado o excelente registo The Monster Who Hated Pennsylvania, o norte-americano Damien Jurado está de regresso com um novo tema intitulado Take Your Time, que conta com a participação especial de Josh Gordon e que, não aparecendo em nenhum registo do autor e nem sendo, para já, acompanhado do anúncio de um novo álbum, tem a chancela da Maraqopa Records.
Take Your Time é uma belíssima composição, plena de soul, com a bateria e o piano a trocarem entre si o protagonismo melódico da mesma, enquanto diversos efeitos metálicos percussivos e sintetizações etéreas deambulam pela canção sem aparente norte, num resultado final que justifica, uma vez mais, porque é que este autor atualmente a residir em Los Angeles é um dos nomes fundamentais da folk norte americana. Confere...
Autoria e outros dados (tags, etc)
Dope Lemon – Stingray Pete
Dois anos depois do excelente Smooth Big Cat, Angus Stone, um cantor, compositor e produtor australiano, nascido a vinte e sete de abril do já longínquo ano de mil novecentos e oitenta e seis e que também se tem notabilizado com a sua irmã, formando juntos o duo Angus & Julia Stone, está de regresso, dentro de dias, com um novo disco intitulado Rose Pink Cadillac, bem ainda a tempo de fazer furor e aquecer algumas das mentes mais irrequietas que se preparam para gozar o verão dos antípodas.
Deste Rose Pink Cadillac acaba de ser divulgado Stingray Pete, já depois de termos tido a oportunidade de conferir o tema homónimo, Kids Fallin' In Love e Every Day is A Holiday. A quarta composição do disco e que merece destaque hoje, segue a linha das duas últimas referidas acima, já que aposta num registo sonoro particularmente intimista e recatado. A canção assenta numa bateria com uma indelével toada jazzística, que se cruza com sintetizações cósmicas ondulantes, que se espraiam de modo particularmente solarengo, sustentando um instante melódico de pura subtileza, sensualidade e encantamento. Confere...
Autoria e outros dados (tags, etc)
José González - Local Valley
Mais de meia década após o extraordinário disco Vestiges & Claws, à época o seu terceiro álbum, o sueco José González está de regresso com um novo alinhamento intitulado Local Valley, um cardápio de treze audazes composições, cantadas com poemas escritos em inglês, sueco e espanhol e que marca o regresso do autor e compositor à City Slang, etiqueta com quem já trabalhou no seu projeto Junip, que partilha com Tobias Winterkorn.
Local Valley está obviamente marcado pela situação pandémica que temos todos vivido, mas também é inspirado na felicidade que González tem sentido com a experiência recente no universo da paternidade, com a sua filha Laura, atualmente com quatro anos e com quem conversa diariamente em espanhol, fator também decisivo para uma primeira experiência a cantar nessa língua. El Invento é essa primeira aventura de José González na língua castelhana, a mesma que falam os seus progenitores, naturais da Argentina, um tema inspirado na felicidade que o músico tem sentido com a experiência recente no universo da paternidade, com a sua filha Laura, atualmente com quatro anos e com quem conversa diariamente em espanhol, aborda diretamente essa questyão, uma canção que é um belíssimo tratado de indie folk acústica, de elevado cariz intimista e confessional e que marca muito do ideário conceptual de todo o disco, criado por um artista que já nos deliciou, ao longo da sua carreira, com pérolas como Down the Line, Killing for Love e Hand on Your Heart.
Mas Local Valley não se cinge a uma abordagem íntima a um ambiente familiar que, por estes dias, deve ser certamente ternurento e fascinante, mesmo tendo em conta as normais peripécias da convivência diária com crianças em idade precoce. Visions, outra delicada e emotiva canção, onde não faltam também sons da natureza, dá-nos aquela faceta mais bucólica e ecológica, até, que é já imagem de marca de González, para ampliar ainda mais o cariz realista de um poema sobre a busca de paz de espírito nestes tempos de imensa incerteza. E depois, Head On, um magistral exercício de refinamento acústico delicado e emotivo que, além das cordas, utiliza as palmas como elemento rítmico fundamental, carimba aquele lado mais swingado e urbano que o músico sueco também gosta de abordar, apimentado com um delicioso travo tropical na luminosa Swing.
Local Valley é, talvez, o álbum mais enérgico e diversificado do catálogo de José González, não faltando nele até uma versão, neste caso uma lindíssima roupagem do tema En Stund Pa Jorden (A Moment on Earth) do artista iraniano-sueco Laleh. É o primeiro alinhamento em que o músico utiliza ritmos sintéticos em vez da subtileza orgânica percurssiva dos três registos anteriores, sem deixarem de continuar a existir muitas guitarras, como é obrigatório no seu adn, e o primeiro também cantado em mais do que uma língua. É, em suma, um disco multifuncional, intenso e confessional, que nos escancara a porta para a mente de um dos artistas mais humanos da folk atual. Espero que aprecies a sugestão...