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Modest Mouse – The Golden Casket

Quarta-feira, 28.07.21

Oriundos de Issaquah, nos arredores de Washington, mas estabelecidos em Portland, no Oregon e já com mais de duas décadas de carreira, os Modest Mouse do guitarrista Isaac Brock, do baterista Jeremiah Green e do baixista Eric Judy, uma banda fundamental do indie rock alternativo contemporâneo, já têm nos escaparates o sucessor do já saudoso álbum Strangers To Ourselves, de dois mil e quinze. É um trabalho intituladoThe Golden Casket, tem doze canções e viu a luz do dia no final do passado mês de junho com a chancela da Epic.

Modest Mouse Share New Album The Golden Casket: Stream

Com um início particularmente abrasivo e até garageiro, através da irriquietude de Fuck Your Acid Trip, uma estruturalmente curiosa canção, The Golden Casket é mais um buliçoso compêndio de indie rock de forte cariz experimental, mas também contém a imprescindível tarimba experimentalista a que os Modest Mouse já nos habituaram. De facto, a agulha vira-se logo a seguir para terrenos mais nostálgicos e de travo punk com We Are Between, composição em que o timbre metálico da guitarra nos convida a um cerrar de punhos instintivo, que se transforma num enorme sorriso em The Sun Hasn't Left, uma composição luminosa e otimista, em que os sintetizadores ditam a sua lei, trespassados por uma melodia muito caraterística e em tudo parecida ao som de um xilofone, um modus operandi pouco usal nos Modest Mouse, algo que até se saúda, mas que não deixa de salvaguardar alguns dos melhores detalhes da herança sonora do projeto.

Estamos, pois, na presença de um disco que consegue equlibrar-se neste perigoso limbo entre territórios acessíveis e orelhudos e uma destreza criativa que busca o inédito, um esforço que deve ser elogiado com elevadas loas porque estamos a falar de uma banda com três décadas de carreira e que persiste em acrescentar novas nuances ao seu adn. Aliás, o incrível travo R&B inicial de We're Lucky, que é depois abafado por sopros abrasivos, a crueza instigadora de Walk and Running, a falsa sensação de ligeireza pueril de Wooden Soldiers e o tratado de rock psicadélico que é Transmitting Receiving, são demonstrações supremas desta filosofia estilística de The Golden Casket, um ziguezaguear constante de estilos, atmosferas e estruturas, que nunca coloca em causa o brilhantismo constante que este alinhamento nos vai oferecendo, canção após canção.

Disco intenso, que tem o melhor rock contemporâneo na sua essência, mas que é uma soma de muitos outros estilos, The Golden Casket lida bem com o amadurecimento pessoal e coletivo dos Modest Mouse, servindo de veículo para o grupo ir explanando as suas vivências pessoais atuais e as experiências de vida de cada um numa sociedade em constante mudança, através de uma obra sonora que vai muito além, felizmente, daquela que era a essência dos seus antecessores. Espero que aprecies a sugestão... 

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publicado por stipe07 às 19:33

Molly Burch – Romantic Images

Terça-feira, 27.07.21

Já chegou aos escaparates Romantic Images, com a chancela da Captured Tracks, o quarto disco da carreira de Molly Burch e que sucede ao excelente First Flower de dois mil e dezanove. São nove deliciosas canções que colocam esta cantora e compositora natural de Austin, no Texas, no terreno que se sente mais confortável e que se carateriza por ambientes algo nebulosos e jazzísticos e que não descuram uma leve pitada de R&B, mas que têm como base os cânones fundamentais da melhor indie pop atual.

Molly Burch – Control - man on the moon

Produzido por Alaina Moore e Pat Riley, donos da dupla Tennis e masterizado por Heba Kadry (Bjork, Beach House), Romantic Images é um acréscimo contundente ao cardápio já de si fantástico de Molly Burch. Impecavelmente dotado de charme e tremendamente feminino,  com um clima assumidamente polido e contemporâneo, mas também algo intrigante e instigador, como é norma nesta autora sempre disponível ao questionamento contundente, quer sobre si própria quer sobre aqueles ou aquilo que a incomodam ou atiçam, Romantic Images é um álbum pleno de energia, segurança e sagacidade.

O piano nostálgico de Control, o baixo imponente e os flashes cósmicos de Emotion, canção apuradamente daftpunkiana, mas interpretada a meias com os Wild Nothing, a batida enfática e as sintetizações inebriantes que vagueiam por Game, o clima percurssivo bastante dançável, trespassado por buliçosos efeitos cósmicos, que afaga o portento melódico sedutor, encharcado em romantismo e contemporaneidade, que é Heart Of Gold, a porta que se abre de par em par à intimidade de alguém que só concebe o amor como algo muito próximo da perfeição no tema homónimo e a inspirada batida e o modo como diversos efeitos sintetizados se entrelaçam com uma guitarra plena de soul em New Beginning, são composições que proporcionam ao ouvinte uma experiência auditiva única e que dificilmente o deixará indiferente, caso seja apreciador de ambientes sonoros que não deixam de marcar pelo modo como instigam, mas que sonoramente são brisas amenas que proporcionam uma superior sensação de conforto e romantismo. Espero que aprecies a sugestão...

 

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publicado por stipe07 às 21:54

Big Red Machine - Phoenix (feat. Fleet Foxes & Anäis Mitchell)

Segunda-feira, 26.07.21

Os mais atentos relativamente ao histórico recente do universo sonoro indie e alternativo recordam-se, certamente, da coletânea de beneficiência Dark Was The Night, lançada em dois mil e nove e cujos fundos revertiam a favor a Red Hot Organization, uma organização internacional dedicada à angariação de receitas e consciencialização para vírus HIV. Do alinhamento dessa coletânea fazia parte uma canção intitulada Big Red Machine, da autoria de Justin Vernon aka Bon Iver e Aaron Dessner, distinto membro dos The National, dois artistas que juntos também já desenvolveram a plataforma PEOPLE, que reúne composições inéditas de mais de oitenta artistas, organizaram festivais (Eaux Claires) e acabaram por incubar um projeto sonoro intitulado exatamente Big Red Machine, que se estreou nos discos com um extraordinário homónimo, em dois mil e dezoito, abrigado pela já referida PEOPLE.

Big Red Machine, Fleet Foxes, and Anaïs Mitchell Share New Song “Phoenix”:  Listen | Pitchfork

Três anos após essa estreia, a dupla está de regresso com um novo álbum intitulado How Long Do You Think It’s Gonna Last?, que chegará aos escaparates no vigésimo sétimo dia do próximo mês de agosto. Ultimamente temos dado conta de alguns singles que vão sendo revelados deste registo, sendo hoje a vez de escutarmos Phoenix, tema que conta com as participações especiais dos Fleet Foxes e da cantora Anäis Mitchell, que aparece em outras canções de How Long Do You Think It’s Gonna Last?.

Conduzida por um majestoso piano, Phoenix burila com ainda maior charme a típica monumentalidade espiritual deste projeto Big Red Machine, com vozes, sopros e cordas a acompanharem o tal piano com elegância e a revezarem-se entre si no modo como dão luz e cor à complexa teia relacional melódica que a canção nos oferece, uma excelente composição para construirmos uma soberba imagem de paz e tranquilidade dentro de nós, nestes tempos tão incómodos, mas em que, mais do que nunca, apesar das regras de etiqueta que ditam o distanciamento social, precisamos inquestionavelmente uns dos outros. Confere...

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publicado por stipe07 às 16:08

Coldplay – Coloratura

Sábado, 24.07.21

Os britânicos Coldplay já têm pronto o sucessor de Everyday Life, o registo duplo que a banda de Chris Martin editou em dois mil e dezanove e que deixou um pouco de lado aquela etiqueta de banda de massas da pop e da cultura musical, feita de exuberância sonora e de uma mescla da enorme variedade de estilos que foram bem sucedidos comercialmente na última década, nomeadamente a eletrónica e o rock repleto de sintetizações, para voltarem a colocar na linha da frente aquele lado mais intimista, simples e humano, o modus operandi que talvez melhor potencie todos os atributos estilísticos e interpretativos que o grupo possui.

Coldplay Share New Song "Coloratura": Listen

Music Of The Spheres é o título do novo álbum dos Coldplay, vai ver a luz do dia a quinze de outubro próximo e conta nos créditos da produção com o mago da pop Max Martin. Coloratura, a composição que marca o ocaso do alinhamento, é o tema mais recente retirado daquele que será o nono álbum a carreira dos Coldplay, uma longa canção, com cerca de dez minutos de duração e que tem uma toada particularmente etérea, no início, com deliciosas linhas de piano a acamarem o registo vocal adocicado de Chris Martin.

Por volta dos quatro minutos, a guitarra e a bateria induzem uma maior majestosidade ao tema, dando-lhe uma inédita vibe pop oitocentista, induzida também por arranjos de cordas sublimes, dos quais se destacam as harpas e as guitarras e o modo como se cruzam com o piano que se mantém sempre firme ao longo da canção. Confere...

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publicado por stipe07 às 13:51

Big Scary - Daisy

Sexta-feira, 23.07.21

Os Big Scary são uma dupla australiana sedeada em Melbourne, formada por Tom Iansek e Jo Syme, que se estreou em dois mil e dez com o EP The Big Scary Four Seasons, ao qual se seguiu, no ano seguinte, o longa duração de estreia, intitulado Vacation. Em dois mil e treze viu a luz do dia Not Art, um alinhamento que colocou o hip-hop em plano de destaque na filosofia estilística do grupo e, três anos depois, Animal olhou com gula para ambientes algo teatrais, com o post-rock em cima da mesa como referencial importante no arquétipo sonoro das suas canções.

Big Scary - 'Daisy': Album Review

Este registo Animal viu recentemente sucessor, um disco intitulado Daisy, que contém nove canções e onde é bastante percetível uma simplicidade de processos na fórmula escolhida, mas que é altamente eficaz, respeitando também um cada vez maior ecletismo do adn dos Big Scary. É um registo temática e estilisticamente oposto a Animal, com a situação pandémica atual a ser preponderante nesta alteração de modus operandi.

Acaba, portanto, por ter um naipe de canções mais intimistas relativamente ao antecessor, assentes num arsenal instrumental eminentemente sintético, com a ausência da guitarra a ser uma nuance relevante do álbum, mas que não coloca em causa, diga-se, a bitola qualitativa elevada de um alinhamento que tem no funk arrogante de Get Out!, ampliado por uma potente linha de baixo com fortes reminiscências oitocentistas e no travo arty de Kind Of World  as duas pontas do atual leque estilístico da dupla, num registo em que temas como o amor e a autenticidade em período pandémico e as aspirações pessoais num mundo cada vez mais digital, plasmam-se em letras carregadas de drama e melancolia, aspetos ampliados pela elegância e pela fragilidade característica da voz de Iansek.

Em suma, mais do que um novo acrescento ao cardápio dos Big Scary, Daisy é um upgrade de charme e de reinvenção ao mesmo, um disco revigorante, que faz sentido escutar com devoção nestes tempos conturbados em que vivemos e que, sendo escutado desse modo, endereça ao ouvinte um convite direto ao questionamento pessoal, enquanto desperta a nossa curiosidade relativamente às infinitas possibilidades críticas que a nossa própria vivencia pessoal proporciona, sem muitas vezes nos apercebermos. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 15:28

Scott Orr – Disappear

Quinta-feira, 22.07.21

O canadiano Scott Orr é um dos nomes fundamentais da indie mais melancólica e introspetiva da América do Norte. Depois do excelente registo Worried Mind, um álbum com uma subtileza muito própria e contagiante e que marcou o ano discográfico de dois mil e dezoito, Orr tem-se dedicado a lançar alguns singles avulsos, através da editora independente canadiana Other Songs Music Co., uma etiqueta indie independente de Hamilton no Ontário, terra natal deste extraordinário músico e compositor.

SCOTT ORR - Letras, playlists e vídeos | Shazam

Depois de no final de dois mil evinte ter lançado o tema Do You?, uma lindíssima paisagem sonora assente num minimalismo eletrónico eminentemente etéreo e com uma forte vocação experimental de elevado travo pop, agora, no verão de dois mil e um, o artista canadiano volta à carga com Disappear, uma canção conduzida por um sintetizador bastante subtil, ao qual diferentes nuances percurssivas, teclas e sopros vão sendo adicionados, com uma intimidade muito própria e contagiante. São pouco mais de três minutos onde a toada instrumental se entrelaça com o charme inconfundível da voz do autor, um lançamento disponível gratuitamente ou com a possibilidade de doares um valor pelo mesmo. Confere...

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publicado por stipe07 às 17:20

Manic Street Preachers – The Secret He Had Missed (feat. Julia Cumming)

Quarta-feira, 21.07.21

A forte veia política mantem-se bastante ativa nos galeses Manic Street Preachers, de James Bradfield, uma banda com mais de vinte anos de carreira, mas que continua a surpreender pelo fulgor e pela capacidade de inovar e de reinventar as suas propostas, sem descurar a sua herança e algumas das tendências sonoras atuais que mais agradam aos seus seguidores. Tudo isto está bem patente em Orwellian e The Secret He Had Missed, os singles mais recentes do grupo e primeiros avanços divulgados de The Ultra Vivid Lament, o décimo quarto registo dos Manic Street Preachers, sucessor do aclamado compêndio Ressistance Is Futile, de dois mil e dezoito.

Manic Street Preachers, Tudo Sobre o Novo Álbum "The Ultra Vivid Lament" |  Arte Sonora

The Ultra Vivid Lament chegará aos escaparates no ocaso deste verão, mais concretamente a três de setembro e terá como convidados especiais Mark Lanegan, dos Screaming Trees, e Julia Cumming, dos Sunflower Bean.

The Secret He Had Missed é exatamente o tema que conta com a participação especial de Julia Cumming, uma composição particularmente melancólica, assente numa vertente instrumental frenética e densa mas melodiosa, feliz a cruzar teclas e guitarras elétricas e acústicas e onde Bradfield continua a escrever de modo particularmente reflexivo, neste caso sobre um amor antigo que ficou gravado de modo indelével numa praia algures em França.

O tema tem também já direito a um vídeo bastante cinematográfico, interpretado pela também galesa Aimee-Ffion Edwards e realizado por Kieran Evans, que já assinou diversos vídeos dos Manic Street Preachers. Confere...

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publicado por stipe07 às 15:11

Kurt Vile – Run Run Run (The Velvet Underground cover)

Terça-feira, 20.07.21

Uma das bombas discográficas do próximo outono será certamente l'll Be Your Mirror: A Tribute to The Velvet Underground & Nico, o disco de tributo ao mítico registo The Velvet Underground & Nico, assinado pelos The Velvet Underground em mil novecentos e sessenta e sete. Este alinhamento de homenagem foi idealizado pelo produtor Hal Willner, que faleceu o ano passado com a idade de sessenta e quatro anos, devido a complicações pós-covid, semanas depois de ter assinado um outro alnihamento de tributo, esse aos T. Rex intitulado AngelHeaded Hipster: The Songs Of Marc Bolan And T. Rex.

Kurt Vile and the Violators Cover Velvet Underground's 'Run Run Run' -  Rolling Stone

l'll Be Your Mirror: A Tribute to the Velvet Underground & Nico contará vom as participações especiais de Iggy Pop, Michael Stipe, Matt Berninger, St. Vincent e Thomas Bartlett, Thurston Moore a meias com Bobby Gillespie, Sharon Van Etten com Angel Olsen, Courtney Barnett e Fontaines D.C., entre outros, nomeadamente Kurt Vile e os The Violators, que fizeram uma espetacular nova roupagem para Run Run Run, um dos destaques maiores de The Velvet Underground & Nico.

A versão assinada por Vile mantém a essência psicadélica vincadamente sessentista do original, amplificando a mística sensorial e espiritual da mesma com a efervescente filosofia folk que marca o adn do músico natural de Filadélfia, na Pensilvânia. Confere a versão de Kurt Vile & The Violators para Run Run Run dos The Velvet Underground e a tracklist de l'll Be Your Mirror: A Tribute to the Velvet Underground & Nico...

01 Michael Stipe – “Sunday Morning”
02 Matt Berninger – “I’m Waiting For The Man”
03 Sharon Van Etten – “Femme Fatale” (Feat. Angel Olsen)
04 Andrew Bird & Lucius – “Venus In Furs”
05 Kurt Vile & The Violators – “Run Run Run”
06 St. Vincent & Thomas Bartlett – “All Tomorrow’s Parties”
07 Thurston Moore – “Heroin” (Feat. Bobby Gillespie)
08 King Princess – “There She Goes Again”
09 Courtney Barnett – “I’ll Be Your Mirror”
10 Fontaines D.C. – “The Black Angel’s Death Song”
11 Iggy Pop & Matt Sweeney – “European Son”

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publicado por stipe07 às 14:23

Wavves – Hideaway

Segunda-feira, 19.07.21

Os californianos Wavves de Nathan Williams, uma das novas grandes apostas da Fat Possum Records, estão de regresso com Hideaway, o sétimo álbum deste grupo com praticamente década e meia de estrada e que, atingindo este marco temporal importante para bandas contemporâneas, angaria já uma certa maturidade em torno de si.

Wavves – 'Hideaway' review: their most original and varied work yet

Produzido por Dave Sitek, baterista e figura talismã responsável pelo sucesso dos TV On The Radio, mas também produtor de nomes como os Yeah Yeah Yeahs ou os Foals, Hideaway oferece-nos um animado alinhamento com um irrepreensível travo noventista, em que surf punk e garage rock se confundem, sem apelo nem agravo, com astúcia e luminosidade, atingindo no âmago o habitual adn dos Wavves, mas conferindo-lhe uma maior bitola qualitativa relativamente à componente melódica, demonstrando, desse modo, que Nathan Williams tem sabido, ao longo do tempo, aprimorar as suas qualidades interpretativas, sem se deixar contagiar por uma vertente mais pop e comercial, que é sempre tentadora para quem, abrindo o olhar para outros horizontes, acaba por ceder à radiofonia e à ditadura implacável do mercado.

De facto, as constantes mudanças ritmícas de Thru Hell, um majestoso exercício de surf rock, a virtuosidade estrutural do tema homónimo, a riqueza dos arranjos que definem a sagacidade de Help Is On The Way, a luminosidade singela de Honeycomb, mas que também tem têmpora, a heterogeneidade das cordas que cirandam por Sinking Feeling, tema que aborda a temática da depressão, ou o country-rock de The Blame, são exemplos quecomprovam a elevada riqueza melódica de um disco que olha para o modo como as canções podem seguir o seu rumo abarcando diversos espetros, não apenas através do modo como a bateria ou o baixo as acamam e as fazem pulsar, mas, principalmente, na maneira como as guitarras tomam as rédeas das mesmas, sem receio e com elevada personalidade.

Álbum com um curioso travo intemporal e eclético, Hideaway não deixa de transmitir sensações e ideias tipicamente juvenis, mas fá-lo com critério e bom gosto, explorando o vasto leque de possibilidades que o punk rock oferece a quem se predispõe, como é o caso, a não colocar entraves e limites na sua exploração. E quando tal acontece, o resultado final só pode ser um atestado de uma cada vez maior abrangência e ecletismo de uns Wavves que sempre tiveram fortes ligações ao universo punk, mas que têm piscado os olhos cada vez mais aquele rock que abre os braços a toda e qualquer possibilidade que possa surgir quando em estúdio não há conceitos estilisticos rigidamente balizados. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 13:40

Malaboos - Nada Cénico

Domingo, 18.07.21

Projeto com cinco anos de existência, os Malaboos são formados por Diogo Silva (Guitarra e Voz), Ivo Correia (Bateria, Voz e Sintetizador) e Rui Jorge (Baixo), um trio que é fruto de um entendimento musical e uma ligação pessoal muito vincada. Inauguraram o cardápio com dois EPs, Plântula e Matuta, trabalhos que permitiram ao grupo partilhar cartaz e palcos variados com artistas de renome e ganhar uma já apreciável reputação no universo indie nacional.

Malaboos antecipa novo disco “Nada Cénico” com videoclip – ineews the best  news

Depois desta auspiciosa estreia, rapidamente o grupo percebeu que dois mil e vinte e um era o momento certo de avançar para o passo seguinte, o disco de estreia. Chama-se Nada Cénico, viu a luz do dia no final do passado mês de maio e logo no punk rock majestoso e eloquente de Cavaco o ouvinte mais perspicaz percebe que tem nas mãos um registo que explora a simbiose entre a dureza, crueza e robustez do Rock Avant-Garde com a delicadeza e experimentalismo do Art-Rock,.

De facto, o press release de divulgação prometia que Nada Cénico iria conter uma fusão de belos riffs, com pesados e marcados beats de bateria. E a verdade é que neste disco somos constantemente esmurrados, no bom sentido da palavra, por uma inteligente crueza, trespassada por uma filosofia experimentalista muito alicerçada num modus operandi tipicamente jam,. Nele, e cintuando a citar o press release porque faz uma análise assertiva do conteúdo e desarma qualquer crítico mais experimentado, as constastes oscilações de dinâmicas e mudanças abruptas de tempo estabelecem o limbo entre a calma e o caos, sentimentos que causam um agradável massacre psicológicoQuando não há nada, encontra-se sempre mais do que se estaria à espera. Entre paisagens desprovidas de sentimento mas providas de textura, encontra-se o nosso refúgio. A filosofia destrutiva e pessimista da interpretação (escute-se Tudônada) é camuflada com entoações e melodias cantantes tornando assim este álbum num exercício enfático de  enaltecimento e ampliação do que é humano, desde os sentimentos mais banais até aos mais invulgares, tornando-se assim um lugar seguro para a libertação de emoções e da viagem conjunta pela solidão constante presente em nósEste álbum é uma tela em branco, fica ao encargo do espectador delinear o seu próprio percurso durante esta viagem atribulada, entre paisagens verdejantes, ao encanto do mar até ao fundo de um escuro poço. Tudo é possível, tudo é válido, tudo e nada coexiste no mesmo universo auditivo, criando assim a possibilidade de uma mancha abstrata no nosso mundo utópico. Espero que aprecies a sugestão...

YouTube https://www.youtube.com/c/MALABOOS/featured
Spotify https://open.spotify.com/artist/0Jb1nrRjiY3JwRk2esf2ew?si=_gy7ACzHSsSvFKFh3vfXWA
Bandcamp Music | Malaboos (bandcamp.com)
Instagram https://www.instagram.com/malaboosmalaboos/
Facebook 
https://www.facebook.com/Malaboos.oficial/

 

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publicado por stipe07 às 21:04


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