man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
The Polyphonic Spree – Afflatus
Os texanos The Polyphonic Spree não são uma banda no sentido mais restrito do termo. São liderados por Tim Delaughter, antigo vocalista dos extintos Tripping Daisy, mas são, de facto, uma instituição, já que têm uma constituição inconstante, que consiste geralmente de uma secção coral com dez pessoas, uma dupla de teclistas, um percussionista, um baterista, um baixista, um guitarrista, um flautista, um trompetista, um trombonista, um violinista, um harpista, um trompetista, um tocador de pedal steel e um técnico de efeitos eletrónicos.
Já tem sete anos Psychphonic, o último disco dos The Polyphonic Spree, que têm gravitado em torno de diferentes conceitos sonoros e diversas esferas musicais e em cada novo disco reinventam-se e quase que se transformam num novo projeto. Independentemente da fórmula, é sempre habitual nos seus trabalhos oferecerem ao ouvinte verdadeiras orgias lisérgicas de sons e ruídos etéreos ou orquestrais e que os orientam muitas vezes, e a nós também, em simultâneo, para direções aparentemente opostas, geralmente da indie pop etérea e psicadélica, ao rock experimental.
O ano passado o grupo editou um EP intitulado We Hope It Finds You Well, na sua página bandcamp, que continha um alinhamento de versões de temas selecionados por Delaughter. Agora, além do anúncio de um novo disco dos The Polyphonic Spree para o próximo outono, chega-nos ao ouvido Afflatus, mais uma coleção de covers, que inclui também as que faziam parte do alinhamento desse We Hope It Finds You Well. O registo inclui revisitações de originais dos The Rolling Stones, The Bee Gees, Daniel Johnston, ABBA, Rush, The Monkees, Barry Manilow, INXS e muitos outros.
Afflatus não defrauda a essência dos originais que lhe servem de base, mas este extraordinário registo é mais uma prova da abrangência anteriormente descrita que os The Polyphonic Spree transportam no seu adn e solidifica a habitual estratégia da banda de construir alinhamentos de vários temas que funcionem como uma espécie de tratado de natureza hermética, onde esse bloco de composições não é mais do partes de uma só canção de enormes proporções, num resultado final que ilustra na perfeição o cariz poético de um grupo ao mesmo tempo próximo e distante da nossa realidade e sempre capaz de atrair quem se predispõe a tentar entendê-los para cenários complexos, mas repletos de sensações únicas que só eles conseguem transmitir. Espero que aprecies a sugestão...