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Baio – Dead Hand Control

Segunda-feira, 08.02.21

Foi à boleia da conceituada Glassnote que viu a luz do dia Dead Hand Control, o terceiro disco do catálogo de Chris Baio, baixista dos Vampire Weekend, mas que também tem apostado com inegável sucesso numa carreira a solo que navega com astúcia nas águas quentes de um indie rock sonorizado através de inspiradas e felizes interseções entre cordas imponentes e uma componente sintética geralmente bem vincada e onde os sintetizadores são reis. Este abraço é rematado por uma secção rítmica fluída, sendo estas as bases fundamentais num dos discos mais interessantes e apelativos deste arranque de dois mil e vinte e um.

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Gravado entre o 13 Studios em Londres, propriedade de Damon Albarn e o C+C Music Factory em Los Angeles, estúdio que fundou com o companheiro de banda Chris Tomson, Dead Hand Control é um descarado convite ao positivismo e à boa disposição, ingerdientes que todos precisamos como de pão para a boca neste período pandémico particularmente difícil. O tema homónimo do registo capta a sua essência e esclarece o ouvinte com notável requinte acerca do que o espera nos minutos seguintes, num portento de epicidade folk que faz juz a um dos ambientes sonoros prediletos de Baio, aquele que coloca as cordas bem no centro da ação. Depois, Endless Me, Endlessly, fecha o círculo ao olhar de modo guloso e anguloso para a pop sintetizada oitocentista, movida a néons e plumas, mas que também não descura um olhar em frente, ao abarcar detalhes e arranjos que definem muita da melhor eletrónica que se vai escutando atualmente.

A partir daí, são vários os exemplos do disco que refletem este cenário multicolorido e abrangente. Um dos mais inspirados é Take It From Me, composição em que um groove funk contagiante e sintetizações repletas de luminosidade nos transportam intuitivamente para a melhor herança que o mítico David Byrne imprimiu no catálogo mais inspirado da pop contemporânea. Depois merece também audição dedicada Caisse Noire, composição que impressiona não só pelo baixo pulsante, mas, principalmente, pelo efeito agudo sintetizado que deambula em redor dele e pelo modo como evoluem os restantes arranjos percussivos, num resultado final eloquente, algo etéreo e contemplativo e de elevada amplitude e luminosidade.

Todos estes ingredientes acabam por se repetir noutras canções, resultando num disco que faz uma espécie de mescla entre aquele rock contemporâneo que não precisa de rasgar para se impôr e o melhor retro e vintage que a pop contém na sua herança identitária e que teve a penúltima década do século passado como período mais feliz. O modo como o repetitivo refrão da lo fi Never Never Never abraça o céu e a terra sem se perceber onde termina e acaba essa copúla, ou o modo luxuriante como o baixo e o sintetizador se unem ao tom grave da voz em What Do You Say When I’m Not There?, aprofundam ainda mais a filosofia estilística deste Dead Head Control, um registo que induz no catálogo de Baio novas e inéditas matrizes, precisando por parte deste a sua singular definição da pop que, juntando rock e eletrónica, não renega o rico passado que o músico cresceu a ouvir, mas que em vez de manter em campos estanques, prefere conjugar, não como se fossem água e azeite, mas antes leite e café que, na dose certa, podem tocar-se, envolver-se, dissolver-se e emocionar-nos sem haver fronteiras claras, nessa simbiose, relativamente a cada um dos dois territórios referidos. Espero que aprecies a sugestão...

Baio - Dead Hand Control

01. Dead Hand Control
02. Endless Me, Endlessly
03. What Do You Say When I’m Not There?
04. Dead Hand
05. Take It From Me
06. Caisse Noir
07. Never Never Never
08. O.M.W.

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publicado por stipe07 às 15:10






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