man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Born Ruffians - Squeeze
Os Born Ruffians de Luke Lalonde, Mitch DeRosier e Steve Hamelin provam estar no momento maior de forma de uma já irrepreensível e astuta carreira de quinze anos, uma evidência que ficou bem assente nas nove canções de Juice, o sexto e novo disco deste projeto canadiano e que chegou aos escaparates na passada primavera. Este momento de elevada criatividade acaba de ser reforçado com o anúncio surpreendente de um novo álbum dos Born Ruffians intitulado Squeeze, escrito e composto durante o período de confinamento e que acaba por ser uma espécie de segundo tomo de um olhar fortemente crítico à nossa contemporaneidade.
A filosofia de Squeeze terá sido mesmo a de, conforme indica o título, espremer ao máximo o conceito intepretativo e o modus operandi que conduziram o processo de criação do antecessor Juice, mas dando mais importância à vertente instrumental, do que propriamente à diomensão lírica. Aliás, a voz de Lalonde é utilizada em algumas composições como um recurso eminentemente instrumental, no que concerne aos sons que debita. Por exemplo, em Rainbow Superfriends é notória essa permissa vocal, neste caso num espetro algo humorístico, o modo como o cantor versa sobre e fama e a amizade, mas os efeitos vocais presentes em Leaning on You, que contribuem para o acerto melódico da canção, também atestam a teoria.
Seja como for, e um pouco à semelhança do que sucedeu com Juice, o ouvinte é anestesiado com um indie rock vibrante, afoito e jovial, muito também devido ao excelente trabalho de produção de Graham Walsh, que, mais uma vez, foi fundamental para o eclodir de um som polido e confiante e com fortes reminiscências no período mais aúreo daquele experimentalismo setentista que tanto dava enorme ênfase ao vigor das cordas, como à opção por arsenais instrumentais de proveniências menos orgânicas.
Temas como 30th Century War, uma ritmada e divertida canção, assente em exuberantes cordas, das quais sobressai o timbre metálico reluzente da viola e um riff de guitarra efusiante, a epicidade funk de Noodle Soup, a subtileza melódica de Sentimental Saddle e a intimista e reflexiva Albatross, uma composição de elevado travo Radioheadiano, que vale pela delicadeza dos seus arranjos, principalmente os que são assegurados pelos teclados, por uma secção de sopros que vai ganhando imponência e brilho à medida que o tema progride e, de um modo geral, pelo seu elevado cariz emocional, assumem o nobre papel de fiéis sustentáculos de uma permissa revivalista plena de atitude e firmeza, num disco pleno de consistência corrosiva e atualidade. Espero que aprecies a sugestão...
01. Sentimental Saddle
02. 30th Century War
03. Waylaid (Feat. Hannah Georgas)
04. Rainbow Superfriends
05. Sinking Ships
06. Death Bed
07. Leaning On You
08. Noodle Soup
09. Albatross
10. Waylaid (Feat. Hannah Georgas) (Edit)