man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Sufjan Stevens - America
Desde o longínquo registo Carrie & Lowell , lançado em dois mil e quinze que o norte-americano Sufjan Stevens não lança um registo a solo. No entanto, o músico natural de Chicago não tem deixado de estar ativo, não só através da participação em outros projetos paralelos, com especial realce para o seu contributo fundamental no álbum Planetarium (2017), onde assinou os créditos com Bryce Dessner, Nico Muhly e James McAlister, mas também com a edição de alguns singles, a homenagem a patinadora Tonya Harding no tema com o mesmo nome, lançado no final de dois mil e dezassete e, o ano passado, em junho, mês que comemora o Orgulho LGTBQ, Sufjan Stevens ofereceu-nos, à boleia da Asthamatic Kitty, um EP com dois inéditos, Love Yourself e With My Whole Heart, duas assumidas canções de amor cuja parte das receitas obtidas foram oferecidas às organizações Ali Forney Center em Harlem, Nova Iorque e o Ruth Ells Center, em Detroit, no Michigan, que apoiam, respetivamente, a comunidade LGBTQ e crianças sem lar norte-americanas.
Agora, em dois mil e vinte, parece certo um novo disco de Sufjan Stevens, um trabalho intitulado The Ascension, do qual acaba de ser retirado o épico single America, uma jornada eletrónica climática e intimsta, mas também algo inquietante, feita de um psicadelismo eminentemente experimental, assente numa vasta miríade de efeitos, distorções de guitarra, interseções e arranjos que adornam uma composição bem à medida da imensidão e do silêncio que carateriza o vazio cósmico a que o músico de Chicago nos tem habituado ultimamente.
Liricamente, America são doze minutos de retórica reflexiva, mais ou menos racional e consciente, assente em várias menções alegóricas e até biblícas transpostas para o estado atual do seu país de origem, uma América que, como o próprio já referiu recentemente, o envergonha particuarmente (I’m ashamed to admit I no longer believe). Sufjan fala de uma América a correr vertiginosamente rumo ao apocalipse e de como essa constatação o atormenta e aflige particularmente (don’t do to me what you did to America ). Confere...