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EOB – Earth

Quarta-feira, 13.05.20

Um importante marco discográfico de dois mil e vinte é, certamente, o disco de estreia da carreira a solo de Ed O'Brien, guitarrista dos Radiohead. Earth é o feliz nome desse trabalho e tem nos créditos Flood, como responsável pela produção, o experiente Alan Moulder na mistura e o baixista Colin Greenwood, também membro dos Radiohead, como destacado convidado, além de Laura Marling, Adrian Utley (Portishead), Nathan East, Glenn Kotche (Wilco), Omar Hakim, Adam “Cecil” Bartlett, David Okumu e Richie Kennedy, entre outros.

EOB – 'Earth' review: Radiohead guitarist Ed O'Brien proves ...

Disco fortemente marcado pelo período em que Ed O'Brien viveu no Barsil no início da década passada com a sua família, Earth é um álbum de homenagem, mas também de alerta. Pretende, antes de mais e primeiro que tudo, agradecer a esta bola azul que tantas vezes maltratamos, o facto de ter acolhido a nossa espécie, mas também, e de um modo bastante impressivo, chamar a atenção de todos nós para o modo agressivo como estamos a cuidar deste lar que é de todos, mas que, tantas vezes, parece ser de tão poucos. Canções como Banksters, a composição mais parecida com o catálogo mais recente da banda de origem dos Radiohead e onde se estranha apenas a ausência vocal de Thom Yorke, Shangri-La, um delicioso portento percurssivo que progride e oscila entre o orgânico e o sintético com inquestionável inquietude, a acusticidade climática do tratado pop que define Deep Days e, no mesmo hemisfério sonoro, mas de modo ainda mais íntimo, a soturna Long Time Coming, são canções criadas com o firme propósito de nos fazer contemplar as maravilhas do nosso planeta e consciencializar-nos para a necessidade de o tratarmos com amor e devoção

Santa Teresa, nome de um bairro dos arredores do Rio de Janeiro, oferece a faceta política de Earth,  uma composição de cariz eminentemente ambiental, assente em diversos fragmentos samplados, agregados em redor de um fluído de elevado travo orgânico e que nos faz sentir que estamos no local que serviu de inspiração à composição. Já Brasil, uma extensa canção que progride de uma eletrónica ambiental de pendor vincadamente acústico para um espetro rock amplificado pelo vigoroso baixo de Greenwood e pelo excelente trabalho percurssivo de Omar Hakim, é um espelho dos tempos em que vivemos e do modo intrigante e, de certo modo, confrangedor como a liderança desse país tem olhado para as riquezas em que vive e tudo aquilo que de prejudicial tem provocado nele.

Brasil, país assolado por diversas catástrofes naturais nos últimos tempos, com especial destaque para os fogos extensos que ocorreram recentemente na Amazónia e o descontrole pandémico provocado pelo Civd-19, acaba por ser um espelho fiel desse modo desregulado como tratamos a nossa casa. Entre o rock, a eletrónica, a soul e a chillwave, em Earth O'Brien quer colocar novamente os holofotes no centro desse flagelo, mas também procurar dar uma perspetiva otimista e mais poética de todo este enredo, acreditando que ainda é possível que a espécie humana se una no objetivo comum de não deixar que a sua casa se deteriore irreversivelmente. Espero que aprecies a sugestão...

EOB - Earth

01. Shangri-La
02. Brasil
03. Deep Days
04. Long Time Coming
05. Mass
06. Banksters
07. Sail On
08. Olympik
09. Cloak Of The Night (Feat. Laura Marling)

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publicado por stipe07 às 12:04






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