man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Elephant Stone - Hollow
Os canadianos Elephant Stone são uma banda de Montreal, no Canadá, liderada por Rishi Dhir, baixista e um dos tocadores de cítara mais importantes do cenário musical psicadélico atual. Andam por cá desde dois mil e nove e nesse ano editaram The Seven Seas, o disco de estreia. Logo aí, deram início à busca, quase obsessiva, pela canção pop perfeita. O seu conteúdo acabou por chamar a atenção da crítica e o álbum foi nomeado para os Polaris Music Prize desse ano. A seguir surgiu mais um EP, The Glass Box EP, num período em que Dhir também andou na digressão de dois mil e onze dos The Brian Jonestown Massacre. Depois, no início de dois mil e treze, chega o segundo álbum, um homónimo lançado pela Hidden Pony Records, quase três anos, em dois mil e dezasseis, vê a luz dia Ship Of Fools e agora, no dealbar de dois mil e vinte, chega aos escaparates Hollow, o novo registo de originais deste grupo que se destaca por uma tonalidade psicadélica única e pouco vulgar no modo como se cruza com alguns dos melhores detalhes do indie rock.
Hollow, o sexto disco dos Elephant Stone, é, antes de mais, um assumir preciso das verdadeiras motivações de Dhir relativamente ao projeto, já que ele é o cérebro dominante na conceção deste trabalho. De facto, nunca um disco dos Elephant Stone dependeu tanto da criatividade e da criação do mentor de um projeto inspirado na música dos Stone Roses com o mesmo nome e numa estátua do deus hindu Ganesh que o próprio Rishi Dhir possui e que o leva a referi que a sua banda tem uma sonoridade hindie rock
Olhando então para o disco, Hollow é um álbum ambicioso e distópico, um compêndio que olha com gula para o universo sci-fi e que, segundo Dhir, é fortemente inspirado nos The Who e no White Album dos Beatles, bandas e registos que, segundo o músico, criavam canções para pessoas infelizes que procuravam encontrar uma saída nas canções, o significado da vida e algo em que acreditar ... ou nada em que acreditar. Assim, Dhir, com isso em mente, começou a escrever um conjunto de canções que relata um mundo de almas infelizes que perderam a conexão entre si, uma história contada pela alquimia psíquica dos Elephant Stone e que ocorre imediatamente após a destruição catastrófica da Terra pela humanidade e o que acontece quando a mesma elite responsável pelo desastre climático que destruiu o mundo aterrou na Nova Terra, um planeta recém-descoberto vendido com a mesma vida de prosperidade que o que eles acabaram de destruir. Assim que os poucos escolhidos abandonam a nave Harmonia e começam a colonizar o novo planeta, fica claro que a humanidade parece destinada a cometer os mesmos erros, replicando-os no novo lar.
Tendo esta trama como pano de fundo, Hollow dá vida e cor a esta sequência de eventos, à boleia de uma sequência de canções abastecidas por guitarras planantes e faustosas, repletas de efeitos em eco, teclados cósmicos, riffs empolgantes e distorções inebriantes, que criam melodia incisivas, com um elevado grau de epicidade e esplendor e que replicam com ímpar contemporaneidade a melhor herança do rock progressivo e do shoegaze setentista, sempre com um indesmentível travo pop, detalhe bem patente logo em Hollow World. Depois, a cítara que vagueira pela etérea Harmonia e que introduz a rugosa e impulsiva Land Of Dead, a luminosidade do timbre metálico das cordas que conduzem We Cry For Harmonia e a tal quase tão desejada perfeição pop que exala dos tambores e dos teclados de I See You, são nuances que neste Hollow conferem o habitual grau de exotismo dos Elephant Stone, que criaram mais um verdadeiro maná de revivalismo psicadélico. Espero que aprecies a sugestão...
01. Hollow World
02. Darker Time, Darker Space
03. The Court and Jury
04. Land Of Dead
05. Keep The Light Alive
06. We Cry For Harmonia
07. Harmonia
08. I See You
09. The Clampdown
10. Fox On The Run
11. House On Fire
12. A Way Home