man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Tellavision - Add Land
Já viu a luz do dia Add Land, à boleia da Bureau B, o mais recente tomo discográfico do projeto artístico Tellavision, já com uma década de carreira, assente em três álbuns e dois EPs, sempre em busca de excitantes aventuras sónicas, abstrações musicais que têm a sua raíz na génese do chamado krautrock e onde o ruído não é algo supérfluo ou incómodo, mas usado com um propósito bem definido de servir como mais um veículo de transmissão de emoções e sensações que se pretendem o mais físicas e orgânicas possível, dentro daquilo que a música, enquanto manifestação artística por excelência, consegue provocar no âmago de cada um de nós. E de facto, nestas treze canções que constituem o alinhamento de Add Land, produzidas pela própria Tellavision e por Thies Mynther, uma das metades da dupla Phantom / Ghost, não faltam instantes que arrebatam e concentram a atenção, mesmo no ouvinte mais desatento ou desprevenido.
Começa-se a ouvir os flashes sintetizados do tema homónimo do disco e somos logo dominados por campos magnéticos que estalam ao longo de uma batida pontiaguda, enquanto um pulso lento e levemente errático agita-se por baixo da voz de Tellavision à medida que ela canta, evocando os medos que nos paralisam, mas também aqueles que nos inspiram. E logo nesse tema percebe-se outro ás de trunfo deste projeto, o registo vocal da protagonista, sempre vibrante e tremendamente empático. Depois, no minimalismo da batida misteriosa de Salty Man, no travo maquinal de Hat Makers e no groove dançante da buliçosa bateria que conduz Purple View, estamos lançados e ficamos ainda mais esclarecidos acerca dos elevados níveis de complexidade e virtuosismo que estiveram na génese da concepção de um registo, em que máquinas e sons eletrónicos coabitam pacificamente e com superior simbiose com aquela instrumentação mais tradicional e orgânica e que costuma balizar as trevas mestras do indie rock.
Disco merecedor de contemplação cuidada e dedicada, aberto, confiante e otimista, apesar de muito balizado pela noção de medo, como de certo modo já referi, mas com o foco deste sentimento muito virado para o amor que nos permite superar os nossos medos, nomeadamente o nosso amor pelo outro e por nós próprios, Add Land oferece um novo grau de firmeza qualitativa a um projeto ímpar no panorama sonoro e artístico alternativo europeu. Espero que aprecies a sugestão...