man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
I Was A King – Slow Century
Já viu a luz do dia, à boleia da Coastal Town Recordings, Slow Century, o novo registo de originais dos noruegueses I Was A King, um coletivo formado por Frode Strømstad, Anne Lise Frøkedal, Ole Reidar Gudmestad e Arne Kjelsrud Mathisen e oriundo de Egersund, nos arredores de Oslo. Liderados pelos dois primeiros, Frode Strømstad e Anne Lise Frøkedal, e a compôr belíssimas canções pop há já mais de uma década, os I Was A King já têm cinco discos em carteira e uma enorme reputação não só no circuito local, mas também no panorama indie nórdico e britânico, inclusive e este novo disco do grupo veio acentuar ainda mais a boa impressão da crítica e de uma já vasta legião de seguidores relativamente ao seu percurso musical.
Os I Was A King admitem ter como principal bitola a pop dos anos sessenta e setenta, mas também abordagens mais contemporâneas deste amplo género musical. Nomes como os The Byrds, Big Star, Robyn Hitchcock, Teenage Fanclub, The Beatles, Incredible Stringband, Guided By Voices, Olivia Tremor Control e Neil Young, entre outros, são declaradas influências. Por isso, sem escutarmos Slow Century, um disco produzido por uma das suas infuências, Norman Blake, dos Teenage Fanclub, quase que conseguimos antecipar o seu conteúdo sonoro e a respetiva base melódica, sabendo de antemão todo este manancial rico e eclético de referências. E de facto, o que se escuta neste alinhamento de doze canções, divididas em cerca de meia hora e que começam logo a impressionar com a ímpar luminosidade da guitarra que conduz Clouds, confirma essas suspeitas que poderiam ter sido formuladas à priri, de estarmos na presença de canções perfeitas para os apreciadores da típica sonoridade pop, feita de imensas cordas, às vezes distorcidas, mas sempre muito melódicas, vozes concisas, límpidas e bem audíveis, cheias de mudanças no tom e, finalmente, uma excelente escrita, daquela que denota um apreciável sentido crítico e uma enorme sensibilidade.
Havendo em Slow Century aquela saudável linearidade, que faz com que o disco seja ouvido de uma vez só sem quase se notar, há, no entanto, canções que de destacam e que denotam sentido criativo e uma vontade expressa de procurar diferentes ritmos e abrodagens instrumentais, nomeadamente com recurso à percurssão, sem fugir à sonoridade padrão adotada. Assim, além da já descrita Clouds, no single Bubble é possível contemplar uma subtil mistura entre sintetizações inebriantes e uma abordagem clássica, mas sempre eficaz às guitarras, num resultado final particularmente efusivo e luminoso. Por outro lado, se o tema homónimo oferece-nos um instante um pouco mais lisérgico e contemplativo, mas igualmente recompensador, já Folksong, mantendo essa abordagem mais intimista, comprova que este grupo também se movimenta com à vontade por climas mais acústicos e orgânicos.
Slow Century é um bom disco de indie pop da mais pura estirpe nórdica, ouve-se em qualquer altura do ano, tem belíssimas canções, está cheio de potenciais singles e prova que, quando os intérpretes têm qualidade, escrever e compôr boa música não é uma ciência particularmente inacessível. Espero que aprecies a sugestão...
01. Clouds
02. Bubble
03. Shake
04. Tiny Dots
05. Hatchet
06. Tanker
07. Slow Century
08. No Way Out
09. Folksong
10. Egersound
11. Run
12. Lighthouse