man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Ten Fé – Future Perfect, Present Tense
Já viu a luz do dia, à boleia do consórcio Some Kinda Love/PIAS, Future Tense, Present Tense, o novo registo dos londrinos Ten Fé, um alinhamento de onze canções que sucede ao aclamado disco de estreia, Hit The Light, lançado o ano passado. Future Tense, Present Tense foi produzido por Luke Smith (Foals, Depeche Mode) e misturado por Craig Silvey (Arcade Fire, Florence & The Machine).
Hit the Light foi uma das lufadas de ar fresco que o panorama indie britânico sentiu há cerca de dois anos e colocou logo esta banda sob o olhar clínico de grande parte da crítica especializada e de uma já considerável legião de fãs que aguardavam com expetativa o sucessor. E o primeiro elogio que se deve desde já fazer a Future Tense, Present Tense é o modo como abarca composições grandiosas e crescentes, mas também instantes sonoros intimistas e melancólicos, com a grande novidade desta vez a ser um mais efusivo piscar de olhos à pop de cariz mais sintético e retro que fez escola na década de oitenta do século passado, como se confere logo no soft rock do single Won’t Happen, uma nuance que não é nova no grupo, mas que se mostra mais apurada e capaz de agradar a um espetro ainda mais alargado de ouvintes.
Para que a audição deste disco seja usufruida em pleno é preciso que o ouvinte tenha a noção que a ideia de tempo é transversal a praticamente todo o registo. A canção que melhor plasma essas noções temporais é o single No Night Lasts Forever, canção que se debruça sobre o tempo que demora para chegar a algo, o tempo que nunca voltará e o tempo que ainda está para vir. Esta composição com uma sonoridade assente numa onda sintética particularmente expansiva e luminosa, é um tratado pop inspirado e rico que, quer na luminosidade da acusticidade inicial das cordas, quer na emotividade da sua escrita, reforça a tal presença na filosofia interpretativa atual dos Ten Fé e a predisposição para oferecerem ao ouvinte uma paleta de sons o mais inédita, urbana e contemporânea possível, fazendo-o com o tal espectro mais virado para a electrónica e para o synthpop, os estilos que atualmente mais seduzem e melhor conseguem captar a alma deste grupo londrino. O impressionismo percurssivo de Coasting, o travo setentista de Echo Park e o piano que conduz To Lie Here Is Enough, são outros focos de vitalidade, astúcia e de uma declarada intencionalidade pop de um álbum que passa com distinção no sempre difícil teste do segundo disco. Espero que aprecies a sugestão...
01. Won’t Happen
02. Isn’t Ever A Day
03. No Night Lasts Forever
04. Coasting
05. Echo Park
06. Caught On The Inside
07. To Lie Here Is Enough
08. Here Again
09. Not Tonight
10. Can’t Take You With Me
11. Superrich