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Steve Mason - About The Light 

Quinta-feira, 31.01.19

O escocês Steve Mason esteve recentemente ocupado com a reedição em vinil do catálogo dos seus Beta Band, mas está novamente focado na sua carreira a solo, à boleia de About The Light, o quarto registo de originais do seu cardápio. Gravado em vários estúdios de Londres e Brighton, com a ajuda do mítico Stephen Street, que trabalhou com os Blur e os The Smiths, About The Light viu a luz do dia a dezoito de janeiro último e sucede aos aclamados trabalhos Boys Outside (2010), Monkey Minds In The Devil’s Time (2013) e o antecessor Meet The Humans (2016).

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Steve Mason parece estar destinado a tornar-se numa figura de culto do cenário indie britânico. Tal como muitos parceiros de luta muitas vezes catalogados de egocêntricos, foi-lhe diagnosticado em tempos um síndrome de distúrbio mental, que tem tentado contrariar desde o surpreendente registo Boys Outside, de dois mil e dez. Nesse álbum Mason fez uma espécie de mea culpa acerca da necessidade que foi sentido, ao longo da sua vida, de vestir uma determinada capa perante o grande público e nele, além de debruçar-se, com particular clarividência, sobre essa questão em concreto, também o faz, imagine-se, sobre a realidade política dessa época, no fundo uma estratégia igual a tantas outras, mas eficaz, de aproximação ao público e de quebrar barreiras. O passo seguinte deste exercício de exorcização e de busca de uma normalidade quotidiana deu-se há dois anos, durante o processo de gravação de Meet the Humans. Durante a escrita desse álbum Mason deixou de vez o seu refúgio escocês em Fife, numa zona florestal e mudou-se para a urbanidade de Brighton, em Inglaterra, onde encontrou parceira e enfrentou, inesperadamente, a dura mas feliz batalha da paternidade.

A nova realidade pessoal, mais feliz, estável e adulta de Mason, acaba por se refletir no conteúdo de About The Light, o seu Brighton Album, como o músico também gosta de o intitular, um disco que sonoramente coloca as fichas na melhor herança da britpop noventista e que mostra um som eminentemente experimental, como é suposto tendo em conta o adn deste músico, mas claramente mais acessível que o universo sonoro algo intrincado e frequentemente sofisticado dos Beta Band.  De facto, temas como o single Walking Away From Love, canção com uma sonoridade bastante efusiva e radiofónica, cimentada num rock melodicamente aditivo e assente em cordas exuberantes e a acusticidade charmosa das cordas e dos metais de America Is Your Boyfriend, dão este cunho muito british ao conteúdo de About The Light. Mas depois,a toada melódica de Rocket, canção sobre o tal problema mental do músico, mas que mostra um Mason confiante sobre o seu eu e a toada blues do piano que conduz o tema homónimo, oferecem-nos um artista sem medo do óbvio, ou seja, além de serem canções que plasmam a filosofia interpretativa de um músico que mostra a sua maturidade sem tentar inventar de novo a roda, são o espelho fiel de alguém que dá um passo seguro em frente na sua já longa e respeitável carreira porque renova, potencia e embeleza o seu modus operandi, canalizando o momento positivo pessoal que vive para a felicidade que sente em compôr de modo simples e direto, mas também, bonito, confidente e gentil. Espero que aprecies a sugestão...

Steve Mason - About The Light

01. America Is Your Boyfriend
02. Rocket
03. No Clue
04. About The Light
05. Fox On The Rooftop
06. Stars Around My Heart
07. Spanish Brigade
08. Don’t Know Where
09. Walking Away From Love
10. The End

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publicado por stipe07 às 13:21

Pavo Pavo – Mystery Hour

Quarta-feira, 30.01.19

Na sequência do enorme sucesso do registo de estreia Young Narrator In The Breakers, considerado por esta redação como um dos melhores álbuns de dois mil e dezasseis, os Pavo Pavo de Eliza Bagg e Oliver Hil, aos quais se juntam Nolan Green, Austin Vaughn e Ian Romer, estão de regresso com um novo disco intitulado Mystery Hour, o segundo capítulo discográfico de um projeto exímio a criar aquela música pop que parece servir para banda sonora de uma representação retro de um futuro utópico e imaginário, mas só no que concerne à componente sonora, porque a poesia de Mystery Hour tem uma inspiração real e concreta, focando-se, de modo bastante cinematográfico, emotivo e realista, no final da relação amorosa de seis anos entre os dois grandes protagonistas da banda e o modo como conseguiram manter uma ligação entre ambos que lhes permitiu continuar a fazer música juntos, apesar desta ruptura que, como se sabe, frequentemente deixa sequelas profundas entre os protagonistas, quer individualmente quer no modo como (não) passam a comunicar e a conviver entre si.

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Mystery Hour é um disco sobre separações, mas também sobre reajustes e sobre a alquimia do amor, um sentimento tão forte que muitas vezes consegue sobreviver misteriosamente e manter laços entre intervenientes, mesmo quando ambos optam livremente por deixar de manifestar fisicamente os seus sentimentos entre si. Escuta-se o disco e torna-se óbvio que Eliza e Oliver ainda se amam, mas de um modo diferente daquele que é o amor entre duas pessoas que se sentem sexualmente atraídas e que convivem intimamente e com frequência. Eliza e Oliver ainda se amam porque mantêm os Pavo Pavo mais vivos e pujantes do que nunca e porque se não existisse um sentimento tão forte como o amor entre eles, nunca ganhariam vida canções do calibre da efusiante Mon Cheri, ou da insinuante Close To Your Ego, curiosamente o tema do disco que se debruça sobre a impossibilidade da reconciliação.

Ao longo do disco, o próprio modo como Oliver utiliza uma clara indulgência orgânica para dar vida a guitarras plenas de efeitos texturalmente ricos e a teclados corrosivos no modo como atentam contra o sossego em que constantemente nos refugiamos e o modo como essa filosofia instrumental do músico se cruza com a voz de Eliza que, num registo ecoante e esvoaçante, coloca em sentido todos os alicerces da nossa dimensão pessoal mais frágil e ternurenta, é uma prova clara da proximidade e da química entre estes dois autores, que criaram nestas onze canções a banda sonora de um verdadeiro melodrama romântico. Logo a abrir o alinhamento de Mystery Hour, o clima celestial do tema homónimo do disco, simultaneamente épico e comovente, apimentado por um efeito de guitarra planante capaz de derrubar o coração mais empedernido, principalmente quando acontece uma explosão sónica, feita de exuberância e cor, idealizada por Oliver quando Eliza deixou o apartamento que era de ambos, é a melhor prova da continuação desta cumplicidade, assim como no ocaso, no dueto Goldenrod, que se debruça sobre a dor da perca. Estes dois temas, estrategicamente colocados no alinhamento do registo, são os pontos de partida e de chegada de um círculo onde apesar de haver duas visões e dois ângulos de análise forçosamente diferentes acerca do evento central de Mystery Hour, é impressionante perceber a química e a força de uma amizade que se manteve inquebrável. Pelo meio, além dos temas já descritos, a nuvem de plumas que sustenta o piano que marca 100 Years, o jogo lascivo que se estabelece entre teclas e sopros em The Other Half e, principalmente, em Statue Is A Man Inside, a guitarra que debita um efeito planante pleno de charme e  que deambula por uma harmonia particularmente cativante, proporcionada por um sintetizador com uma luminosidade intensa e sedutora, são outros momentos felizes de um processo de criação musical que tenta sempre, com sucesso, estilizar canções em cujo regaço amor e lisergia caminhem lado a lado. Falo de duas asas que nos fazem levitar ao encontro de paisagens multicoloridas de sons e sentimentos, arrepios que nos provocam autênticas miragens hipnóticas enquanto deambulam pelos nossos ouvidos num frágil balanço entre uma percussão pulsante, um rock e uma eletrónica com um vincado sentido cósmico.

Com um ideário definido e um objetivo genuíno de entrega mútua e de exorcização e, além do tal divórcio, com declaradas inspirações como o universo de Ingmar Bergman, da coreógrafa Pina Bausch, do pintor David Hockney e do artista de multimédia Alex da Corte, Mystery Hour está repleto de nuances variadas e harmonias magistrais, que fazem do disco um corpo único e indivisível e com vida própria, com os temas a serem os orgãos e membros de um ser que se dividiu em dois mas que continua a ser um só, na sua individualidade, e que através destas músicas, se não tem esse efeito nos autores, pelo menos no ouvinte é bem capaz de  fazer estremecer o nosso lado mais libidinoso, ao som destas onze composiçõs servidas em bandeja de ouro e que devem figurar na prateleira daqueles trabalhos que são de escuta essencial para se perceber as novas e mais inspiradas tendências do indie rock contemporâneo. Espero que aprecies a sugestão...

Pavo Pavo - Mystery Hour

01. Mystery Hour
02. Mon Cheri
03. Easy
04. 100 Years
05. Check The Weather
06. Close To Your Ego
07. The Other Half
08. Around, Pt. 1
09. Around, Pt. 2
10. Statue Is A Man Inside
11. Goldenrod

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publicado por stipe07 às 13:16

Dan Mangan – Losing My Religion

Terça-feira, 29.01.19

Dan Mangan - Losing My Religion

Depois de ter lançado o ano passado o excelente More or Less, o seu último registo de originais, o canadiano Dan Mangam acaba de disponibilizar uma cover do clássico Losing My Religion, um original dos norte-americanos R.E.M. Esta revisitação do original da banda de Michael Stipe também pode ser escutada no trailer da série da  CBC/AMC TV Unspeakable, de cujos créditos Dan Mangan faz parte.

De acordo com o músico de Vancouver, Losing My Religion, um enorme e inesperado éxito da banda de Athens, na Georgia, incluído no alinhamento de Out Of Time (1991), faz parte do seu imaginário infantil e foi sempre uma canção à qual Dan quis dar um cunho pessoal. Acabou por fazê-lo explorando-a através de um ângulo mais etéreo e homenagendo dessa forma o original, sem o querer replicar (When I was a kid, R.E.M. was a staple in my household. I remember air guitaring to this song with my brother and sister. It was such a massive hit but also so unlikely a candidate to be so. The chorus isn't really a chorus. It's long. It's repetitive. It's like a hypnotic cyclical trance of words that stick with you even if you have no idea what they're about. I really wanted to try and approach it from a new angle. There's no point in attempting to sing like Michael Stipe — there is only one Michael Stipe. So I tried my best to let it live in a new light while paying homage to the original.).

O canadiano acabou por dar asas a essa vontade antiga de reinterpretar Losing My Religion de um modo bastante curioso, sem descurar a veia acústica e a folk que escorre do seu cardápio sonoro habitual, mas conjugadas com uma faceta pop assente em arranjos e orquestrações de cariz classicista que deram à versão uma imponência e um nível de refinamento superiores. Confere...

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publicado por stipe07 às 10:42

Lambchop – Everything For You

Segunda-feira, 28.01.19

Lambchop - Everything For You

Depois de FLOTUS, o disco que os Lambchop editaram em dois mil e dezasseis, Kurt Wagner, o grande mentor deste projeto norte-americano sedeado em Nashville e ao qual se juntam atualmente o baixista Matt Swanson e o pianista Tony Crow, fez uma cover para o clássico When You Were Mine de Prince e realizou um mini-documentário em Colónia, onde juntamente com seis músicos alemães reinterpretou temas de FLOTUS.

Quase no ocaso de dois mil e dezoito, os Lambchop começaram a revelar detalhes de This (is what I wanted to tell you), um trabalho que irá ver a luz do dia a vinte e dois de março próximo à boleia da City Slang, em parceria com a Merge Records e que, além do trio, também conta nos créditos com Matt McCaughan, reconhecido pelo seu excelente trabalho percurssivo em projetos como os Hiss Golden Messenger e Bon Iver.

Depois de os Lambchop terem revelado a amostra The December-ish You, canção com uma tonalidade particularmente íntima e a exalar uma desarmante sensibilidade, agora chegou a vez de ficarmos a conhecer Everything For You, o terceiro tema do alinhamento de This (is what I wanted to tell you), uma composição que segue a linha melódica e estilística que tem marcado os últimos registos dos Lambchop, cada vez mais enredados em paisagens onde jazz e eletrónica se misturam com superior elegância.

This (is what I wanted to tell you) é, tecnicamente, o décimo terceiro registo dos Lambchop desde o álbum de estreia em mil novecentos e noventa e quatro, mas está a ser anunciado por Wagner, pelos vistos por uma questão de superstição, como o décimo quarto da carreira do grupo (Like all the other tallest buildings in the world, Lambchop skips No. 13), This (is what I wanted to tell you). Confere Everything For You, canção descrita por Wagner desta forma - a collection of imperfections on the road to a better day - e o espetacular vídeo realizado para o tema da autoria de Jonny Sanders....

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publicado por stipe07 às 13:36

Sharon Van Etten - Remind Me Tomorrow

Sábado, 26.01.19

Quase meia década depois do excelente e melancólico Are We There, e com o nascimento de uma filha pelo meio e a participação nas séries The OA e Twin Peaks como atriz, Sharon Van Etten está de regresso aos discos com um trabalho intitulado Remind Me Tomorrow. Este disco com dez temas é o quinto alinhamento da carreira da autora e compositora norte americana, natural do Tennessee e foi lançado à boleia da Jagjaguwar, tendo sido produzido pela própria e pelo reputado John Congleton.

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Sempre resistente, inventiva e apaixonada, em Remind Me Tomorrow Sharon Van Etten volta a surpreender-nos com a sua voz inconfundível e a sua capacidade única de conseguir fazer-nos crer na nossa capacidade de perseguirmos os nossos sonhos mais verdadeiros, neste caso através de um disco repleto de energia e emotividade e onde a autora encara novamente o ouvinte como uma espécie de amigo e confindente. Fá-lo de modo genuíno e até, em alguns temas, desarmante, ou seja, de modo a não deixar quem a escuta indiferente à sua mensagem e aos seus apelos, quase sempre relacionados com a temática daquele amor que não resultou e do modo como a autora se sente frequentemente infeliz ou desiludida com o mundo que a rodeia.

De facto, Remind Me Tomorrow soa a mais um capítulo desta sua saga pessoal, o quinto álbum da carreira de uma cantora e compositora que com uma mão na indie folk e a outra no rock alternativo e também na eletrónica, letra após letra, verso após verso, abre-se connosco enquanto discute consigo mesma e coloca-nos na primeira fila de uma vida, a sua, que acontece mesmo ali, diante de nós.

Ao longo destas dez canções, Sharon construiu belíssimas melodias pop que se entrelaçaram com as letras e com a sua voz marcante com enorme mestria, num disco que palpita uma notória sensação instintiva, como se ela tivesse deixado fluir livremente tudo aquilo que sente e já descrevi e assim potenciado a possibilidade de nos emocionarmos genuinamente com estas canções. Temas como Seventeen, sobre a sempre difícil transição da juventude para a vida adulta numa cidade como Nova Iorque, I Told You Everything, uma canção que descreve uma amargurada conversa de balcão, ou Stay, dedicado à filha, são excelentes exemplos deste exercício algo dramático de partilha, assim como a ode ao romantismo feita em No One’s Easy To Love e os factos descritos em Comeback Kid,  uma canção que instrumentalmente impressiona pela inserção de uma vertente sintética algo inédita na carreira da Etten, que se repete impressivamente em Jupiter 4, e que relata memórias da sua infância despertadas durante uma visita a casa dos pais.

Em suma, Remind Me Tomorrow marca uma nova etapa na carreira discográfica de Sharon Van Etten, principalmente no modo como olha com maior gula para o sintético e aprimora o uso dessa vertente estilística na sua habitual folk tipicamente americana e sulista. Tematicamente, a poetisa mantém o tom intimista e comunicativo, mas fá-lo com uma ainda maior profundidade, fruto certamente das mudanças vividas na sua vida na última meia década e que a tornaram ainda mais sapiente, instruída e rica no modo como disserta e reflete sobre a sua existência. Espero que aprecies a sugestão...

Sharon Van Etten - Remind Me Tomorrow

01. I Told You Everything
02. No One’s Easy To Love
03. Memorial Day
04. Comeback Kid
05. Jupiter 4
06. Seventeen
07. Malibu
08. You Shadow
09. Hands
10. Stay

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publicado por stipe07 às 10:37

Vampire Weekend – Harmony Hall vs 2021

Sexta-feira, 25.01.19

Mais de meia década depois do excelente Modern Vampires of the City, disco lançado em dois mil e treze, os Vampire Weekend de Ezra Koenig, Rostam Batmanglij, Chris Baio, Chris Tomson, Greta Salpeter, estão finalmente de regresso aos lançamentos discográficos com Father Of The Bride, o quarto disco da carreira do grupo de Nova Iorque, ainda sem data de lançamento definida mas certamente neste ano de dois mil e dezanove.

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De acordo com Ezra Koenig, Father Of The Bride será um disco duplo com dezoito composições e um terço do alinhamento deste lançamento será divulgado ao grande público no primeiro semestre deste ano, tendo esse processo já dado o pontapé de saída com Harmony Hall e 2021, os dois primeiros temas disponibilizados do novo álbum dos Vampire Weekend.

Das duas canções, o grande destaque vai, claramente, para Harmony Hall, uma lindíssima composição conduzida por um inspirado piano pleno de charme e de contemporaneidade, acompanhado por cordas radiantes, num exercício de simbiose que de forma experimental e criativa sustenta uma melodia pop com um certo cariz épico e melancólico e que nas suas nuances rítmicas se divide constantemente entre a simplicidade e a grandeza dos detalhes, um exercício de composição assertivo e particularmente radiante. Já 2021 é uma pequena peça sonora intimista, sustentada num curioso sintetizador minimalista e numa guitarra com um efeito metálico muito peculiar. Confere...

Vampire Weekend - Harmony Hall - 2021

01. Harmony Hall
02. 2021

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publicado por stipe07 às 10:39

Beck – Tarantula

Quinta-feira, 24.01.19

Beck - Tarantula

Quando nos últimos dias foram conhecidas as nomeações para edição deste ano dos Óscares, o filme Roma, escrito e dirigido por Alfonso Cuarón, que também o produziu, co-editou e cinematografou e protagonizado por Yalitza Aparicio, Marina de Tavira, Marco Graf, Daniela Demesa, Enoc Leaño e Daniel Valtierra, tornou-se, desde logo, num nome de peso no quadro final de nomeados, com as suas dez nomeações, entre elas as de Melhor Filme, Melhor Filme Estrangeiro, Melhor Realizador, Melhor Argumento Original e Melhor Atriz, que o colocam na pole position para ser o grande vencedor da edição deste ano dos prémios de cinema de Hollywood. Curiosamente, ou talvez não, Roma não foi nomeado para a estatueta da melhor banda sonoroa original, exatamente porque as canções que escutamos durante o filme não são originais criados propositadamente para o drama.

Seja como for, ultimamente alguns artistas têm criado e revisitado temas inspirados no argumento de Roma, com When I Was Older, de Billie Eilish, a ser um desses casos. E, no seguimento destas recriações sonoras, a Sony prepara-se para  lançar um álbum intitulado Music Inspired By The Film Roma, uma compilação que além de conter essa composição de Eilish, também conta com contributos de, entre outros, Patti Smith, El-P, Wilder Zoby, Laura Marling, DJ Shadow, Ibeyi, UNKLE e Beck que, para este alinhamento, recriou um clássico de synth pop de mil novecentos e oitenta e três, intitulado Tarantula, da autoria dos Colourbox.

O original com trinta e seis anos é um tratado de reggae new wave com uma toada eminentemente contemplativa, onde sobressai o baixo de Jason Falkner. Na cover de Beck, onde se escutam nos coros as vozes de Leslie Feist e Alex Lilly, foi mantida a essência do original, sem o artista deixar de lhe dar o seu cunho pessoal, num resultado final que ressuscita referências mais clássicas, consentâneas com a pop atual, e onde é indisfarçavel a busca de uma melodia agradável e marcante e rica em detalhes e texturas muito presentes na herança do músico natural de Los Angeles. Confere...

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publicado por stipe07 às 12:33

Strand Of Oaks – Weird Ways

Quarta-feira, 23.01.19

Strand Of Oaks - Weird Ways

Foi há cerca de dois anos que Tim Showalter editou Hard Love, o quinto registo de originais em que assinou Strand Of Oaks. Hard Love sucedeu ao aclamado disco Heal, que o colocou, em dois mil e catorze, nas luzes da ribalta e foi, de acordo com o autor, um trabalho gravado numa época tumultuosa e sobre enorme pressão, devido ao peso do sucesso de Heal e ao escurtínio que sabia que iria ser feito relativamente ao sucessor desse tão bem sucedido trabalho. A boa aceitação por parte da crítica e dos fãs de Hard Love, acabou por constituir um bálsamo retemperador para Showalter que gsnhou elan para colocar nos escaparates, o ano passado, um alinhamento de demos melhorados que sobraram das gravações de Hard Love, intitulado Harder Love, um alinhamento alternativo que encerrou um capítulo importante da vida discográfica do autor e o deixou de mente limpa e consciência tranquila para o próximo passo.

Agora, um ano depois, Strand Of Oaks anuncia o seu sexto e novo disco, um registo intitulado Eraserland, que irá ver a luz do dia a vinte e dois de março à boleia da Dead Oceans. Será um trabalho curioso porque conta com a participação especial dos My Morning Jacket como banda de suporte de Showalter, além do guitarrista Jason Isbell e da voz de Emma Ruth Rundle num dos temas.

Weird Ways é o primeiro single divulgado de Eraserland, uma composição já com direito a um vídeo realizado por David Boone e onde se sente uma genuína entrega por parte do autor. É uma canção plena de intimismo e nostalgia, que começa banhada por um manto etéreo de acusticidade, mas que depois, envolvida por uma vibe pop oitocentista indisfarçável, fica repleta de orquestrações opulentas e, apesar do ruido e da distorção da guitarra, contém, no seu todo, um grau de refinamento classicista incomensuravelmente belo. Confere o vídeo de Weird Ways e a tracklist de Eraserland...

Weird Ways
Hyperspace Blues
Keys

Visions
Final Fires
Moon Landing
Ruby
Wild And Willing
Eraserland
Forever Chords

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publicado por stipe07 às 13:28

Foals – Exits

Terça-feira, 22.01.19

Foals - Exits

Quase quatro anos depois de What Went Down, os Foals anunciam dose dupla para dois mil e dezanove com o lançamento de Everything Not Saved Will Be Lost Part 1, já a oito de março e Everything Not Saved Will Be Lost Part 2, lá mais para o outono. Exits é o single já retirado do primeiro capítulo desta saga discográfica da banda de Oxford em dois mil e dezanove, uma canção com direito a um vídeo realizado por Albert Moya.

Os dois últimos registos dos Foals, Holy Fire (2013) e What Went Down (2015), mostraram um lado intrincado do grupo e um rumo sonoro que buscou territórios mais negros, sombrios e encorpados do que os registos iniciais da banda, mas Exits indica, claramente, que as guitarras experimentais de Antidotes parecem ter sido recuperadas durante o processo de gravação de Everything Not Saved Will Be Lost Part 1. Com uma atmosfera pop oitocentista bastante vincada e plena de groove, este tema, cheio de efeitos borbulhantes e coloridos nas cordas, sabe a uma espécie de bálsamo retemperador, um travo ampliado pelo habitual tribalismo percussivo dos Foals, que adoram convidar-nos a um abanar de ancas intuitivo e capaz de nos libertar de qualquer amarra ou constrangimento. Confere...

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publicado por stipe07 às 15:55

Wild Nothing – Blue Wings

Segunda-feira, 21.01.19

Wild Nothing - Blue Wings

Depois de Gemini (2010), Nocturnal (2012) e Life Of Pause (2016), Jack Tantum, um músico, artista e compositor norte americano, oriundo da Virgínia, que assina a sua música como Wild Nothing, lançou o ano passado Indigo, o seu quarto registo de originais, mais um alinhamento de canções cheio de exuberância, cor e texturas e possibilidades ilimitadas que distingue-se das demais do género, porque proporciona-nos um manancial de interpretações físicas, psíquicas e sensoriais incomum. Eram, em suma, onze canções abrigadas numa indie pop que sustenta versos confessionais que crescem em cima de massas acolhedoras de ruídos e agregados sonoros alegres e cheios de luz, que vêm agora um novo acrescento com o tema Blue Wings, disponibilizado pelo autor estes dias com a ajuda de Ben Talmi e que tendo sido arquitetado durante o período de gravação dos temas de Indigo, acabou por não constar do seu alinhamento.

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Assente numa melodia que se cola aos nossos ouvidos sem qualquer pudor, Blue Wings aposta todas as fichas naquela indie pop eminentemente clássica, como se percebe não só na sua riqueza instrumental, mas também nos efeitos robustos da guitarra, na pujança do sintetizador e na sobriedade da percussão, variáveis imprescidindíveis na adição à composição de uma indisfarçavel grandeza e epicidade.

Tematicamente, Blue Wings reforça a permissa de que Tantum é um verdadeiro prodígio na criação de canções que, estando envolvidas por um embrulho melódico animado, debruçam-se sobre sentimentos plasmados em letras às vezes amarguradas, como sucede nesta canção sobre o modo como o outro, que nos ama, nos pode ajudar a percebermos melhor aquele lado mais oculto e inseguro que todos temos e que não sendo devidamente destrinçado pode levar a instantes de dúvida e desassossego. Confere Blue Wings e Indigo...

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publicado por stipe07 às 14:45


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