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The Pains of Being Pure at Heart - Free Fallin' (Tom Petty Cover)

Quarta-feira, 31.10.18

Mestres do indie pop e oriundos de Brooklyn, em Nova Iorque, os The Pains Of Being Pure At Heart estão de regresso para participar na iniciativa Sounds Delicious do portal Turntable Kitchen, um site criado por um casal que nasceu num apartamento de São Francisco e agora sedeado em Seattle e que mistura comida e música. O objetivo desta iniciativa é que uma banda faça uma versão integral de um álbum completo de outro grupo que admire e os The Pains Of Being Pure At Heart escolheram Full Moon Fever, o disco de estreia do projeto a solo de Tom Petty, lançado em mil novecentos e oitenta e nove e que contém, entre outros notáveis temas, clássicos como I Won’t Back Down ou Free Fallin'.

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Ora, a nova roupagem que o projeto liderado por Kip Berman deu a Free Fallin', é exatamente a mais recente amostra divulgada do registo e, através de uma abordagem um pouco mais elétrica e lisérgica que sabe a uma doce exaltação daquela dream pop que caminha de mãos dadas com a psicadelia, os The Pains Of Being Pure At Heart mantiveram intacta a aúrea nostálgica e romântica de um tema ímpar da contemporaneidade norte-americana do final do século passado. Confere...

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publicado por stipe07 às 13:37

Old Jerusalem - Chapels

Terça-feira, 30.10.18

Foi a doze de outubro que chegou às lojas Chapels, o sétimo registo de originais de Old Jerusalem, o lindíssimo projeto assinado por Francisco Silva e que caminha a passos largos para as duas décadas de carreira. Old Jerusalem é, de facto, uma incrível jornada, batizada com uma música do mítico Will Oldham e com um brilho raro e inédito no panorama nacional, um projeto que nos tem habituado a canções que cirandam entre os altos e baixos da vida e que nos mostram como é, tantas vezes, muito ténue a fronteira entre esses dois pólos, entre magia e ilusão, como se a explicação das diferentes interseções com que nos deparamos durante a nossa existência fossem alguma vez possível de ser relatada de forma lógica e direta.

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Com dez temas imediatos e sem adornos, assentes em interpretações gravadas à primeira e que acabam por estar intimamente associadas ao processo da sua escrita, também algo intuitivo, e deixando a nu os alinhavos de arranjos e as primeiras sugestões de caminhos melódicos e harmónicos, Chapels tem em cada canção um veículo privilegiado para o ouvinte tomar contacto de modo realisticamente impressivo, com o ímpeto criativo do Francisco e a urgência que o seu âmago sente de comunicar connosco. E fá-lo através de um dos melhores veículos que conheço para a transmissão de sentimentos, emoções e ideias... a música.

Chapels é, portanto, um álbum extremamente comunicativo e repleto de composições contemplativas, que criaram uma paisagem imensa e ilimitada de possibilidades que compete a nós destrinçar ou, em alternativa, idealizar, já que as duas abordagens são sempre possíveis na música de Old Jerusalem. Escuta-se a simplicidade melódica e o imediatismo de Black pool of water and sky, assim como a sua crueza e simplicidade acústica, evocando a verdade eterna que todos reconhecemos de que tudo é passageiro, a fragilidade perene que tremula no registo vocal de The Meek, aquela nostalgia que provoca encantamento e torpor e que exala de Oleander, a simultaneamente intrigante e sedutora Ancient Sand, Ancient Sea ou a luz que nos faz sorrir sem medo do amanhã que fica defronte de Lighthouse e acedemos, sem vontade de olhar para trás, a um universo único, enquanto experimentamos a simultaneamente implacável e sedutora sensação de introspeção e melancolia mitológica que este maravilhoso alinhamento transmite. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 18:08

John Grant – Love Is Magic

Segunda-feira, 29.10.18

Quase três anos depois do excelente Grey Tickles, Black Pressure, o canadiano John Grant regressou aos discos com Love Is Magic, o quarto registo de originais de um artista que, a solo, demonstra ser um cantor e compositor de inúmeros recursos, utilizados quase sempre para criar composições sonoras com um sabor algo agridoce e expostas num fundo cinza intencionalmente dramático e muitas vezes icónico e geralmente com uma forte componente autobiográfica. Este Love Is Magic não foge à regra, num alinhamento de dez canções que nos apresenta, uma vez mais, uma personagem muitas vezes ambígua, mas sempre determinada nas suas crenças e convicções acerca de um mundo que, apesar de mentalmente mais aberto e liberal, continua a ser um lugar estranho para quem nunca hesita em ser implacável, mesmo consigo próprio, na hora de tratar abertamente e com muita honestidade e coragem os seus problemas relacionados com o vício de drogas, distúrbios psicológicos, relacionamentos amorosos traumáticos e o preconceito.

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Cada vez mais requintado no modo como se serve de um vascato cardápio de sintetizações e efeitos no momento de compor, um John Grant mais otimista, convencido, confiante e festivo, criou uma nova coleção de inspiradas e lindíssimas composições, conduzidas por notáveis arranjos orquestrais, apresentados logo em Metamorphosis, uma composição tremendamente cinematográfica e plena de variações rítmicas e melódicas e que também impressiona pelo modo como a voz é sistematicamente modificada. Depois, o dramatismo incontornável do tema homónimo, o clima algo tumultuoso de Tempest, a toada retro de Preppy Boy, a pop luminosa de He's Got His Mother Hips  e o vigor algo punk de Diet Gum, são temas que nos inserem num clima de festa e celebração, num mundo muito rosa mas onde podem entrar todos aqueles que têm uma mente aberta e uma predisposição natural para não julgarem nem colocarem entraves ou preconceitos, mas antes deixarem-se levar por uma onda sonora inspirada rumo à diversão pura e genuína.

Love Is Magic oferece-nos, em suma, um John Grant cada vez mais lânguido e libidinoso e virado para a tecnologia, em dez composições que reforçam a sua mestria compositória, o seu ecletismo cada vez mais abrangente e, principalmente, o modo eficaz como usa a música como um elixir terapêutico para tentar amenizar as experiências intensas que vão assolando a sua existência. Espero que aprecies a sugestão...

John Grant - Love Is Magic

01. Metamorphosis
02. Love Is Magic
03. Tempest
04. Preppy Boy
05. Smug Cunt
06. He’s Got His Mother’s Hips
07. Diet Gum
08. Is He Strange
09. The Common Snipe
10. Touch And Go

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publicado por stipe07 às 20:52

Thom Yorke - Suspiria

Domingo, 28.10.18

Líder dos Radiohead, verdadeiros Fab Five do novo milénio, não só porque estão criativamente sempre prontos a derrubar barreiras e a surpreender com o inesperado, mas também porque, disco após disco, acabam por estabelecer novos paradigmas e bitolas pelas quais se vão depois reger tantas bandas e projetos contemporâneos que devem o seu valor ao facto de terem este quinteto na linha da frente das suas maiores influências, Thom Yorke está de regresso à atividade musical com a sua participação na banda sonora de Suspiria. Originalmente lançado em 1977, Suspiria, um dos grandes clássicos do cinema de terror, dirigido por Dario Argento, acaba de ser revisto pelas lentes do cineasta italiano Luca Guadagnino e Thom Yorke criou vinte e cinco originais para a banda-sonora, com a colaboração de Sam Petts-Davies, Noah Yorke, Pasha Mansurov e de elementos da Orquestra Contemporânea de Londres, que já participaram em A Moon Shaped Pool.

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Entre outros atributos, exige-se a uma banda sonora de elevado calibre qualitativo que permita, através da audição prévia à visualização do filme, que o ouvinte consiga antecipar de modo minimamente plausível a trama do enredo que depois poderá vir a conferir no grande ecrã. E esse é um dos grandes atributos de Suspiria, ou seja, escuta-se as vinte e cinco composições desta banda sonora e, tendo em conta a emotividade, a intensidade e o grau de impressionismo de muitas das canções, parece quase intuitivo o adivinhar da história de uma jovem norte-americana que chega a uma escola de dança alemã para estudar ballet, mas, na verdade, entra num antro de bruxas. De facto, nunca a música de Thom Yorke soou tão horrífica e escutar Suspiria faz-nos estarmos perante uma experiência não só auditiva, mas também tremendamente visual.

No pulsar analógico das batidas de Volk, no travo trip-hop de Has Ended, nas teclas soturnas de The Hooks e de Olga's Destruction e na intensidade crescente de Suspirium, tema central do registo e uma composição de intensidade crescente, onde um piano se deixa rodear graciosamente pelo típico registo vocal em falsete de Yorke, fazendo-o de modo particularmente sensível e com um toque de lustro de forte pendor introspetivo, fica recriado não só o típico ambiente soturno com que este autor tem pautado o seu projeto a solo há já mais de uma década, mas também a densidade e a névoa sombria de um filme que tem no elenco nomes como Tilda Swinton, Dakota Johnson e Chloë Grace Moretz, bem como Jessica Harper, a protagonista principal do filme original. Espero que aprecies a sugestão...

Suspiria

01 A Storm That Took Everything
02 The Hooks
03 Suspirium
04 Belongings Thrown In A River
05 Has Ended
06 Klemperer Walks
07 Open Again
08 Sabbath Incantation
09 The Inevitable Pull
10 Olga’s Destruction
11 The Conjuring Of Anke
12 A Light Green
13 Unmade
14 The Jumps
15 Volk
16 The Universe Is Indifferent
17 The Balance Of Things
18 A Soft Hand Across Your Face
19 Suspirium Finale
20 A Choir Of One
21 Synthesizer Speaks
22 The Room Of Compartments
23 An Audition
24 Voiceless Terror
25 The Epilogue

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publicado por stipe07 às 18:56

Beach House - Alien

Sábado, 27.10.18

Beach House - Alien

Um dos grandes destaques de 7, o álbum que a dupla Beach House lançou na passada primavera, é Lose Your Smile, tema já editado em formato single de edição limitada e que tem como lado b Alien, canção que clarifica a vontade que este projeto sedeado em Baltimore, no Maryland, formado pela francesa Victoria Legrand e pelo norte americano Alex Scally, teve, em 7, de fornecer maior luminosidade às canções. E Alien demonstra-o através de um rock expansivo e a piscar o olho aquele shoegaze que tradicionalmente assenta na orgânica típica das guitarras ritmadas e intensas, cruzadas com efeitos sintetizados com elevado teor sintético e que parecem querer personificar uma estranha escuridão interestelar. Confere...

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publicado por stipe07 às 16:55

The Dodos – Certainty Waves

Sexta-feira, 26.10.18

Os The Dodos de Meric Long e Logan Kroeber já têm sucessor para Individ (2015). O novo álbum da dupla de São Francisco chama-se Certainty Waves, foi produzido pelo próprio Meric Long e viu a luz do dia através da Polyvinyl Records. Nos últimos três anos, os The Dodos apenas deram dois sinais de vida; a participação com o tema Mirror Fake na compilação Philia: Artists Rise Against Islamophobia e quando revelaram uma cover de Never Meant, um original dos American Football, inserida na compilação que marcou o vigésimo aniversário da Polyvinyl. Individ foi um dos discos mais escutados na redação fixa e móvel de Man On The Moon durante estes últimos três anos e impressionou, seduziu e conquistou, nas suas repetidas e sempre dedicadas e aprazíveis audições, razão pela qual este sucessor está a ser aguardado por cá com enorme expetativa.

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Registo fértil num casamento feliz entre as cordas, os teclados e a percussão, elementos que conjuram entre si na exploração de um som amplo, épico e alongado, através do abraço constante entre dois músicos que criam melhor que ninguém atmosferas sonoras verdadeiramente nostálgicas, sedutoras e hipnotizantes, Certainty Waves está coberto, do início ao fim, por um manto de epicidade bastante vincado. As canções sucedem-se em catadupa e, uma após outra, somos bombardeados por luxuriantes paisagens sonoras, impregnadas de notáveis arranjos, que afastam cada vez mais a dupla da toada folk que marcou os seus primeiros trabalhos, em deterimento de uma filosofia interpretativa que dá cada vez maior importância ao sintético e à tecnologia. Apenas Center Of, por sinal um dos melhores momentos do registo, entronca na herança mais genuína dos The Dodos, onde as cordas eram líderes incontestáveis no processo de criação musical, com as guitarras e a percurssão de 3WW a aproximarem-se também, mas de forma menos objetiva, desses aúreos tempos do grupo. Curiosamente, Forum, o primeiro tema divulgado de Certainty Waves, assentando num deambulante efeito strokiano de uma guitarra e no reverb da mesma, mas, principalmente, no cariz épico de uma melodia que não dispensa teclas efusivas, uma bateria incessante e trompetes nos arranjos, terá sido uma escolha acertada para revelar as novas diretrizes do projeto, demonstradas com notável lucidez também na pop oitocentista que exala de Sort Of.

Disco pleno de personalidade, com uma produção cuidada e muito aguardado por cá, como já referi, Certainty Waves tem alma e caráter, força e uma positividade contagiante. Os The Dodos dão neste alinhamento um passo evolutivo importante na carreira, a carecer de aprimoração em próximos lançamentos, sem deixarem de se manter fieis aos seus instintos mais primários, que exigem a constante quebra de estruturas e padrões e a fuga a categorizações que balizem em excesso o adn do projeto. Espero que aprecies a sugestão...

The Dodos - Certainty Waves

01. Forum
02. IF
03. Coughing
04. Center Of
05. SW3
06. Excess
07. Ono Fashion
08. Sort Of
09. Dial Tone

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publicado por stipe07 às 17:20

Papercuts - Parallel Universe Blues

Quinta-feira, 25.10.18

Quatro anos depois do excelente Life Among The Savages, os Papercuts estão de regresso às luzes da ribalta com Parallel Universe Blues, dez canções que viram a luz do dia a dezanove de outubro, à boleia da Slumberland Records, a nova etiqueta deste projeto encabeçado por Jason Robert Quever e David Enos e oriundo de São Francisco, na costa oeste dos Estados Unidos da América.

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Sexto disco do cardápio dos Papercuts e primeiro na Slumberland, Parallel Universe Blues contém um alinhamento com canções assentes no cruzamento feliz entre melodia e voz, com a escolha assertiva dos arranjos a nunca ofuscar o brilho que as cordas sempre tiveram no catálogo dos Papercuts. Esta é, de facto, uma nuance fundamental deste novo registo do projeto que, tematicamente, reflete a mudança recente de Jason Quever de São Francisco para Los Angeles.

O manto de epicidade que cobre a monumentalidade de Laughing Man e, em Sing To Me Candy, o hipnótico riff de guitarra distorcido e o modo como se faz acompanhar por alguns arranjos sintéticos, onde não falta uma componente lo fi e ruidosa, são boas portas de entrada para a compreensão clara deste universo sonoro dos Papercuts, um território de experimentações sonoras que dá bastante ênfase às cordas, mas que não descura a importância que o sintético tem na construção de melodias tremendamente adocicadas e com um travo lisérgico algo incomum no panorama alternativo atual. Escuta-se também o single How To Quit Smoking, o ritmo frenético de Walk Backwards e, num registo mais contemplativo, a melancolia que exala do dedilhar das cordas de All Along St. Mary's e percebe-se esta clara duplicidade e o modo como a mesma está impregnada de diversos detalhes preciosos que ajudam a conferir uma tonalidade refrescante e inédita a um disco cheio de personalidade, com uma produção cuidada e que nos aproxima do que de melhor propõe a música independente americana contemporânea. Espero que aprecies a sugestão...

Papercuts - Parallel Universe Blues

01. Mattress On The Floor
02. Laughing Man
03. How To Quit Smoking
04. Sing To Me Candy
05. Clean Living
06. Kathleen Says
07. Walk Backwards
08. All Along St. Mary’s
09. Waking Up

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publicado por stipe07 às 21:13

Scott Orr – Worried Mind

Quarta-feira, 24.10.18

Pouco mais de dois anos depois do excelente registo Everything, o canadiano Scott Orr está de regresso aos lançamentos discográficos com Worried Mind, nove canções que viram a luz dia à boleia da Other Songs, uma etiqueta canadiana indie independente de Hamilton no Ontário, terra natal deste extraordinário músico e compositor.

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O modo virtuoso como Orr consegue expôr-se e colocar-nos na primeira fila do exemplar exercício de catarse que é Worried Mind, fica logo plasmado em Sunburned canção agridoce que abre com cândura, inspiração e apurada veia criativa um disco que explora a fundo as diversas possibilidades sonoras das cordas, acústicas e delicadamente eletrificadas, fazendo-o com uma tonalidade única e uma capacidade incomum, possível porque este músico é exímio no seu manuseamento e no modo como dele se serve para transmitir sentimentos e emoções com uma crueza e uma profundidade simultaneamente vigorosas e profundas.

Sempre com a folk na mira, como referi anteriormente, mas com um inconfundível travo pop a incubar da mente incansável de um músico maduro e capaz de nos fazer despertar aquelas recordações que guardamos no canto mais recôndito do nosso íntimo e que em tempos nos proporcionaram momentos reais e concretos de verdadeira e sentida felicidade, ou, no sentido oposto, de angústia e depressão e a necessitarem de urgente exercicío de exorcização para que consigamos seguir em frente, Orr é capaz de nos colocar a olhar o sol de frente com um enorme sorriso nos lábios, com a àspera Fall Apart ou a delicada Halfway, mas também desafia o nosso lado mais sombrio e os nossos maiores fantasmas no convite que nos endereça à consciência do estado atual do nosso lado mais carnal em A Memory e no desarme total que torna inerte o lado mais humano do nosso peito na realista e racional The Sound. Mesmo quando Scott Orr comete o pecado da gula e se liga um pouco mais à luminosidade em Seasons, fá-lo com um açúcar muito próprio e um pulsar percurssivo particularmente emotivo e rico em sentimento, não deixando assim, em nenhum instante de Worride Mind, de ser eficaz na materialização concreta de melodias que vivem à sombra de uma herança natural claramente definida e que, na minha opinião, atinge um estado superior de consciência e profundidade nos acordes únicos e lindíssimos da confessional No Phone.

Worried Mind é alma e emoção e como documento sonoro ajuda-nos a mapear as nossas memórias e ensina-nos a cruzar os labirintos que sustentam todas as recordações que temos guardadas, para que possamos pegar naquelas que nos fazem bem, sempre que nos apetecer. Basta deixarmo-nos levar pelos ecos vigorosos do falsete do autor, para sermos automaticamente confrontados com a nossa natureza, à boleia de uma sensação curiosa e reconfortante, que transforma-se, em alguns instantes, numa experiência ímpar e de ascenção plena a um estágio superior de letargia. Espero que aprecies a sugestão...

Scott Orr - Worried Mind

01. Sunburned
02. A Memory
03. Fall Apart
04. Halfway
05. The Sound
06. Seasons
07. Ok
08. No Phone
09. Sometime

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publicado por stipe07 às 19:59

The Good, The Bad & The Queen - Merrie Land

Terça-feira, 23.10.18

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Doze anos depois do excelente disco de estreia homónimo, os The God The Bad And The Queen de Damon Albarn, Paul Simonon, Simon Tong, Fela Kuti e Tony Allen estão de regresso com Merrie Land, um registo que chegará aos escaparates a dezasseis de novembro próximo e das quais já se conhece o tema homónimo dos onze que farão parte do seu alinhamento.

Merrie Land é uma lindíssima peça sonora cheia de charme, uma canção que nos faz submergir no meio de um teclado cósmico, leves batidas e uma guitarra que nos faz emergir da solidão, com a voz calma e humana de Albarn a mostrar-nos, uma vez mais, que por trás de um músico que tinha tudo para viver uma existência ímpar e plena de excessos, existe antes um homem comum, às vezes também solitário e moderno. Confere..

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publicado por stipe07 às 21:53

Palas - Dente de Leão EP

Segunda-feira, 22.10.18

Já viu a luz do dia Dente de Leão, o registo em formato EP com seis maravilhosos temas que estreia nas lides discográficas o projeto a solo de Filipe Palas, conhecido pela sua performance em projetos como os Smix Smox Smux e os Máquina del Amor. Para esta sua nova aventura, Palas conta com a ajuda de Tiago Calçada na guitarra, João Costeira na bateria, Filipe Fernandes no baixo e Luis Marques no clarinete, um coletivo que promete muita energia e diversão nos concertos ao vivo.

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Mais uma lufada de ar fresco revigorante e motivador no panorama discográfico indie nacional, Palas oferece-nos logo na estreia um alinhamento que nos permite contactar com uma variedade imensa de sons, que tanto podem ser retirados da normal atividade do quotidiano, como serem fornecidos por instrumentos de cordas, metais, sopros e sintetizações, além de um notável trabalho percursivo. É um amplo panorama de descobertas sonoras, que pode agregar num mesmo tema uma guitarra agreste tremendamente aditiva com o som de um jorro de água, como sucede em Pau ou permitir-nos sentir Prazer ao som da soul dessa mesma guitarra, sempre em crescendo, exemplarmente acompanhada pela gentileza complacente da bateria, numa dança que fica a ressoar dentro de nós muito depois da canção terminar. Esperança é outra enorme canção deste registo, uma composição que impressiona pela subtileza das cordas e pelo modo como as mesmas vão, progressivamente, e mais uma vez, fazendo o tema crescer e ganhar amplitude, garra e rugosidade, uma canção que destrincei por cá há alguns dias e que, como na altura referi e citei, nos fala de dois mundos diferentes: quando crescemos e tudo o que nos rodeia é seguro e belo, e quando nos deparamos com as dificuldades da vida, as diferenças de valores, educação e personalidades, o jogo da vida sem um árbitro.

Dente de Leão oferece-nos, em suma, um delicioso caldeirão sonoro, onde as composições vestem a sua própria pele enquanto se dedicam, de corpo e alma, à hercúlea tarefa comunicativa que o autor designou para cada uma, individualmente. E fazem-no fervilhando de emoção, arrojo e astúcia, enquanto vêm potenciadas todas as suas qualidades, à medida que Palas polvilha o conteúdo das mesmas com alguns dos melhores tiques de variadíssimos géneros e subgéneros sonoros, cabendo, no desfile dos mesmos, indie rock, punk, pop, folk, e eletrónica, num contínuo e inquieto frenesim onde é dada total liberdade aos diferentes intervenientes sonoros para provocarem em nós uma agradável e viciante sensação de letargia e torpor. Dente de Leão é um ponto de partida para muitas emoções agradáveis, por ser, curiosamente, o ponto de chegada de muitas porções de um mundo onde é possível sentir, sonoramente, diferentes cheiros e sabores, enquanto se aprecia composições de diferentes cores, intensidades e balanços, que desafiam e apuram todos os nossos sentidos. Espero que aprecies a sugestão…

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Intro

Pau

Prazer

Esperança

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publicado por stipe07 às 21:46


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